21 de março de 2011 TAILâNDIA

Eco de uma voz feminina

Ser missionário é ter um aval para ser anunciador do Evangelho de Jesus Cristo à outra cultura, a outros povos… Mas, como ser um anunciador do Evangelho de Jesus Cristo, diante da realidade que me cerca, sendo que, na maior parte da Ásia, apenas 0,5 a 5,0% é cristã?

Galileia, no seu livro O Caminho da Espiritualidade, p. 215-220, exprime-se assim:

“Primeiramente o missionário deve ser um contemplativo, capaz de transmitir não só idéias, discursos e análises, mas, sobretudo, sua experiência pessoal de Jesus Cristo e dos valores de seu Reino. No coração das massas marginalizadas, freqüentemente é testemunha. É como uma vela que se consome, comunicando a luz do Evangelho. Mais nos adentramos na periferia do Cristianismo, em “terra estranha”, mais devemos manter-nos unidos nas fontes contemplativas da Igreja. Muitos missionários generosos naufragaram ou perderam sua identidade cristã, porque esquecerem isso.”

Isso fez-me refletir e pedir a proteção de Deus para não esquecer “qual a minha missão” por estas terras, e ter em mente que é por Deus que me tornei missionário e é por Ele que estou aqui.

Alguém definiu o missionário como “aquele que atua como se fosse invisível”. É aquele que é capaz de seguir adiante, além de qualquer dificuldade, qualquer frustração e decepção, porque tem a força de quem atua sabendo que Deus é a causa de sua experiência cristã. Essa é a fonte da esperança missionária. E é isso que estou fazendo por aqui neste momento. Continuo meus estudos de Inglês, porque será a base do meu trabalho, e já pensando em como organizar e o que organizar, que tipo de projeto pode ser feito e/ou reelaborado por nossas comunidades que já atuam em missão, nos seis países da Ásia em que marcamos presença.

A Missão é um chamado, uma “vocação”, pela qual Deus nos envia “aos outros” (Gl 1,15). O apelo missionário é uma projeção até os demais, um dinamismo para irmos sempre “além da fronteira”. Esse dinamismo esgota-se, se não for nutrido, continuamente, da experiência contemplativa de oração. O envio missionário não é uma condição jurídica, mas o resultado dinâmico de um encontro com Cristo vivo. Pois somente a fé e a contemplação nos põem cara a cara com o Deus invisível.

Os desafios das cidades da Ásia são grandes e clamam por uma nova presença missionária, em resposta aos anseios existenciais e aos gritos de muitos miseráveis, em todos os segmentos e, por isso, exigem de nós novas posturas evangélicas, seja no significado da vida, seja na possibilidade de vislumbrar um sinal para o futuro, seja no horizonte de um maior compromisso com a vida, a evangelização e a justiça, seja na possibilidade de ver seus direitos preservados.

E aqui estou! Na certeza de que Deus está comigo… Ele é a luz que ilumina meus passos, a fortaleza que me sustenta… É a razão de minha jornada… É por Ele que aceitei esta missão e é por Ele que procuro fazer das dificuldades um novo horizonte de vida e de luz!

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Neiva Hoffelder,Prov. do Brasil Centro-Sul
11 de março de 2011

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