13 de outubro de 2010 CUBA

Ecos de uma reunião intercomunitária

No dias 24 e 25 de setembro, sábado e domingo, as Comunidades de Cuba realizaram seu encontro intercomunitário semestral, em Cienfuegos, com a participação do Irmão Hipólito, provincial. Estiveram presentes os Irmãos: Salvador, Efraín, Rodrigo, Héctor, Germán, Carlos e o postulante Mário. Foram muito lembrados os Irmãos Jesús Bayo, na Espanha, atendendo ocasionalmente a seus idosos pais, e Yoandy González, cursando o primeiro ano de Escolasticado, na Guatemala. Foram motivo de muita alegria os Irmãos Rodrigo Cuesta e Germán Chaves, apenas desembarcados na ilha; o primeiro vindo da Espanha, onde participou do ano de espiritualidade e o segundo, de nossa missão na Argélia.A vida marista em Cuba faz parte de um universo mais amplo que é a vida religiosa existente na ilha e, portanto, participa de suas mesmas características e ações. É uma vida religiosa sem instituições, muito inserida nas Igrejas particulares e com um forte acento intercongregacional.Vivemos um momento em que as Congregações de carisma educativo desejam acompanhar com discrição e proximidade as crianças e os jovens, por meio de programas sistemáticos e desescolarizados que promovam o crescimento integral e a maturidade cristã: esporte, violão, teatro, dança, complemento escolar, aulas de inglês, computação, catequese, infância missionária, missões, dias de formação… Tentamos fazer presente o mesmo carisma educativo em projetos de formação de missionários, de educadores, de animadores e assessores de jovens, de voluntários da pastoral social e de catequistas.Em nossa caminhada como vida religiosa cubana identificamos três pólos ou sínteses integradoras que marcam nossa espiritualidade: A mística – ascética, a profecia – sabedoria e a germinação ? utopia.A primeira síntese integradora é a mística ? ascética. Sentimo-nos chamados a descobrir Deus, que se faz transparente na vida diária, por meio de uma espiritualidade de ?olhos abertos? que, nos gestos de fé cotidianos, na solidariedade, reconciliação e outros, nos manifesta sua misericórdia, providência e amor. Também nos esforçamos por usufruir de silêncios de qualidade, eucaristias comunitárias domésticas, momentos de oração e de adoração que denominamos espiritualidade de ?olhos fechados?. Queremos equilibrar essa experiência de Deus com uma ascese que, no áspero e na surpresa da vida cotidiana, encontra oportunidades para cultivar a disponibilidade para com Deus. Queremos fugir do complexo da angústia, da queixa recorrente para amar e abraçar a realidade.A profecia ? sabedoria é a segunda síntese integradora que nos orienta. Há muitos modos de viver a profecia; o ?permanecer e calar? é um deles. Experimentar semear esperança, a partir de pequenas coisas, pode ser profético. A sabedoria nos convida a esperar a hora de Deus, a tolerar, a perseverar e a avivar o sentido do bom humor.A germinação ? utopia é um terceiro farol que nos guia como vida religiosa. Não vivemos tempos de colheita, mas de plantio; o gradual, o anônimo, o pouco se revestem de um especial significado. No entanto, também não queremos sucumbir ao conformismo e ficar de braços cruzados; esforçamo-nos por vislumbrar o horizonte factível de médio e longo prazo: o passo seguinte que hoje podemos dar. Passo curto e olhar distante. É assim que desejamos contribuir à construção do Reino.Pedimos ao Senhor que nos ajude a viver os apelos de nosso último Capítulo geral e a descobrir as novas formas de ser Irmão, a partir desta realidade verde, tumultuada, caribenha e tropical. O lema que a CLAR escolheu, ultimamente, para inspirar a caminhada dos religiosos, nos desafia: ?Escutemos a Deus onde a vida clama?.Muito obrigado irmã, irmão, amiga, amigo, por tua oração em favor desta porção de Igreja e de Congregação que peregrina na pérola do Caribe.Recebam todos nossa saudação fraterna!__________Ir. Carlos Martínez Lavín

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