19 de agosto de 2009 CASA GERAL

Capítulo geral – Uma visão geral do caminho percorrido

O Ir. Teodoro Grageda, 50 anos, mexicano de nascimento, africano de adoção, esteve à frente da comissão preparatória do 21° Capítulo geral como secretário, coordenando a partir de Roma o programa de atividades. Pelas suas mãos e pelo seu coração passaram os diversos detalhes desta ampla e intensa preparação que se realizou no Instituto. Uma vez terminadas as eleições dos delegados capitulares, manteve um intenso diálogo com todos eles, através do site na internet que foi criado especialmente para realizar este serviço. Ele não conta as horas de trabalho, absorvido pela tela do computador, em seu escritório no primeiro andar da Casa geral. Ao interrompermos por alguns minutos o seu trabalho, ele nos acolheu com um amplo sorriso.

AMEstaún. Quase 20 anos na África. Você estava praticamente terminando o seu trabalho no MIC, em Nairobi, quando recebeu uma notícia inesperada, que o encarregava da secretaria da comissão que prepararia o 21° Capítulo geral. Como você recebeu este encargo?
Teodoro Grageda. Com surpresa, porque até aquele momento eu não sabia de nada.

AMEstaún. E uma vez superada a surpresa?
Teodoro Grageda. Pois é, com uma certa ?revolução dentro de mim. Eu imaginava que ao término do trabalho em Nairobi teria um tempo sabático, alguns meses para estar logo preparado para o meu destino seguinte e, de repente, apareceu esta novidade na metade do caminho e tive que mudar os planos. Senti também uma grande alegria de poder dar a minha contribuição para o Instituto.

AMEstaún. Um trabalho como este, que surge de improviso em sua vida, apresenta desafios pessoais inesperados.
Teodoro Grageda. Um deles, muito importante, foi o de melhorar meu nível de compreensão e de uso do francês, já que deixei de cultivá-lo depois do tempo da formação inicial, e tive que melhorá-lo para poder me expressar neste idioma com as pessoas que o utilizam habitualmente. Por outro lado, o trabalho que tive que realizar me obrigou a me organizar de maneira mais prática, saber onde estão as coisas e estar atento a tudo aquilo que vai chegando e saindo.
A nova situação também exigiu de mim que desse mais tempo para atender pessoalmente àqueles que requeriam alguma ajuda, e com muita satisfação fiz o que estava ao meu alcance, tanto quanto pude. Isto me abriu muitas portas e me proporcionou numerosos relacionamentos. Encontrei uma grande disponibilidade e colaboração nos membros do Conselho geral, nos irmãos e leigos dos diversos órgãos da Casa geral em Roma, nos capitulares, etc. Existe um grande desejo que tudo saia bem. Minha preocupação foi a de combinar todas as coisas boas que existem, os bons ingredientes que já se encontram nas disposições de todos, no bom ambiente de trabalho, para harmonizá-los e para que encontrem um caminho de expressão natural.

AMEstaún. Um trabalho novo é também uma oportunidade para viver experiências enriquecedoras para você mesmo.
Teodoro Grageda. Posso enumerá-las em grande quantidade! O fato de estar neste trabalho me ajudou a conhecer muito mais o Instituto, e a querê-lo assim como é. Outra experiência muito enriquecedora foi o fato de ter trabalhado muito próximo de todos os membros da comissão preparatória. Recebi um grande apoio de todos e de cada um em particular. Penso que fizemos um trabalho de equipe. Somos muito diversos, em nossa maneira de ser, nos ritmos de trabalho, e apesar disso chegamos a um bom nível de entendimento e de trabalho.
Chamou-me muito a atenção, desde o primeiro momento, a disponibilidade dos provinciais em atender às reiteradas solicitações, que era do meu trabalho lhes apresentar. Algo semelhante ocorreu no relacionamento com os representantes de cada unidade administrativa, e mais tarde com todos os delegados do Capítulo. Além disso, a comunicação direta com muitos irmãos do Instituto, conhecidos ou não, me dá muito ânimo. Nestes contatos, passamos com muita facilidade dos temas do Capítulo a assuntos ligados à vida pessoal marista. Isto foi muito enriquecedor para mim! Há muitos irmãos com quem compartilhei a minha vida e de quem percebi um grande apoio. Posso somente expressar sentimento de agradecimento ao Instituto.

AMEstaún. Qual é a sua visão sobre aquilo que está por trás deste caminho institucional de preparação?
Teodoro Grageda. Gostei muito da dinâmica que procuramos seguir, pois pudemos ter um contato com pessoas que estão presentes em âmbitos muito diferentes: irmãos (em postos diretivos, vinculados com instituições educativas ou em outros tipos de presença no apostolado, irmãos com experiência e que já estão aposentados, jovens em formação), leigos e leigas maristas que expressaram seus pontos de vista, jovens dirigentes de grupos juvenis ou vocacionais, etc. Isto quer dizer que as bases da instituição foram consideradas neste movimento de criação de consciência sobre o que se passa atualmente no âmbito do Instituto. Sinto que algumas regiões de nossa congregação, que possivelmente em outras ocasiões permaneceram mais à margem do que ocorria, neste processo de preparação se sentiram parte do todo.

AMEstaún. Um prognóstico a respeito daquilo que nos apresentará o 21° Capítulo geral.
Teodoro Grageda. Dentro da comissão preparatória discutimos em nossa última reunião o plano geral que sugerimos ao Capítulo, e descubro nele que muito mais do que ?chegar a tratar de todos os temas surgidos e que surgirão?, se tratará de criar um ambiente muito natural de tomada de decisão, vivendo processos que envolvam a todos dentro do Capítulo, de maneira inclusiva, para chegar a um objetivo ou propósito compartilhado por todos. Penso que à base de tudo isso estará a confiança de uns nos outros, colocando os temas sobre a mesa e não havendo decisões preconcebidas, mas permanecendo abertos ao que o Espírito Santo quiser de nós.

AMEstaún. Muito obrigado.

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