1 de julho de 2022 CASA GERAL

1 de julho – Memória dos Irmãos Chris Mannion e Joseph Rushigajiki

No dia primeiro de julho recordamos a trágica morte dos Irmãos Chris Mannion e Joseph Rushigajiki, acontecida quanto tentavam salvar alguns Irmãos e outras pessoas que estavam em perigo em Save, no contexto do genocídio acontecido em Ruanda em 1994. Recordamos esse trágico acontecimento através do relato do Ir. Alexandre Rugema, ruandês, que saíra do país alguns dias antes do conflito.

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 Quando o genocídio de Ruanda se declarou forte e feio em Save, o Irmão Nzabonaliba Albert (o último Irmão a deixar Ruanda) correu por todos os lados para salvar:

  • os Irmãos Tutsi, levando-os para a fronteira com o Burundi,
  • os professores e os jovens postulantes e os Irmãos que tinham ficado em Save
  • pessoas que ele nem conhecia, que estavam a ser alvo dos milicianos; resgatava-as à base de dinheiro,
  • as Irmãs Benebikira que eram atacadas todos os dias e a quem ele levava de comer …

Enquanto isso, os Irmãos Stanislas Ngombwa, Superior do então Distrito do Zaire e Spyridon Ndanga, que era mestre de noviços em Nyangezi (Zaire), conseguiram enviar uma mensagem a Roma pedindo que enviassem alguém que pudesse ajudar na evacuação dos Irmãos Tutsis bloqueados em Save. Assim, aí pelo dia 28 de junho de 1994, o Irmão Chris Mannion, Conselheiro Geral dos Irmãos Maristas, britânico de nascimento, foi enviado pelo Superior Geral para ir a Save prestar auxílio aos Irmãos em perigo de morte.

Antes de deixar Roma, o Superior Geral, disse-lhe: “Pode acontecer que se veja forçado a andar vários quilómetros a pé na floresta, talvez levando alguém às costas. Pode ser que deixe lá a sua pele.” Ele veio por Bujumbura (Burundi) e chegou a Save. Viu e falou com estes Irmãos a quem ele vinha ajudar. E disse-lhes: “Eu vou a Mururu ver os outros Irmãos e volto para os levar.” O Irmão Joseph Rushigajiki ofereceu-se para o acompanhar. No dia seguinte, no caminho de regresso, eles encontraram em Gikongoro e em Butare muitas pessoas em fuga para o Zaire.

O Irmão Joseph Rushigajiki poderá ter-se dado conta do perigo, mas os dois Irmãos continuaram assim mesmo. Alguém poderia pensar que se tratava de um suicídio. Não, o que os levou a prosseguir foi só pensar nos seus Irmãos em perigo de morte. Em Butare, pediram ajuda aos militares franceses ali presentes que aceitaram em os acompanhar até Save. Os dois Irmãos abriam o comboio de viaturas : o carro deles, um jipe ​​e pelo menos três camiões militares (porque os Irmãos tinham a intenção de evacuar pelo menos 200 jovens Irmãs Benebikira, que também estavam bloqueadas em Save).

A dois quilómetros de seu destino, o jipe ​​francês caiu numa vala e o comboio de viaturas  parou para colocar o jipe ​​na estrada. Os dois irmãos, sem saber o que tinha acontecido atrás deles, continuaram o seu caminho. A duzentos metros da residência dos Irmãos, o carro caiu numa emboscada e foi imediatamente crivado de balas, e os Irmãos cairam mortos. O comboio militar francês, ouvindo os tiros, voltou para trás porque não se queriam enfrentar com os soldados da Frente Patriótica Ruandesa (RPF). Era o dia 01 de julho de 1994 pelas 19:00 h

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