6 de maio de 2009 ESPANHA

A Europa marista prepara o Capítulo geral

Em Guardamar (Alicante ? Espanha), de 16 a 19 de abril de 2009, reuniram-se os Conselhos provinciais da Europa (Compostela, Europa Centro-Oeste, Ibérica, Mediterrânea e L?Hermitage) com os capitulares do XXI Capítulo geral dessas mesmas Províncias. A maioria dos capitulares são Conselheiros provinciais, exceto os Irmãos Juan Miguel Anaya e Benito Arbués, que também participaram do encontro, além dos Irmãos Peter Rodney e Emili Turú, Conselheiros gerais de ligação para a Europa. No total, 40 Irmãos mais os facilitadores e tradutores (9 outros Irmãos).

Os dias 17 e 18 foram inteiramente consagrados à reflexão sobre o Capítulo geral, ao passo que, nos dias 16 e 19, foram tratados temas próprios à Europa. A organização desses dois dias foi confiada aos facilitadores provinciais.

A casa de Guardamar e a Província Mediterrânea dedicaram-se de corpo e alma para facilitar o clima do encontro e para colocar à disposição todos os meios necessários para o bom desenvolvimento dos trabalhos.

Preparação para o Capítulo

Esta assembleia valeu-se de dinâmicas para favorecer a escuta e a reflexão partilhada entre os Irmãos e capitulares. Graças a essa escuta, os capitulares preparam seu coração para o Capítulo e, de certo modo, tornam-se melhores porta-vozes dos desejos profundos de seus Irmãos. Por outra parte, os Irmãos das comunidades podem também participar da caminhada capitular comprometendo-se ativamente em todas as iniciativas: consulta inicial, reflexão partilhada sobre os resultados da consulta e os temas que daí derivam, análise do relatório do Conselho geral, etc.

Acolhida dos documentos preparatórios

Considerando as datas do encontro, tratamos, na realidade, de vivenciar juntos a acolhida aos dois documentos preparatórios do Capítulo: ?Orientações para a Reflexão?, da Comissão preparatória, e o ?Relatório do Conselho geral? (o primeiro chegou, há algumas semanas, e o segundo está para ser entregue). Os capitulares tiveram a possibilidade de confrontar com os Conselhos os primeiros ecos e observações, o que lhes ajudará na tarefa de animar a reflexão e o intercâmbio com os Irmãos, em suas Províncias respectivas. Essas circunstâncias esclarecem a natureza e os anseios do encontro: não se tratava de tirar alguma conclusão (não seria honesto definir posições, antes de escutar os Irmãos).

Método de trabalho

Além dessa tarefa fundamental, o encontro serviu para testar o método de trabalho em pequenos grupos, assentados ao redor de uma mesa, em alguma sala. Era uma grande novidade para a maioria de nós. Apesar das línguas, dividimo-nos de diferentes modos para favorizar o encontro da diversidade (cada grupo se valia de duas línguas, no máximo, e onde era necessário, contávamos com a ajuda de tradutores).

Essa disposição permite mudanças de dinâmicas muito simples, o contraste imediato de opiniões em grupo, maior participação e escuta da parte de todos, um tipo de trabalho que facilita a entreajuda e a procura mais constante do consenso; o espírito de grupo é assim mais facilmente percebido do que no trabalho em salas isoladas. O murmúrio dos outros grupos não nos pareceu constranger; pouco a pouco, ele se torna um fundo sonoro com o qual os laços se estreitam e o espírito comum nasce.

A Eucaristia da manhã e a oração da tarde marcaram nosso itinerário e enriqueceram a vida do grupo.

