Apelo ao XXI Capítulo Geral
Este pequeno documento, subscrito por todos os participantes das duas experiências de formação conjunta, em Quito (1-30 de julho de 2008) e St-Paul-Trois-Châteaux (24 de abril ? 17 maio de 2009), termina com uns pedidos e recomendações ao XXI Capítulo geral. Cremos que podem ajudar a discernir os apelos que o Espírito faz ao Instituto, neste momento histórico.
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Estimados Irmãos e leigos participantes:
O XX Capítulo geral escrevia: ?Convictos de que o Espírito de vida nos conduz por este caminho comum, e respeitando nossas diferenças e os ritmos de cada um, nós nos comprometemos a promover, juntos, experiências e processos de reflexão que nos levem a aprofundar nossa identidade marista e a clarificar as diferentes formas de pertença ao Instituto. Isso implica processos de formação conjunta, de Irmãos e Leigos.? (Escolhamos a vida, 29)
Desde então, a Administração geral animou diversas experiências de formação conjunta: Les Avellanes (2007), Assembleia internacional de Mendes (2007), Quito (2008), Saint-Paul-Trois-Châteaux (2009) e Chosica (2009). Muitos irmãos e leigos já experimentaram a riqueza desse novo tipo de formação e estão iniciando processos similares em suas Províncias e Distritos.
Conscientes de que a vitalidade de nossa família religiosa e a fidelidade à sua missão dependem, em grande parte, da formação de seus membros (C 95), estamos convencidos de que a formação é o maior investimento que o Instituto dos Irmãos Maristas pode fazer, com a atual novidade de integrar os leigos e leigas que se sentem chamados a ser maristas.
O futuro do carisma marista relaciona-se a este caminho partilhado por Irmãos e leigos, por isso, queremos oferecer-lhes uma síntese do que temos vivido e refletido juntos, nas experiências acima citadas.
Constatações a partir das experiências vividas:
A vocação marista é um dom de Deus que é oferecido a pessoas comprometidas com formas de vida diferente e querem viver o Evangelho segundo o carisma marista. Não há vocação marista sem missão, sem espiritualidade e sentido de comunidade.
A formação conjunta quer expressar que leigos e irmãos precisam uns dos outros para desenvolver sua identidade marista comum e nossas identidades específicas.
Isso supõe processos: itinerário, caminho, etapas, sistematização? mais do que ações ocasionais ou programas sem visão.
Processos comunitários, pois a identidade marista que queremos recriar é para ser vivida em comunidade, seja de irmãos, leigos ou, irmãos e leigos. Mas só ocorrem verdadeiros processos comunitários, se houver processos pessoais. Parte-se da pessoa e da comunidade vem o complemento.
É, principalmente, experiência vital, e deve preparar para partilhar vida, fé, missão, carisma, experiências comunitárias, discernimento em comum?
A finalidade de toda formação conjunta é a de promover a vitalidade do carisma marista: missão espiritualidade, vida partilhada?
Toda comunidade marista deveria ser formadora e sentir-se chamada a repassar essa mesma formação para outras pessoas.
Devemos, pois, tomar consciência da necessidade de um novo tipo de formação marista que, sem negar a formação específica de irmãos e leigos, tenha em conta a riqueza da complementaridade da formação conjunta. Assim como a missão e a espiritualidade devem ser partilhadas, assim ocorre com a formação marista.
As experiências vividas nos permitem afirmar que a formação conjunta não conduz a uma confusão das identidades específicas, mas a um enriquecimento das mesmas. O Espírito parece dizer-nos que não encontraremos a verdadeira identidade da vida religiosa e da vida laical marista de modo separado: uma precisa da outra. Os sinais do Espírito, comuns a todos esses encontros, foram a alegria, a oração profunda e o compromisso com a vocação marista. Eles dão certa garantia ao caminho de revitalização do carisma.
Pelo que pedimos ao Capítulo geral que recomende e tome decisões que ajudem a:
1. Desenvolver processos de formação conjunta de leigos e Irmãos, em todas as Unidades administrativas (UA).
2. Promover a criação de novos modelos de vida e de missão partilhada,
Irmãos e leigos, que sejam núcleos comunitários de referência para a vitalidade do carisma e a responsabilidade na missão, tanto nas UA como em nível de Instituto.
3. Continuar a animar a reflexão sobre uma nova formação marista, conjunta e específica que contemple tanto a riqueza das identidades específicas quanto a complementaridade das mesmas. Caminhar rumo a um novo Guia de formação marista que inclua as diferentes formas de viver o carisma marista.
4. Que a nova Administração geral continue a assumir um papel ativo na preparação de formadores maristas, irmãos e leigos, para essa formação conjunta e específica.
5. Promover, em diversos lugares do Instituto, a vivência (ad experimentum), com os leigos interessados, de formas distintas de compromisso com o carisma marista, de modo que, nos próximos anos, um bom número de UA tenha iniciado experiências significativas que permitam maior corresponsabilidade e tomada de decisões conjuntas, irmãos e leigos, sobre a vida e a missão marista.
6. Continuar desenvolvendo, através da Administração geral e de sua ligação com as UA, ?novas formas? de comunicar a ?vida nova? que já nasce no mundo marista. Não se trata somente de uma questão técnica mas compreende, sobretudo, uma melhor articulação do laicato mais comprometido e sua de conexão vital com as comunidades de irmãos, para lograr uma visão internacional com maior comunhão com o carisma marista.
7. Desenvolver programas de formação que acompanhem os jovens adultos no discernimento e no compromisso de sua vocação.
Subscrito pelos:
Participantes das experiências de formação conjunta de Quito e Saint-Paul-Trois-Château
Administração geral
Ir. Javier Espinosa
Ir. Pau Fornells
Ir. Teófilo Minga
Amazônia
Ir. Valdir Gobatto
América Central
Ir. Luis Carlos Gutiérrez
Sr. Sergio Pérez
Brasil Centro-Norte
Sra. Rita Rocha
Ir. Wagner Cruz
Brasil Centro-Sul
Ir. Anacleto Peruzzo
Sra. Lúcia Coelho
Canadá
Ir. Réal Sauvageau
Sr. Robert Giguère
Sra. Véronique Dumais
Compostela
Ir. Carlos Hernández
Cruz del Sur
Sr. Marcos Denevi
Ásia Leste
Ir. Chinthana Nonis
Sra. Kamala Xavier
Europa Centro-Oeste
Sra. Marie Paul Stevens
Ir. Michael Schmalzl
Ibérica
Sra. Ana Sarrate
Ir. Ernesto Tendero
L?Hermitage
Ir. Bernard Régis
Ir. Jaume Parés
Ir. Jean Pierre Destombes
Mediterrânea
Sr. Juan García
México Ocidental
Sra. Cecilia Cortez
Melanésia
Ir. Donovan Tami
Norandina
Sra. Claudia Rojas
Sra. Cristina Ángel
Paraguai
Francisco Romero
Rio Grande do Sul
Sérgio Schons
Santa María de los Andes
Sra. Mónica Aguirre
Sydney
Sra. Carole Wark
Ir. Michael Callinan
Sr. Tony Clarke
USA
Ir. Hank Hammer
Sr. Vincent Andiorio
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Nota: Se desejarem os documentos finais de Les Avellanes, Quito e Saint-Paul- Trois-Châteaux
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Roma, 21 junho 2009