07 de abril: Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio em Ruanda
Todos os anos, no dia 07 de abril, é recordado o dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio em Ruanda, ocorrido em 1994. Um conflito bélico, um drama humano, durante o qual morreram milhares e milhares de pessoas. Não pretendemos aqui abordar as causas desse terrível evento que ficou marcado, infelizmente, para sempre no calendário da história.
Queremos, sim, como Maristas de Champagnat, lutar para que esse tipo de situação não volte a acontecer. Nos unimos aos esforços da UNESCO e de outros grupos para que a educação seja um motor de mudança, para que a educação não nos deixe esquecer os acontecimentos passados e nos prepare para abordar o futuro na perspectiva da paz, da fraternidade universal, da igualdade de direitos, da dignidade das pessoas. Oferecemos nossas obras educativas para que sejam lares de luz, que cuidam da vida e que geram nova vida. Oferecemos nossos centros para que nunca mais a obscuridade domine o ser humano. Não podemos oferecer grandes soluções que evitem os conflitos já existentes, mas podemos semear pequenas semente que se convertam em paz, assim como o grão de mostarda do Evangelho, em oásis de fraternidade universal nas sociedades onde estamos presentes.
Todos sabemos que aquele genocídio teve como objetivo o “aniquilamento de um grupo de pessoas devido às suas diferenças”. Infelizmente isso é um fato que tem se repetido ao longo da história, em diferentes culturas, momentos históricos e sociedades.
Nesse sentido, queremos nos unir ao discurso proferido por António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidades, quando disse: “Somente reconhecendo que todos somos uma família humana que compartilha o mesmo planeta poderemos estar a altura dos muitos desafios mundiais que nos esperam, desde a enfermidade pelo coronavírus até a mudança climática”.
Um grupo de irmãos Maristas quis responder ao apelo dos mais pobres, dos excluídos, daqueles cujas vidas pareciam ter perdido todo valor. Primeiro, foram 6 irmãos ruandeses, e posteriormente 4 irmãos espanhóis. Um grupo de irmãos que entregaram suas vidas por amor (a Deus e aos mais pobres entre os mais pobres). Todos conhecemos o nome desses quatro irmãos que ali viveram: Miguel Ángel, Servando, Fernando e Julio. Ali deixaram suas vidas no dia 31 de outubro de 1996. Ali deram a vida até o fim. Nossos quatro irmãos se ocupavam de milhares de refugiados que viviam, transitavam, fugiam do genocídio de Ruanda, e se instalaram no campo de refugiados de Nyamirangwe, em Bugobe.
A nós, hoje, cabe continuar cuidando da vida; nos toca seguir gerando vida entre os mais vulneráveis desse mundo. Porém, nos toca também, continuar semeando sementes de esperança, de paz e de amor entre os milhares de crianças que atendemos diariamente. Leonardo Boff, em uma live no dia 16 de março, dizia que, como educadores, temos uma grande responsabilidade, pois “a educação não muda o mundo, senão que a educação muda as pessoas que mudarão o mundo”.
Concluímos nossa reflexão com as palavras o Papa Francisco (Fratelli Tutti 11), que nos convida a continuar trabalhando, cada dia, porque “o bem, como também o amor, a justiça e a solidariedade, não se alcança de uma vez para sempre; temos que conquistá-las a cada dia.”
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Ir. Ángel Diego – Diretor do Secretariado de Solidariedade