10 de dezembro de 2006 NOVA ZELâNDIA

Caminho em busca da democracia

Esta é uma carta de Soane Vahe a Anne Dooley, coordenadora dos leigos maristas de Melbourne. Quem escreve é o diretor leigo marista do Takuilau College de Tonga. Soane e sua esposa, Feloa, participaram do recente seminário sobre «Compartilhar a visão de Champagnat», nas ilhas Fiji, e ficaram entusiasmados com o espírito e o carisma maristas.
Na carta que segue, Soane descreve a situação em Tonga.
Rezemos pelo povo de Tonga nestes momentos tristes.

Saudações da Beirute do Pacífico.
Bom dia, Anne. Muito obrigada pelas suas orações e lembranças. Minha família ficou muito agradecida.
As coisas aqui voltaram à normalidade, com exceção da capital. Principalmente o centro está fechado. Esta parte ficou muito danificada pelo bombardamento e pelos assaltos. Os saques que ocorreram indicam a situação econômica que reina no país. Os que morreram nos incêndios eram ladrões que estavam bêbados naqueles momentos, e não podendo perceber o perigo, ficaram presos dentro. Esta foi uma ocasião muito triste, na qual se manifestou pela primeira vez o poder do povo, e este tem que aprender a utilizá-lo. Passará muito tempo antes que se consiga isto, mas é preciso educar as pessoas para que compreendam qual é o verdadeiro objeto do poder. Por isso precisamos tanto de suas orações.
Os acontecimentos da semana passada são o resultado dos erros de ambas as partes. O governo não queria mudar o regime para uma democracia, e o povo estava inquieto e ansioso para vê-la instaurada. Diante destas circunstâncias os delinqüentes aproveitaram amplamente da confusão para roubar com comodidade. As lojas dos chineses sofreram particularmente com os ataques, porque se tornaram os bodes expiatórios do desmoronamento econômico do país. Nada disso teria acontecido se os dirigentes tivessem tido a visão de para onde caminhava o país. Se tivessem sido homens de oração, teriam ouvido a vontade de Deus e as coisas teriam caminhado por frutíferas estradas do amor.

As escolas da ilha principal continuam fechadas, mas aqui, no Takuilau College, nós funcionamos dentro da normalidade porque a cidade está distante 25 quilômetros, ainda que permaneçamos atentos ao desenvolvimento dos acontecimentos. As férias começam em 28 de novembro e todos estão desejando que cheguem logo, tanto os alunos como os professores.

Muito obrigada pela preocupação de vocês, Anne, e por favor peça aos irmãos que continuem rezando pelas pessoas de Tonga, porque precisamos muito.

A serviço de Cristo, através de Maria e Marcelino,
Soane

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