12 de outubro de 2007 ITáLIA

Ato acadêmico sobre os mártires da Espanha

No próximo dia 28 de outubro, a Igreja celebrará a beatificação mais numerosa da história, ao elevar à glória dos altares quase quinhentos mártires da perseguição religiosa que aconteceu na Espanha na última década de 30.

O Pe. Juan Antonio Martinez Camino, secretário-geral da Conferência Episcopal Espanhola, deu a conhecer este dado em um ato acadêmico celebrado hoje por ocasião da beatificação, na Sala Magna do Pontifício Instituto Agostiniano, junto ao Vaticano.

O cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, presidirá nesse dia, na Praça de São Pedro, no Vaticano, a beatificação dos 498 mártires do século XX na Espanha.

«Nunca haviam sido beatificados tantos servos de Deus em uma só cerimônia ? explicou o porta-voz da Conferência Episcopal: é a mais numerosa da história.»

«Do ponto de vista organizativo, é a primeira vez que diversas e numerosas causas (vinte e três), iniciadas e levadas a cabo em seu devido momento pelas respectivas postulações, são acolhidas pelo Escritório para as Causas dos Santos, criado pela Conferência Episcopal Espanhola em diálogo com a Congregação das Causas dos Santos, para estimular, acompanhar e coordenar o trabalho dos responsáveis, respeitando sempre suas funções.»

«E enfim ? declarou ?, desde o ponto de vista pastoral, são praticamente todas as dioceses espanholas que, por razão de nascimento, vida apostólica ou martírio dos novos beatos, se vêem beneficiadas por esta grande festa da fé e da santidade.»

O secretário da Conferência Episcopal declarou que «uma beatificação tão numerosa não foi preparada para cultivar nenhuma megalomania. A cerimônia e a festa serão grandes, porque grande é a página da história da Igreja na Espanha que nelas se reflete».

«São muitos os casos de martírio já reconhecidos pela Igreja para esse período da última década de 30. Com estes novos beatos se aproximam já dos mil (exatamente 977, entre os quais 11 são santos).»

«E são muitos os casos que podem ser reconhecidos no futuro ? informou o Pe. Martinez Camino. Os processos de cerca de dois mil deles estão já em andamento. E é previsível que se continue propondo outros muitos casos até chegar a milhares deles.»

«A perseguição religiosa da década de 30 tem características próprias na Espanha. Mas não é um caso isolado nem original da Espanha. Inscreve-se na grande perseguição sofrida pelos cristãos de todas as conferências, no século XX, no mundo, e, em particular, na Europa», declarou.

«A Igreja não busca culpados quando beatifica seus mártires. Busca só a glória de Deus e o bem dos homens. Busca promover a causa de Jesus Cristo, que é a causa do ser humano.»

No ato acadêmico, interveio Dom Vicente Cárcerl Ortí, estudioso de História da Igreja na Espanha, quem explicou que a perseguição religiosa dos anos 1934 e 1936-39 foi o aspecto mais negativo da Segunda República Espanhola, que se pretendeu ocultar misturando-a, confundindo-a ou justificando-a com a Guerra Civil, quando na verdade começou dois anos antes.

O Papa Pio XI, na encíclica «Dilectissima nobis» (3 de junho de 1933) denunciou ante o mundo a situação de autêntica perseguição religiosa que a Igreja na Espanha vivia, recordou o historiador.

«Foi a maior perseguição conhecida na História da Espanha e talvez em toda a história da Igreja Católica. Houve aproximadamente dez mil mártires por motivos religiosos», explicou.

ROMA, sexta-feira, 5 de outubro de 2007 (ZENIT.org).

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