17 de junho de 2011 ESPANHA

Celebremos a história, façamos caminho…

A celebração do sábado, 4 de junho de 2011, foi muito simples, mas de grande profundidade. Um grande mural de 12 metros por 1,50 presidia o fundo do cenário da sala de atos, no colégio “A Imaculada”. No mural, seis estampas de um metro por 0.80 centímetros, em forma de mosaico retangular, formavam uma “linha de sucessão vital”, das origens da vida marista até hoje. O primeiro quadro era uma mancha amarela que simbolizava a origem. Depois dessa luz, seguiam Marcelino; o Ir. Francisco, sucessor de Marcelino; o Ir. Basílio Rueda, Superior-geral de 1967 a 1985; o Ir. Virgílio León, provincial da Catalunha de 1966 a 1974; o Ir. Henri Vergès, mártir na Argélia em 1994; e uma dupla imagem com o Ir. Ismael Valls, atualmente na missão ad gentes, e Nereida Ruiz, cooperador da SED, na Tanzânia, durante dos anos de 2008 a 2011.

Na sala, seis mesas com objetos simbólicos, referentes a cada um dos personagens, e umas breves notas biográficas eram o ponto de encontro para que, livremente, as sessenta pessoas presentes pudessem sentar e partilhar ecos, sentimentos e ilusões (não suas ideias nem moralismos).

Em determinado momento, afastei-me um pouco da cena. Tive a sensação que observei nas sinagogas e entre nós, os cristãos, quando partilhamos a Palavra: sobre cada mesa encontra-se a vida cheia de Deus. O modo como as pessoas se olhavam, falavam e se escutavam…; o volume de voz, o respeito que se podia apalpar… Tudo fazia por exclamar: Deus está aqui presente!

Foi proclamada a Palavra do Evangelho (Mt 20, 20-26, a dos filhos de Zebedeu e o sentido do “serviço”). Depois, foram coladas etiquetas, sobres as imagens do mural, como eco do que cada um queria destacar e se cantou: “Tú serás hoy Champagnat”. Demo-nos a paz e concluímos com um festivo “pica-pica” (aperitivo). Nada de discursos, nem homilia. Conhecer-nos, escutar-nos, descobrir e enamorar-nos do rico patrimônio que temos na casa e que deve projetar-nos com esperança para o futuro.

No fim, Pep Buetas, responsável do Secretariado Comunhão Irmãos e Leigos, dirigiu umas palavras de agradecimento e ao mesmo tempo de muita profundidade e força dramática: “Hoje, podemos sentir-nos como o Ir. Francisco que, eleito Superior, viu em breve tempo morrer “seu pai”. Um profundo sentimento de orfandade humana e uma inquietude real, ante um futuro incerto, deve ter sentido o bom homem… Mas, ao mesmo tempo, brotava-lhe do coração uma confiança inquebrantável em Deus e em Maria e sabia ser continuador de seu projeto. Esse mesmo sentimento de inquietude é nos familiar a muitos de nós que podemos sentir vertigens, face a um futuro incerto e novo. A fé e o coração do bom Irmão Francisco sejam luz a guiar nossos passos”.

Creio que no sábado que passou, vivemos uma verdadeira celebração pascal que poderia ser promovida em outros âmbitos maristas. Ela foi possível pelo entusiasmo e pela generosidade de toda a equipe que a preparou e pela bendita circunstância do encontro, no ‘Imaculada’, de um grupo de pessoas unidas, há muito tempo, por complexas e fecundas redes de ternura e amizade, de amor a tudo o que é marista, espiritualidade e fé no futuro.

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Joan Puig-Pey
Leigos do colégio ‘La Inmaculada’
‘Secretariado Comunión hermanos y laicos’
http://www.maristes.org/laics/

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