
27 de janeiro – Dia Internacional da Memória do Holocausto
O extermínio de seis milhões de judeus pelos nazistas em toda a Europa nas décadas de 1930 e 1940 foi um pesadelo. Como se isto não fosse suficiente, o século 20 também testemunhou genocídios na Armênia, Bósnia e Herzegovina, Camboja, Ruanda e perseguição étnica ainda na antiga Iugoslávia. Em memória das vítimas destas calamidades, a Assembléia Geral das Nações Unidas, em 2005, estabeleceu o dia 27 de janeiro, o aniversário da libertação do maior campo de extermínio nazista, Auschwitz-Birkenau, pelas tropas soviéticas em 1945, como o Dia Internacional da Memória do Holocausto. Este dia visa a conscientizar sobre formas contemporâneas de anti-semitismo, xenofobia, ódio, discurso do ódio, extremismo e regimes totalitários que criam condições para o genocídio.
Apesar dos esforços feitos para evitar calamidades humanas, os conflitos que ceifam milhares de vidas continuam a atormentar a sociedade atual, alimentados por ideologias extremistas e discursos de ódio. O Holocausto não começou com campos de extermínio, mas com discursos de ódio contra os judeus e com a promulgação de leis anti-semitas pelos nazistas entre 1933 e 1938. Esta situação se agravou à medida que centenas de judeus foram torturados e presos e seus negócios e sinagogas destruídos. Esta onda de ataques normalizou gradualmente a violência contra os judeus e sua perseguição se intensificou quando os nazistas invadiram a Polônia, em 01 de setembro de 1939, e a Segunda Guerra Mundial começou.
Não ao ódio e à violência
O incitamento público ao ódio e à violência tem aumentado nos últimos anos e sua escala e impacto são agora ampliados por novos dispositivos de comunicação. Hoje, as mídias sociais se tornaram plataformas para a disseminação da retórica divisória e do discurso do ódio. Uma onda perturbadora de xenofobia e intolerância se propaga nas redes sociais. Incidentes relacionados a isso resultaram em mortes de pessoas inocentes, ataques a locais de culto e pedidos de represálias a indivíduos ou comunidades. O fenômeno do discurso do ódio é uma ameaça aos valores democráticos, à estabilidade social e à paz, pois impede o pluralismo e a diversidade e mina os direitos e valores fundamentais sobre os quais a democracia se baseia.
Somos sinais da igualdade fundamental
Nós somos uma família humana. Com base neste ensinamento da Igreja Católica, o XXII Capítulo Geral convida a todos os maristas a realizar o sonho de Champagnat de uma família marista global, engajando-se na construção de pontes e no trabalho em rede. Isto implica em nos deixarmos desafiar pelas necessidades do mundo ao nosso redor, sermos um sinal profético da dignidade comum e da igualdade fundamental de todo o Povo de Deus, afastarmo-nos de uma cultura moldada pelos “ego-s” e adotar a dos “eco-s” para reduzir o escândalo da indiferença e da desigualdade, e sermos mensageiros da paz e viver segundo os valores evangélicos.
Enquanto a nossa cultura cresce em indiferença diante dos desafios do mundo, o ensinamento social católico nos lembra que somos custódios de nossos irmãos e irmãs, onde quer que eles vivam, porque somos uma família humana, independentemente de nossas origens nacionais, étnicas, econômicas e ideológicas. Portanto, praticar a solidariedade significa amar o próximo. Esta virtude é descrita por João Paulo II em sua encíclica “Sollicitudo Rei Socialis” como uma firme e perseverante determinação e convite a nos comprometermos com o bem comum, pois somos todos responsáveis por todos.
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Ir. Francis Lukong – Secretariado de Solidariedade
Leia o artigo “Maristas Corajosos”
