8 de maio de 2009 FRANçA

Espira-de-l?Agly, 26 .04. 2009

Neste 3º domingo de Páscoa, a bela igreja Santa Maria, do XII século, enche-se de fiéis para celebrar a missa, às 10h30, presidida pelo Pe. Jean-Paul Soulet, Vigário geral da diocese de Perpignan, acompanhado pelo Pe. Jean Clavaguera, decano de Agly, e do Pe. Remi Villemin. Celebra-se o 20º aniversário da fundação da fraternidade marista. Por isso, no início da Eucaristia, um membro da Fraternidade diz uma palavra de acolhida:

« Foi em 1988 que Bernadette e André Lemaire, originários do Norte da França, chegaram a Espira-d-l?Agly. Estando ambos aposentados e sendo parentes próximos do Ir. Alexandre Lefebvre, colocaram-se a serviço dos Irmãos. Assim, instalaram-se na casa dos Irmãos Maristas.
Pode-se dizer que Deus abençoou este gesto de generosidade porque encontraram eco favorável e fundaram a Fraternidade Marista que, hoje, festeja seus 20 anos. Somos felizes de acolher, nesta ocasião, nosso prefeito, o Sr. Gerard Bile, que vai descerrar o retábulo restaurado, o Ir. Provincial Xavier Barcelo, o Ir. Alain Delorme que escreverá a história da Família Marista, os Irmãos da comunidade de Genebra e aqueles da Argélia que vão intervir na parte da tarde. A coleta de hoje será destinada à missão marista na Argélia.
Um grande agradecimento a monsenhor Jacques Bouteille, diretor de ?Notre Dame des Anges? que nos acolhe no colégio?.

Ao apresentar o retábulo restaurado, Gérard Bile ressaltou o valor das figuras representadas: no centro, a Virgem da Assunção, obra de um artista lionês, adquirida em 1840; dos lados, Santa Mônica e seu filho Santo Agostinho. Lembrou a ligação direta desses dois santos com a África do Norte. Santo Agostinho, um dos gênios da humanidade, convertido em Milão, por Santo Ambrósio, no 4º século, foi bispo de Hipona, hoje Annaba. É um dos quatro grandes doutores da Igreja latina, e a Argélia de hoje o celebrou com ufania, há alguns anos.

O Ir. Alain Delorme apresentou, em seguida, um breve histórico da fundação dos Irmãos Maristas, antes de ressaltar a vida exemplar do Ir. Henri Vergès, filho dessa terra, morto tragicamente em Alger, no dia 8 de maio de 1994, e no qual a Fraternidade deseja inspirar-se, assumindo o nome de RIBAT. Explica o significado dessa palavra: ?Foi o Padre Claude Rault, dos Padres Brancos, hoje bispo de Laghouat, que, em 1979, com Christian de Chergé, monge de Tibhirine, fundou o grupo RIBAT ESSALAM – ?Laço da paz? ? que reúne cristãos e muçulmanos partilhando ?uma mesma procura de Deus, reconhecido como aquele que é de todos?, e arriscando-se no encontro com o outro ?na verdade do que ele é?.

Os cantos da missa foram assegurados pelo orfeão São Gregório, com boa participação da assembleia. Depois da comunhão, o Ir. Provincial entregou à Fraternidade o pergaminho no qual se lia: « Fraternidade marista catalã Le Ribat?. Foi colocado diante do altar um belo quadro, pintado e oferecido por Françoise Gonnet, animadora da ?Fraternidade Henri Vergès?, de Nîmes, representando as crianças do mundo inteiro.

Depois da missa, apesar da chuva persistente, os participantes puderam assistir à inauguração, pelo senhor prefeito, do parque ?Marcelino Champagnat, fundador dos Irmãos maristas, 1789-1840?. Este parque limita com o colégio ?Notre Dame des Anges?, antigo convento das Trapistas, onde os Irmãos ensinaram, antes de transferi-lo à diocese.

O aperitivo foi servido no claustro do convento e foi seguido do almoço, para um centena de convivas, no refeitório do colégio. Depois da refeição, no ginásio esportivo próximo, os Irmãos Jean-Louis Rognon e Jean-Louis Bosland apresentaram o trabalho de duas comunidades maristas de Mostaganem e de Oran, mostrando o papel de humilde presença da Igreja na Argélia, e o serviço dos Irmãos, na trilha do Ir. Henri Vergès, junto aos jovens e vizinhos. Em seguida, os Irmãos Jean-Claude Christe e Manuel Mendoza, da comunidade de Genebra, falaram de seu trabalho junto aos organismos da ONU, no quadro de um organismo criado, com a cooperação da família franciscana, pela defesa dos direitos da criança, através do mundo. Esses dois testemunhos despertaram grande interesse entre os presentes que foram convidados, em seguida, para tomar um cafezinho na casa dos Irmãos, antes de se despedirem.

Como não enxergar, na presença das duas comunidades maristas, com Irmãos de vários países, uma resposta ao pedido do Ir. Henri às comunidades maristas da África, no dia 2 de janeiro de 1990, por ocasião do Sínodo: ?E se um Irmão, de algum de nossos setores da África, pudesse vir reforçar nossa comunidade… Entre ?pobres? a gente se compreende… Já temos comunidades religiosas na Argélia ? não há vocações locais ? que contam com membros provenientes de diversos países da África e da Ásia para conferir-lhes um rosto mais eclesial. O apelo está feito…?

Pode-se afirmar que a lembrança do Ir. Henri, 15 anos após sua morte, permanece muito viva em sua família religiosa e em sua diocese de origem. Igualmente, o testemunho do Padre Claude Rault, hoje ?bispo do deserto?, continua atual: ?Henri era um homem do Evangelho. Ele continua como testemunha do amor universal para muitos Argelinos? (22 de abril de 1996).

Possa também sê-lo para nós!

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Ir. Alain Delorme

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