23 de agosto de 2020 CASA GERAL

23 de agosto: Dia Internacional para a Memória do Comércio de Escravos e sua Abolição

Todo dia 23 de agosto, a cada ano, é lembrado esse Dia Internacional. Alguns podem pensar que não é mais necessário lembrar essa data, que não há mais escravos. Todos nós temos uma ideia muito cinematográfica da escravidão. Muitos filmes e documentários nos disseram sobre esta realidade no passado. Especialmente relevante foi o tráfico de pessoas entre continentes, para trabalhar como escravos a serviço dos senhores ávidos por aumentar suas riquezas, mesmo à custa da exploração da vida de outros seres humanos que eles consideravam inferiores.

Como cidadãos, como cristãos, como Maristas de Champagnat, somos chamados a aprofundar a realidade de nossos irmãos e irmãs mais necessitados. Felizmente, passos positivos foram dados em muitas partes do mundo. A abolição da escravatura, pelo menos nos aspectos mais marcantes, parece ser uma realidade. Mas não podemos relaxar, ainda há um longo caminho a percorrer.

Atualmente podemos encontrar várias situações que nos lembram a presença da escravidão: mulheres forçadas à prostituição, meninos e meninas que devem dedicar sua infância ao trabalho, pessoas privadas de liberdade por causa de suas opiniões e crenças…  

Como é possível que, em muitos dos nossos países, mulheres e crianças continuem a ser forçadas à prostituição em troca de dinheiro? Mulheres e jovens que são enganados e levados para outros países para praticar a prostituição.

Como é possível que, em nosso mundo “educado”, milhares de meninos e meninas ainda sejam forçados a trabalhar desde tenra idade? Por que os países parecem não fazer nada? Todos conhecemos casos de crianças que não vão à escola porque não podem, porque têm que trabalhar.

Como é possível que, em um mundo onde a bandeira da liberdade de opinião é hasteada, centenas de pessoas sejam privadas de sua liberdade por causa de suas crenças, por causa de sua raça, por causa de sua religião, por causa de sua orientação sexual …? Sim, sabemos que isso também é uma realidade.   

Talvez alguns de nós sejam tentados a desculpar nossa inércia dizendo que, em nosso meio, essas realidades da escravidão não existem. Sabemos que não é fácil ajudar a resolver essas situações, mas isso não significa que não possamos fazer nada.   

Sim, Maristas de Champagnat, também no século XXI continuamos trabalhando para eliminar todas as formas de escravidão. Muitos o fazem com seu trabalho diário, direto e concreto na sua realidade. Outros, como nós, dedicam seus esforços para fazer com que os países tomem medidas reais para abolir a escravidão, por meio do Advocacy, junto aos governos e às Nações Unidas. 

O XXII Capítulo Geral nos lembra que devemos ser “memória profética da dignidade e da igualdade”. Nós sabemos disso, agimos e lutamos para tornar isso uma realidade em nossa sociedade. Também somos convidados a ser criativos para encontrar respostas às necessidades de tantas pessoas que hoje continuam sofrendo algum tipo de escravidão.

Temos o privilégio de poder dedicar nossas vidas à educação de crianças e jovens, pois a partir daí seremos capazes de transformar as injustiças do nosso mundo. Sim, somos capazes.

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Ir. Ángel Diego, diretor do Secretariado de Solidariedade

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