12 de dezembro de 2012 REP. DEM. DO CONGO

A fraternidade « Coração sem fronteiras » em Goma

A fraternidade marista « Cœur sans frontières » (Coração sem fronteiras), da República Democrática do Congo (RDC), enviou um relatório detalhado, informando sobre a situação de sofrimento de 60 pessoas com menos de 18 anos, atingidas física e psicologicamente pela violência desencadeada, sobretudo na cidade de Goma, em fim de novembro. O relatório foi feito por membros da fraternidade, presentes em Goma, que puderam constatar pessoalmente a situação trágica dessas crianças e desses jovens. Em seguida, poderão ler uma parte do relatório. 

 

A situação conflituosa no Leste da Rep. D. do Congo e o impacto sobre os direitos da criança

A situação das crianças, na cidade de Goma e em todos os territórios da província do Kivu Norte, parece quase sem saída: assassinatos, raptos, traumatismos, abandonos em casas e nas ruas, fome, violências sexuais… são alguns dos problemas aos quais foram, injustamente, expostas as crianças do Kivu Norte em geral e, particularmente, aquelas da cidade de Goma, durante o período de 18 a 28 de novembro de 2012. Essa situação alerta os membros da fraternidade marista “Coração sem fronteiras – RDC”, presente em Goma e no Kivu Norte.

A guerra tendo começado na cidade de Goma, desde a segunda-feira, 19 de novembro, causou numerosos prejuízos às crianças. As balas, os obuses e bombas caídas em alguns quarteirões mataram uma dezena de crianças, e mesmo que este levantamento seja aproximativo, “uma criança que morre injustamente já e demais!” Por isso uma investigação foi realizada pelos membros da CSF-RDC, em Goma, publicando com amargura os resultados acima citados, mesmo se esses não contabilizam a totalidade das crianças atingidas por esse horror.

É preciso também assinalar que essa guerra risca de aumentar a mortandade infantil entre os prematuros, considerando que a incubadora do hospital provincial de Goma foi destruída pelo grupo rebelde, por ocasião de intervenções especiais.

É imperioso que a comunidade internacional, as instâncias de proteção dos direitos humanos bem como outras organizações de proteção ajam, sem tardança, para evitar um agravamento dramático da situação. É preciso:

1. Mobilizar o governo, os representantes humanitários em favor da assistência às crianças e a suas famílias, nos campos de Mugunga1, Mugunga2, Mugunga3, no Centro de escoteiros de KATOYI, etc. Socorrer as famílias que acolhem e assistem a população de Goma, de Rutshuru, de Nyiragongo e de Masisi, porque ninguém é poupado pelos horrores da guerra.

2. Comprometer todas as partes implicadas em favor do término da guerra e da pacificação do Leste da RDC, mediante a aplicação efetiva do cessar-fogo.

3. Sensibilizar as comunidades (durante e após as operações de deslocamento) com as noções de paz e de convivência pacífica, apesar do estado de psicose geral na província, para evitar e prevenir incidentes futuros.

4. Pleitear em nível internacional a obtenção dos fundos destinados às crianças que se encontram em situação de emergência, no Kivu Norte.

5. Insistir para que as Nações Unidas se comprometam com a restauração da paz, no Leste da RDC, mediante a aplicação efetiva da Convenção dos direitos da criança (CDE), por uma parte, e com a aplicação da Resolução 1612, por outra.

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