2020-08-27 BRAZIL

José Cegalla

José CegallaO Ir. Benê Oliveira, Superior da Província Marista Brasil Centro-Sul, e o Ir. Pedro Wolter, Animador da Comunidade Marista São José, comunicam, com pesar, o falecimento do Irmão José Cegalla, ocorrido no dia 27 de agosto de 2020 às 16h10 de pneumonia e insuficiência renal. Tinha 95 Anos de idade e 77 Anos de Vida Consagrada Marista.

Nesses tempos de pandemia Covid-19, de recomendação dos muitos cuidados sanitários e de isolamento e distanciamento sociais, o velório e exéquias (9h00) e o sepultamento (10h00) acontecem no novo jazigo dos Irmãos Maristas no Cemitério Padre Pedro Fuss em São José dos Pinhais, PR, no dia 28 de agosto de 2020.

Nascido no município de São João Batista, SC, em 04 de abril de 1925, era filho de Benevenuto Cegalla e de Angelina Tridapalli. Entrou no Centro de Formação Marista (Juvenato Marcelino Champagnat), em Curitiba, PR, em 1935. Fez o Noviciado Marista em Mendes, RJ, emitindo os Primeiros Votos Religiosos  em Curitiba, PR, no dia 21 de dezembro de 1942 e os Votos Perpétuos em São Paulo, SP, no dia 08 de janeiro de 1948.

O mistério da morte sempre nos envolve e fascina. As Sagradas Escrituras sugerem que o silêncio é a palavra mais apropriada diante da morte, porque no silêncio nada se diz. E o Ir. Cegalla cultuava o silêncio, o Deus do silêncio!

Mas… como um Irmão Marista das Escolas, educador e evangelizador, não pode prescindir do uso da palavra, fiquei pensando o que poderia lembrar de traço característico da existência do Ir. Cegalla ao comunicar a sua morte. Eu não convivi em comunidade e na missão apostólica com ele, mas sempre soube da sua dedicação à vida de estudo, pesquisa e ao magistério, sendo professor dos colégios e centros maristas de formação a maior parte da sua vida. Aposentado, passou a dedicar parte do seu tempo a revelar o rosto terno e misericordioso de Deus, visitando, consolando e curando os enfermos, levando a Eucaristia aos doentes. E foi habilidoso, zeloso e piedoso nesse ministério!

Das últimas décadas da sua vida, tem uma faceta curiosa e edificante a se destacar e que parece revelar uma conjugação aparentemente contraditória: um quadrante da sua vida foi pautada por um misto de inquietação, nervosismo e mansidão. E aqui o bonito e o belo da superação e transformação humanas e, notadamente o coroamento com o milagre da graça de Deus: a mansidão dos últimos anos da sua vida foi o remédio contra o nervosismo a suavizar a sua inquietação. Creio que ele encontrou na Epístola de São Tiago (1, 19-21), a lei da liberdade a reger a sua vida: “cada um esteja pronto para ouvir, mas lento para falar e para ficar com raiva, porque a raiva do ser humano não produz a justiça que Deus quer. Importa receber com mansidão a Palavra plantada no coração e que pode nos salvar”.

E, por depositar a sua confiança em Deus, aproximou-se mais e mais de Jesus, o Bom Pastor, manso e humilde de coração, pautando a sua existência por uma vida de serenidade, paz, bondade e candura. Essa foi a faceta vivida pelo Ir. Cegalla nas últimas décadas da sua vida à semelhança do coração de Jesus: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito”, cf. Mt 11, 29. De um contato com ele em janeiro/2020, ele disse se reconhecer pecador e necessitado da misericórdia de Deus. E, de fato, “quanto mais conscientes de que somos pecadores, mais próximos estaremos da salvação”, afirmou o Papa Fco. E acrescentou: “Os Religiosos que se tornam agentes da misericórdia e da reconciliação de Deus em seus carismas vocacionais, serão uma congregação em saída”.

Que lá do Alto o Ir. Cegalla nos acompanhe na peregrinação por esse tempo de improviso e de provação, motivando-nos a continuar firmes na vida de oblação e de serviço às crianças, jovens e aos irmãos, onde habita o Coração de Deus. “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra, pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus: quando Cristo, que é a vossa vida, se manifestar, então vós também com Ele sereis manifestados na glória”, cf. Cl 3, 1-3.

Senhor, de Ti viemos e para Ti iremos. Regozijamo-nos porque, nas horas das nossas visões mais puras, quando o pulsar da Tua eternidade é sentido forte dentro de nós, sabemos que nenhuma agonia da mortalidade poderá atingir nossa alma inconquistável e, para aqueles que em Ti habitam, a morte é apenas a passagem para a vida eterna.

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Ir. Benê Oliveira, Provincial

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