30 de maio de 2012 CASA GERAL

Administração geral ? Roma

No dia 16 de maio, um grupo de leigos e Irmãos da Administração geral se dirigiu a L’Hermitage, na França, com o objetivo de aprofundar o conhecimento de São Marcelino e de compreender melhor sua figura e o espírito marista. O grupo, depois da experiência, concluiu que caminhar, tocar, cheirar e ver esses lugares é um pouco como a experiência narrada em Mc 9,2: “num alto monte, num lugar afastado, eles sozinhos". Também é preciso  mencionar que nesses lugares se respira a presença de Maria, nas imagens e recordações. O grupo reconhece que agora lhes toca viver a atitude mariana de “conservar todas essas coisas em seu coração”. (Lc 2, 51)

Os cinco dias de estada em l’Hermitage foram momentos cheios de encontros, visitas, caminhadas, orações e, sobretudo, uma descoberta da espiritualidade que impregna os lugares maristas. Foi uma oportunidade única para tocar o carisma marista em suas raízes, conhecer onde nasceu o ideal e o sonho de São Marcelino, verificar como ele deu um passo significativo em favor da humanização sonhada por Jesus de Nazaré (o Reino de Deus). Por outra parte, o grupo estava consciente, desde o princípio, que cada qual encontraria o que previamente levava no coração.

Preciso registrar que, na avaliação, foi dito que não houve momentos de fortes emoções, mas que todos sentiram a alegria de estar juntos, de saborear cada visita, cada acontecimento, cada encontro e sorriso… e tudo marcado pela naturalidade. “Quão bom e suave é os Irmãos viverem juntos” (Sl 133). Em toda relação vem em primeiro lugar a partilha do normal da vida e, depois, a experiência mais profunda do que se é. As coisas não são forçadas. Símbolo disso é a “mesa” da casa de La Valla, essa mesa que nos fez provar a simplicidade e o estar juntos, natural como o comer com um amigo, e experimentar que algo inunda teu coração e que te faz sentir diferente, especial, em comunhão.

Menção especial cabe à maravilhosa acolhida que recebemos das comunidades de L’Hermitage, de La Valla e Le Rosey.

Algum leitor talvez pergunte qual foi a experiência mais significativa para o grupo; pessoalmente, diria – escutando a maioria – que foi “o caminhar”. Sim, o caminhar, como a própria vida. Nesses dias, fizemos muitos km a pé, marcha pura e dura: Marlhes >Le  Rosey > La Valla > L’Hermitage > Les Maisonnettes > L’Hermitage > Le Rosey > L’Hermitage. O contato com a natureza, com o companheiro de caminhada, os momentos de andar sozinho, tudo ajudou a encontrar-se consigo mesmo, com os outros e com o “Fundamento mais profundo da realidade” (Deus).

Quero destacar o dia do caminho (route) Champagnat. Exigiu o esforço de todos para percorrer os 32 quilômetros, entre as montanhas. Não esteve ausente o entusiasmo e o ânimo em todo o percurso. Os ritmos pessoais diferentes se unificavam no ritmo grupal. Um dia para refazer a experiência “Champagnat” (ele caminhou tanto por esses lugares, respondendo a seu compromisso sacerdotal…); “nove horas de caminho” não deveriam significar algo extraordinário para quem ardia em paixão apostólica. Nem o esforço nem o tempo supõem dificuldade para um grupo humano que olha para o mesmo horizonte e se nutre na comum esperança de chegar. Essa experiência de caminho, entre pedras e água, com subidas e descidas, foi ocasião para sentir o prazer de uma meta alcançada, multiplicando-se o prazer na satisfação de tê-lo conseguido junto com outros.

Outra experiência significativa, fora dos lugares maristas, foi a de encerrar nossa peregrinação com a liturgia dominical, em Taizé, lugar onde muitas línguas diferentes se escutam e as mais diversas culturas se mesclam, na acolhida semanal de milhares de jovens. Ali os credos se unificam e se cumpre o texto de Lucas, nos Atos dos Apóstolos 2,17:

“…Derramarei meu Espírito sobre toda carne,
e vossos filhos e vossas filhas profetizarão;
e vossos jovens terão visões. …”

Na simplicidade desta peregrinação marista, quero acrescentar que foi uma experiência bonita de leigos/as e Irmãos, muito em consonância com o espírito da nova relação destes tempos. Em poucos dias, pode-se partilhar a alegria de estar juntos, a fé pessoal, a realidade familiar, os projetos de futuro, as preocupações do próprio trabalho, o prato preferido ou o uso do tempo livre. A experiência introduz nos caminhos novos que aparecem em nosso Instituto, em que é possível falar em partilhar o carisma marista, de caminhar juntos na complementaridade vocacional, de constatar que nos realizamos com os outros, de que é possível uma Igreja-comunhão.

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Ir. Pedro Sánchez de León
Secretário geral

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