Consciência de pertencer a uma mesma rede
A tutela se encarrega das casas que não têm mais Irmãos Diretores nem Irmãos professores. Cabe-lhe manter o clima que fez o valor dessas instituições, um espírito particular herdado de Marcelino Champagnat, o fundador dos Irmãos, e de seus primeiros discípulos.
Os estabelecimentos sob tutela são muitas vezes escolas fundadas por congregações religiosas. Essas instituições perpetuam uma longa tradição. Não se pode esquecer que o ensino na França foi, por muito tempo, assegurado pela Igreja, e isso de maneira quase exclusiva antes que o Estado se encarregasse disso.
No começo do século XX as congregações religiosas muito empenhadas nesse serviço foram excluídas do ensino oficial. Grande número de religiosos e religiosas, após 1903 optaram por se expatriar e continuar sua missão no estrangeiro. Depois da Segunda Guerra Mundial as tensões se apaziguaram. Em 1959 uma espécie de lei de tolerância permitiu associar ao “serviço público de ensino” as escolas católicas. A maior parte aceitou fazer contratos com o Estado, e assim contribuir no serviço público de ensino.
O pessoal religioso do magistério era então muito numeroso. Depois veio a crise de recrutamento, e os leigos substituíram progressivamente os Irmãos. Ao contato dos religiosos, muitos se impregnaram de seu espírito e mantiveram do melhor modo possível o espírito que constituiu a força desses estabelecimentos católicos. Além disso, a lei de 1959 reconheceu e aceitou que as escolas sob contrato conservassem o que foi chamado “o caráter próprio”.
É a tutela que cuida de promover a formação do pessoal para conservar o espírito marista nessas escolas onde os que conheceram os Irmãos são sempre menos numerosos. O serviço de formação é um meio importante para manter o espírito marista. É presidido pelo Irmão Henri Vignau, cercado por uma equipe de formadores provenientes de vários horizontes. Entre os participantes encontramos também pessoas procedentes dos próprios estabelecimentos. Alguns, depois de muito tempo nessas escolas maristas, tentam transmitir o que receberam dos Irmãos.
Faz algum tempo os estabelecimentos sob tutela do setor norte de França se reuniram em Lagny (Seine-et-Marne) em “Saint-Laurent-La-Paix”. Graças a esses encontros organizados regularmente, se desenvolve a consciência de pertença a uma mesma rede. A gente aprende a se conhecer participando de momentos de convívio e de celebrações.
Os diretores e seus adjuntos de pastoral dos estabelecimentos do setor sul, por sua vez, reuniram-se em Bourg-de-Péage para estudar em conjunto a maneira de assumir a missão pastoral que lhes é confiada.
É a tutela que nomeia os chefes de estabelecimentos sobre os quais repousa o pesado encargo de fazer reinar um clima evangélico nas casas que dirigem. São assistidos nesse ponto por “adjuntos em pastoral”. Devem poder contar também com as “equipes maristas locais”, leigos de seus estabelecimentos, impregnados do espírito marista e que se esforçam de irradiar as convicções que os animam.
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Ir. Bernard Méha, conforme conversa com M. Christophe Schietse, delegado à tutela pelos estabelecimentos maristas de França.
http://www.maristes-france.org/spip218/spip.php?article1011