Comunidades internacionais para um novo começo
O segundo grupo de Irmãos e Leigos destinados às comunidades internacionais do programa Lavalla200> começou sua formação no final de abril. Até final de junho estarão em San Martino a Monte, Itália. Em seguida concluirão a etapa nos lugares maristas, na França. O Ir. Mario Meuti, um dos participantes, descreve, no texto abaixo, a experiência vivida nessas últimas semanas.
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Depois de alguns dias em Roma, na sexta-feira 5 de maio viemos a San Martino a Monte, município de Poppi, na Toscana. Estamos morando nas “Casas Novas”, um grupo de casas de propriedade do antigo mosteiro de Camaldoli, recentemente reformadas, bem equipadas e adaptadas para hospedar famílias em período de férias. O panorama do entorno é belíssimo, com as típicas colinas toscanas, e a poucos minutos de carro da cidade de Bibbiena, que tem um centro comercial e todos os serviços necessários, inclusive hospital.
Fomos divididos em 4 fraternidades, todas com Irmãos e Leigos e uma figura feminina. Também tradutores e hóspedes, enviados para orientar nossas reflexões e conduzir nossa experiência como grupo, são integrados em uma das fraternidades. Cada grupo tem autonomia organizativa e financeira: da cozinha à oração, das compras à organização da casa e do tempo livre.
Oficialmente usamos duas línguas: espanhol e inglês, mas na realidade temos uma diversidade maior (5 línguas). Hábitos e mentalidades muito diferentes constituem um belo desafio de convivência com dez nacionalidades dos cinco continentes e até com grande diferença de idade, com Juliana, jovem australiana de 24 anos a 72 anos. Alguns, no início, estavam preocupados por haver superado os 60, mas depois se deram conta de estar em boa companhia.
Em cada dia vivemos juntos momentos formativos fundamentais: duas sessões de trabalho de manhã (das 9h às 12h30) e uma de tarde (das 15h30 às 17h), dirigidas por pessoas capacitadas, escolhidas a dedo.
Iniciamos nosso período formativo com três dias de mútuo conhecimento e auto conhecimento, auxiliados pelo eneagrama de personalidade proposto pelo Ir. Lluís Serra; continuamos com três dias dedicados ao aprofundamento do discernimento, tanto pessoal como comunitário, sob a orientação do Pe. Michael Pavulraj SJ, indiano, professor da Universidade Gregoriana. Depois veio Louise Evans, uma senhora originária do país de Gales que vive em Florença e há mais de vinte anos faz cursos e sessões formativas para top manager e empresários de companhias multinacionais sobre realização em ambientes interculturais. É uma grande especialista da conhecida comunicação não violenta e consultora de muitas empresas de renome.
Nesta terceira semana estamos vivendo novas e estimulantes dinâmicas de relacionamento, que envolvem nossa parte emotiva, não apenas a esfera intelectual, e nos exercitamos na descoberta do tipo de liderança a ser usada nas novas comunidades. Nelas teremos que viver, não só Irmãos, acostumados a ter um superior e uma série de regras comuns, mas também com leigos e leigas mais jovens, de outras gerações e de diferentes culturas; estas condições nos estimulam a viver plenamente o carisma marista. Nestas dinâmicas nos ajuda o Pe. Tim Norton, australiano, missionário do Verbo Divino e atual diretor do Centro de Nemi e a Ir. Salomé Labra Madariaga, chilena, Missionária Serva do Espírito Santo.
O objetivo deste trabalho formativo é viver já em condições parecidas às que teremos nas comunidades a que seremos chamados a formar dentro de alguns meses: Irmãos e Leigos em igualdade de condições, com o desejo de enriquecer-nos a partir das nossas diferenças.
Nos próximos dias, seguramente, daremos mais atenção à missão: estamos conscientes de viver em função de um “novo começo”. Por isso muitos de nós iremos iniciar uma presença marista em lugares inexplorados ou reforçar comunidades já existentes. Em ambos os casos trata-se de agir em ambientes distantes de nossas culturas de origem e de construir um projeto com adolescentes e jovens marginalizados, que não têm seus direitos respeitados e que são vistos claramente como “problema” social.
Mas agora estamos concentrados no momento presente, vivendo em plenitude esses dias nos quais não nos faltam tempo livre nem fins de semana de descanso, vividos sempre em fraternidade.
Tudo aqui parece bom, mas a aventura está só no início.
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Ir. Mario Meuti