29 de setembro de 2023 CASA GERAL

Entrevista com o Ir. Ernesto Sánchez, representante da USG no Sínodo sobre a Sinodalidade

O Ir. Ernesto Sánchez, Superior Geral dos Irmãos Maristas, será um dos 5 representantes da União dos Superiores Gerais (USG) que participará na Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2023 e outubro de 2024).

A assembleia deste ano começará no dia 4 de outubro e se estende até dia 29 de outubro. As atividades em Roma começam no dia 30 de setembro, quando o Papa Francisco vai presidir na Praça São Pedro, no Vaticano, uma vigília de oração intitulada “Juntos”, na qual participarão patriarcas, bispos e líderes de Igrejas de outras tradições cristãs, além de jovens provenientes do mundo inteiro. Estarão presentes também todos os membros do Sínodo sobre a Sinodalidade que, logo a seguir, de 1 a 3 de outrubro, farão um retiro espiritual em preparação à Assembleia Sinodal.

Na entrevista abaixo, Ir. Ernesto conta o percurso para esse momento importante da vida eclesial e fala sobre suas expectativas.

Você participou também do Sínodo de 2018. Qual é agora a sua expectativa para a próxima Assembleia Sinodal?

Ir. Ernesto: Em 2018, o Sínodo sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional foi uma experiência muito positiva para mim. Lembro-me de que, além do Papa, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, quarenta jovens participaram, vindos de muitas partes do mundo. A participação deles foi ativa e muito bem recebida pela Assembleia Sinodal. 

O Sínodo de outubro deste ano faz parte do processo de sinodalidade que estamos vivendo na Igreja desde 2021, e a Assembleia continuará com os mesmos participantes em outubro de 2024.

Acredito que o processo desses anos, como as outras Assembleias Sinodais, será uma experiência importante para a Igreja. Todos os participantes das Dioceses e das Conferências Episcopais, assim como nós que estaremos na Assembleia Sinodal, têm o claro convite do Papa para ouvir a voz do Espírito. O documento de trabalho, Instrumentum Laboris, as dinâmicas que serão realizadas, os momentos de oração, a começar pelo retiro de três dias que antecede a Assembleia, tudo isso tem o objetivo de promover um diálogo que facilite a escuta profunda do Espírito.  Minha expectativa é que todos nós estejamos verdadeiramente abertos para ouvir de coração as intuições que o Espírito nos sopra e, assim, responder melhor como Igreja às necessidades do mundo nos tempos em que vivemos. Trata-se de uma abertura que exige simplicidade na escuta da voz de todos os participantes, com atenção e sem preconceitos; uma abertura que exige disponibilidade, aprendizado e flexibilidade.

O que significa representar a vida religiosa nesta Assembleia?

Ir. Ernesto: Para as Assembleias Sinodais de outubro de 2023 e 2024, foram eleitos 5 religiosos da USG e 5 religiosas da União Internacional das Superioras Gerais (UISG). Nessa Assembleia Sinodal, além do Papa e dos Bispos, haverá 25% de participantes que são religiosos e religiosas, leigos e sacerdotes. Trata-se de uma representação da Igreja, da qual todos nós fazemos parte. Todos esses participantes terão voz e direito a voto durante as sessões da Assembleia.

Acredito que a presença da vida religiosa na Assembleia Sinodal é importante, dada a vida e a missão que temos na Igreja em tantas partes do mundo, com o convite contínuo de sermos testemunhas proféticas.

Também acredito que o processo da sinodalidade que está sendo vivido nesses anos, bem como a dinâmica da próxima Assembleia, entre religiosos e religiosas é algo que estamos tentando viver há vários anos em nossos Capítulos Gerais e Provinciais. Lembro-me de 2009, em Roma, quando pela primeira vez tivemos o Capítulo Geral usando mesas redondas e diálogo em busca de consenso.  Em 2017, em Rio Negro, Colômbia, durante o Capítulo Geral, favorecemos o diálogo contemplativo, realizado em mesas redondas.  E sei que muitos Capítulos das Unidades Administrativas do Instituto realizam dinâmicas semelhantes.  Há muitas congregações religiosas que estão fazendo algo semelhante neste momento. Portanto, nossa presença e contribuição durante o Sínodo podem ser de grande ajuda para nos conectarmos melhor com todas as pessoas que fazem parte da Igreja, a começar pelo Papa, os cardeais e bispos, etc. E, ao mesmo tempo, é uma chance para confirmar que a vida e a missão de nossos institutos religiosos são parte integrante da Igreja.

Como podemos, como Instituto Marista, continuar participando do processo sinodal?

Ir. Ernesto: O convite é que nos tornemos parte do processo sinodal que a Igreja está vivendo.  A escuta mútua entre todos nós nos leva a sentir a voz do Espírito em nossa vida cotidiana e em nossa visão de futuro.  O Instituto realiza diversas atividades e assembleias nas quais buscamos a participação de todos, irmãos, leigos, jovens… Também somos convidados a nos conectar cada vez melhor nas dioceses onde realizamos nossa missão marista.  Desde nossas origens, São Marcelino Champagnat nos motivou a estar sempre em comunhão com a Igreja e com outras congregações religiosas. 

Somos convidados a acompanhar de perto o que acontecerá no próximo Sínodo e também no processo do próximo ano que antecede a Assembleia de 2024.  Surgirão temas importantes sobre os quais precisamos continuar a refletir e implementar nas diferentes sociedades e culturas em que nos encontramos como Instituto.

Contamos com a inspiração de Maria, que foi capaz de seguir a voz do Espírito, estando aberta e disponível.  Ela continua a nos acompanhar nessa caminhada sinodal da Igreja. Oramos juntos em comunhão durante a Assembleia Sinodal.

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