
Abraçar o futuro com esperança
De 8 a 11 de agosto realizou-se na Casa de Espiritualidade Marista em El Escorial o segundo encontro de Irmãos e Leigos da rede de Comunidades da Europa. Estavam presentes 37 Irmãos das cinco províncias europeias e 3 casais vindos da Roménia, da Espanha e da Itália. Também participaram os Irmãos Antonio Ramalho, conselheiro geral, e Maurice Berquet, provincial de l’Hermitage.
O tema geral do encontro era “Celebrar a alegria de ser irmãos e leigos num Instituto internacional”. Este tema geral continha três objetivos específicos: 1) celebrar a alegria do encontro e partilhar a vida de nossas comunidades através de experiências vividas; 2) aprofundar os temas da profecia, da mística e da comunhão (continuando a reflexão feita na II Assembleia Internacional da Missão Marista, em Nairóbi) 3) refletir sobre algumas pistas sobre o novo modo de ser maristas hoje, em nível pessoal, comunitário e provincial.
Além disso, como pano de fundo de todo o encontro, estava a tríade do Papa Francisco: “olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”.
As comunidades foram divididas em três blocos para apresentar, com testemunhos muito vivos e profundos, suas próprias realidades à luz de cada um dos temas: Profecia, Mística, Comunhão. Depois disso, todos os participantes partilharam em pequenos grupos suas reflexões sobre cada um dos temas.
As ideias referentes à profecia foram apresentadas na assembleia num símbolo como parte de um grande queijo:
· Somos chamados a uma presença cada vez mais significativa entre os jovens mais necessitados. Que essa presença seja uma presença fraterna onde nos veem como irmãos e onde nós os acolhemos como irmãos.
· Uma presença criativa e amiga muito atenta aos seus problemas e situações de vulnerabilidade.
· Uma presença orante: a Bíblia ensina-nos que uma parte da missão do profeta é rezar pelo seu povo.
· Por fim assinalam que o profeta é o homem da coragem, que não tem medo de deslocar-se para “as periferias existenciais e geográficas” de que fala o Papa Francisco. É junto a essas crianças em necessidade que os maristas de Champagnat devem estar.
As ideias sobre a mística foram trazidas ao grande grupo num símbolo em forma de chama, imitando a fogueira de Nairobi:
· Os maristas de Champagnat são chamados a uma presença mais atenta ao Senhor nas suas vidas através da oração, da contemplação, da meditação da Palavra de Deus.
· Chamados a cultivar e a desenvolver em si uma sede de amor que se nutre e se alimenta nas fontes de água viva e no pão vivo que é o Senhor, como no-lo recorda o nosso documento Água da Rocha.
· O silêncio contemplativo nos chama e nos deixa atentos à voz do Senhor. É o caminho que nos conduz à ternura e à compaixão que devemos expressar em relação àqueles que são o objeto preferido da nossa missão: os mais necessitados.
· Somos chamados a um retorno ou a um aprofundamento da interioridade que conseguimos ao acolher em nós o Espírito do Senhor, fonte de profecia e de mística.
O tema da comunhão foi apresentado através de um símbolo representando a mesa de La Valla:
· Num mundo dividido e fragmentado os Maristas de Champagnat são construtores de comunhão acolhendo no seu seio as crianças das mais diversas proveniências sociais, culturais ou religiosas.
· O sentido de comunhão revela-se em atitudes que devem ser distintivas de todo o marista de Champagnat: atitudes de acolhimento, de abertura, de partilha de vida.
· Os Irmãos e os Leigos maristas são chamados a criar e desenvolver nas suas relações uma atitude de corresponsabilidade aos mais diversos níveis da vida marista.
· Somos chamados a fortalecer e a tornar visível na Igreja o espírito de família, pedra basilar da nossa tradição. O rosto mariano da Igreja que somos chamados a construir tem muito a ver com o espírito de família, de acolhimento e de ternura, elementos fundamentais para viver a comunhão entre todos.
O encontro privilegiou na sua oração o estilo silencioso e contemplativo, ao modo de Taizé, e momentos de partilha.
O Irmão Antonio Ramalho ofereceu ao grupo uma síntese do que tem sido a vida do Instituto nestes últimos anos, com os vários processos em andamento e convergentes: uma “contextualização” que motiva o Instituto a viver a celebração do bicentenário em 2017 como um novo começo.
Fez também referencia a eventos significativos que contribuiram à criação dessa mentalidade: a Conferência dos Provinciais de 2013; a Assembleia Internacional da Missão, em Nairóbi e a Assembleia Europeia da Missão, em L’Hermitage; e o significado vivencial da renovação das casas de L’Hermitage e de La Valla. Tudo isso são elementos que estão ajudando a nova aurora a nascer.
No último plenário, depois de uma reunião por Províncias, houve troca de sugestões de como se manter o espírito da rede. O encontro terminou com a eucaristia e um jantar de confraternização ao ar livre.