Frutos para a Europa marista

Toda essa dinâmica, além de ajudar-nos a preparar o Capítulo, foi um passo a mais na construção da Europa marista enquanto Região. Estamos todos conscientes de que ainda há caminho a percorrer; esse método de trabalho, sem obrigação de chegar a conclusões, levou-nos a um melhor conhecimento de nossas realidades provinciais e aproximou-nos mais, de modo que, pouco a pouco, a estima mútua cresce, bem como a possibilidade de construirmos juntos. A realidade da vida marista na Europa deverá ser abordada por todos, de modo conjunto, e por isso as respostas não poderão ser parciais.

Plano de trabalho

O plano de trabalho previsto pelos facilitadores compreendia 3 momentos:

1) Entrega dos documentos preparatórios: apresentação, tempo pessoal e intercâmbio, em grupos, sobre os primeiros ecos e elementos recolhidos. Isso foi feito ao longo do dia 17: de manhã, o documento ?Orientações?, e depois do meio-dia, o ?Relatório do Conselho geral?. A caminhada feita pelas Províncias também foi apresentada, sinteticamente.

2) Aprofundamento: à luz das contribuições da véspera, foram propostos 6 temas à escolha para o debate em grupo. Em vista do auditório, todos os grupos consagraram um tempo para refletir também sobre a animação e o governo do Instituto. Isso aconteceu na manhã do dia 18.

3) Escuta: a tarde iniciou com a colocação em comum pelos grupos, um primeiro eco da parte dos capitulares em grupos de três; e finalmente, houve uma reunião de todos os capitulares para se organizarem, prepararem a redação das cartas (provinciais e regionais) e o encontro de agosto, em Madrid.

Primeiros ecos da reflexão partillhada

Como fruto da reflexão sobre os dois documentos de preparação (dia 17), seis temas foram escolhidos que, segundo os facilitadores, receberam o maior número de contribuições da parte de todos os grupos. Esses temas já constituem um indicativo dos desejos profundos da região europeia e uma concretização mais precisa dos 4 grandes temas propostos pelo documento ?Orientações?.

1) A Fraternidade, uma pista para recriar a identidade do Irmão;
2) Formas e níveis de ligação e de pertença dos leigos maristas;
3) Formação conjunta e específica ao carisma e à identidade;
4) Que escola marista, hoje, na Europa?
5) Estar entre os jovens;
6) Um apelo atual: tornar-se mestres de espiritualidade. Mas como?

Na manhã do dia 18, os grupos escolheram livremente por trabalhar um dos temas citados:
– Três grupos escolheram o tema 1;
– Três grupos escolheram o tema 5;
– E um grupo escolheu o tema 6.

Esta escolha revela mais claramente as urgências e as prioridades percebidas pelos Conselhos provinciais da Europa.

No concernente à animação e ao governo do Instituto, convém assinalar que a proposição de um Conselheiro residente na região não suscitou muito entusiasmo, mas até bastante reserva. Bastaria reforçar o papel dos Conselheiros de ligação para as Regiões (isto é, uma nomeação temporária da parte do Superior geral ou de seu Conselho, mas em nenhum caso da parte do Capítulo).

Podemos, finalmente, assinalar dois apelos que brotaram da assembleia:

1. Apelo a ter em conta a realidade atual dos Irmãos, a abandonar uma linguagem utópica e idealista (evitar o uso de tempos verbais exprimindo desejo, ordem ou prospectiva ; evitar também as expressões admoestadoras como ?nos deveríamos…?, ?seria preciso…?, utilizar antes fórmulas que significam convite, reconhecimento ou exortação).

2. Apelo a ser conscientes de que o Capítulo deve realizar unicamente as tarefas que apenas ele pode executar (mudar normas, grandes linhas de fundo…, etc.) sem ter a pretensão de que deve tudo resolver; a animação da vida marista em diferentes lugares convém melhor a outras instâncias do que ao Capítulo geral.

Documentos – Em espanhol
* Aportaciones de los grupos a los 4 temas del documento ORIENTACIONES
* Aportaciones de los grupos a las CONCLUSIONES del INFORME del Consejo general
* Temas de reflexión
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Ir. Josep Maria Soteras

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