Encontro com religiosas e professores
Hoje, sexta feira, o papa se reuniu, no Mosteiro de El Escorial, com mais de 1600 religiosas jovens. Entre elas havia cerca de 400 irmãs de clausura. Bento XVI sublinhou, diante deste auditório, a missão das mulheres que consagram a própria vida a Deus, destacando que o relativismo e a mediocridade devem ser combatidos com a radicalidade evangélica. A radicalidade evangélica significa “ser enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, que na vida consagrada significa voltar à raiz do amor a Jesus Cristo com um coração uno, sem antepor nada a este amor, com uma atitude esponsal como viveram os santos, segundo o estilo de Santa Rosa de Lima e Rafael Arnáis, jovens patronos desta Jornada Mundial da Juventude. Tal radicalidade da vida evangélica se exprime na “comunhão filial com a igreja” e na “missão” que Deus nos confiou, concluiu o Papa.
Em seguida, o Santo Padre se reuniu com os membros da comunidade acadêmica menores de 40 anos. É a primeira vez na história das JMJ que um Papa se reúne com os jovens professores. Chamou a atenção deles para os “abusos” de uma ciência que não tem limites e sublinhou a grande responsabilidade dos professores universitários. “Os jovens precisam de mestres autênticos; pessoas abertas à verdade total em diferentes ramos do saber, capazes de escutar, vivendo no seu próprio interior o diálogo interdiciplinar; pessoas convencidas sobretudo da capacidade humana de avançar no caminho da verdade, disse. O Papa, que por sua vez também foi professor universitário, alertou aos jovens colegas professores sobre o pecado da vanidade: “Não devemos atrair os estudantes a nós mesmos, mas encaminhá-los à verdade que todos buscamos”.
Pela tarde, o Papa presidiu a Via Sacra onde centenas de milhares de jovens participaram, com um silêncio impressionante. Fazia muito calor. Em alguns rostos começavam a aparecer sinal de cansaço, acumulado durante estes dias. Contudo não diminuia a alegria.
As estações da Via Sacra estavam marcadas na Rua Recoletos, com vários “pasos” da semana santa trazidos de diferentes cidades da Espanha. A cruz das Jornadas Mundiais, carregada nos ombros por jovens de diversos países, raças e línguas, deu unidade à narração da Paixão de Nosso Senhor. No final da celebração, o Papa dirigiu a palavra aos jovens, relembrando o sofrimento suportado por tantas pessoas em várias partes do mundo – guerras, disputas fratricidas, marginalização, perseguição por motivos religiosos, terrorismo, doenças, catástrofes naturais – para convidá-los a estarem próximos daqueles que sofrem. “Não ignoreis aqueles que sofrem”, disse. “As diversas formas de sofrimento, que durante essa Via Sacra foram relembras, são apelos do Senhor para edificar nossas vidas seguindo as suas pegadas e sermos nós mesmos sinais de consolo e salvação”, comentou o Papa.