Comunidades InternacionaIs para um Novo Começo
A comunidade internacional Lavalla200> de Atlantis é formada por quatro membros: Irmãos Pietro Bettin (Itália), Nnodu Onwutalu (Nigéria), Anthony Clark (Austrália) e María Bobillo Añel (Espanha). Atlantis é uma cidade situada a uns 40 quilômetros da Cidade do Cabo (África do Sul), formada nos anos 70, durante o período do “apartheid”. A população, na maioria é mestiça (coloured) com um número significativo de jovens. Ali foi estabelecida uma nova presença marista no continente africano.
Às vezes dizem que o que é bom tarda a acontecer. Nós esperamos 8 meses até que chegassem todos os membros da comunidade. Pietro chegou por primeiro na África do Sul, em setembro, Maria em outubro, Anthony em março e Nnodu, o esperado, em abril.
Nos primeiros seis meses, até a chegada de Anthony, os Irmãos foram acolhidos na comunidade do colégio da Cidade do Cabo. Foram meses para aprender a esperar, começar a nos mover (procurar uma casa, comprar um carro, começar os contatos em Atlantis…), meses de vida comunitária para descobrir, pela história dos Irmãos, a riqueza do continente africano. Estamos realmente agradecidos pela acolhida e pelas experiências partilhadas nesses meses. Para nós é de grande valia poder contar com uma comunidade marista tão perto, poder ver-nos de vez em quando, partilhar momentos e atividades e ser apoio, uns para os outros.
Abril foi um mês intenso de atividades, emoções, visitas e mudanças. Com a chegada de Nnodu, nos mudamos para a casa que é agora nossa casa e poucos dias depois chegaram as visitas. Primeiro os Irmãos Ángel Medina e Jeffrey Crowe, nossos acompanhantes em Roma, que estiveram uma semana vendo em primeira mão como estávamos, ajudando-nos a recordar o porquê de uma presença marista aqui, concretamente, em Atlantis e aproveitando também das maravilhas oferecidas pela Cidade do Cabo.
Também em abril, coincidiu com a visita da família de Maria (ficaram encantados ao saber que está bem acompanhada) e a visita do Ir. Norbert (Provincial da África Austral), a quem só podemos agradecer pelo apoio e atenção.
Em maio começamos algo mais “rotineiro”, que de certo modo temos mantido também ao longo de junho. Anthony, Nnodu e Maria começaram aulas de Afrikaans em uma escola de línguas. Têm 3 aulas por dia e com a ajuda de 2 professores, pouco a pouco vamos conseguindo certa desenvoltura no idioma. Os progressos são lentos, claro, porém consideramos importante sermos capazes de nos comunicar com as pessoas de Atlantis no seu idioma materno. Quando tentamos, se surpreendem e, sobretudo, agradecem. Por sorte, a grande maioria fala também o inglês e isso tem sido uma vantagem para nós, ao poder comunicar-nos com eles desde o começo.
Nos meses de janeiro e fevereiro, começamos os contactos com diversas organizações e grupos juvenis de Atlantis que trabalham em favor das crianças e jovens. A primeira surpresa foi encontrar um bom número de organizações que já estão desenvolvendo esse trabalho e a acolhida da parte deles não poderia ter sido melhor.
Agora, depois de alguns meses, estamos colaborando como voluntários em várias delas. Isso nos ajuda a estarmos em contato com os jovens, começar a conhecer sua realidade, seus sonhos e preocupações, dar-nos a conhecer na comunidade de Atlantis, ir conhecendo as necessidades reais e começar a planejar um futuro projeto marista ali.
Também estamos em contato com a paróquia de Atlantis. Foram eles que nos propuseram organizar una semana de atividades durante as férias escolares do mês de julho. Estas últimas semanas, estivemos fazendo os preparativos. Estamos emocionados por poder organizar algo nosso, apreensivos por ver como sairá, agradecidos pelas respostas recebidas e com muita disposição de começar.
Também queremos mencionar o apoio recebido do Saint Joseph’s Marist College. Os professores, a equipe de direção do colégio, os Irmãos da comunidade… sempre nos recebem com um sorriso e nos oferecem sua colaboração. Estivemos presentes nas celebrações do centenário e no dia de Champagnat; há até professores que estão colaborando com nossa comunidade doando coisas para nossa casa. Para o programa de férias, convidamos os alunos dos últimos anos do curso para colaborar conosco como animadores. Cremos que será bom para todos: para eles, ao aproximarem-se de uma realidade que não é a sua; para nós, por poder contar com voluntários para acompanhar as crianças nas diversas atividades. De nossa parte, abrimos a possibilidade de futuras colaborações, que seguramente virão.
A vida comunitária, pouco a pouco vai tomando forma. Vamos nos conhecendo e nos adaptando unos aos outros. Buscamos momentos comuns e momentos pessoais, tempos de fazer e tempos de ser, cuidadosos em respeitar as diferenças e aprender a entender os outros.
No mês de julho, depois do programa de férias para os jovens de Atlantis, esperamos dedicar tempo para refletir sobre o direcionamento a ser dado ao futuro projeto e sermos capazes de perceber os apelos e nossa missão aqui.
