Experiência Marista em Fátima
Um grupo de 50 pessoas da Família Marista, Portugal reuniu-se em Fátima, nos dias 2 e 3 de junho com um duplo objetivo: 1) refletir sobre as tendências do Instituto quando se aproxima o XXII Capítulo geral a ser celebrado em setembro-outubro na Colômbia; 2) partilhar a experiência de 50 anos de Vida Religiosa do grupo de 1966, do então Noviciado Internacional de Bairo. Estavam presentes Irmãos desse grupo da Itália, da Suíça e de Portugal. Meses antes tinha falecido um Irmão irlandês que tinha projetado estar presente neste encontro.
Sobre o primeiro ponto o diálogo deu-se à volta de QUATRO desafios que já se vivem no Instituto, mas podem sempre ser mais aprofundados:
1) um Instituto chamado a formar os seus membros, Irmãos e Leigos, de modo que sejam peritos na Evangelização, na defesa e na promoção dos direitos das crianças e dos jovens;
2) um Instituto chamado a cultivar cada vez mais uma dimensão internacional no seu modo de pensar e atuar; de passagem fazia-se referência ao segundo grupo que em San Martino a Monte se prepara para criar e consolidar as Novas Comunidades Internacionais;
3) um Instituto que acolhe os Leigos maristas de Champagnat como parte integrante do mesmo; também de passagem se fez referência ao documento a ser apresentado ao Capitulo, SER LEIGO MARISTA, a partir do qual se podem esperar orientações mais concretas sobre a pertença e o compromisso dos Leigos/as no Instituo;
4) um Instituto capaz de construir uma nova fraternidade onde todos nos sintamos PROFETAS E MÍSTICOS EM COMUNHÃO; neste ponto sublinhava-se ao mesmo tempo a abertura a novos campos de missão, nomeadamente nas “periferias geográficas e existenciais”, para usar a linguagem do Papa Francisco, repetida em algumas mensagens do Irmão Emili; sublinhava-se também a necessidade de uma Espiritualidade clara para o nosso tipo de apostolado – alguns princípios dessa Espiritualidade estão claramente definidos em Água da Rocha; e sublinhava-se ainda a necessidade trabalhar em conjunto com outras forças eclesiais (Congregações ou grupos de Leigos) para reforçar a comunhão na Igreja, a fidelidade às novas intuições que os novos tempos nos trazem e até uma maior eficácia no apostolado.
Em relação ao segundo ponto – a celebração das Bodas de Ouro do grupo de Bairo de 1966 – o próprio celebrante (um antigo Irmão Marista) sublinhou dois aspetos a partir da Liturgia.
O primeiro aspeto vinha do próprio Evangelho lido: JOÃO ACOLHE MARIA EM SUA CASA. Não se trata apenas do espaço físico. O sentido da palavra casa pode e deve ser mais amplo: Maria ao estar na “minha casa” atua no sentido das minhas atitudes serem as atitudes de Maria; o meu modo de ser inspira-se no modo de ser de Maria; o meu coração e a minha mente “copiam” os de Maria. Assim sendo estamos no melhor dos caminhos para responder ao que o Irmão Emili propõe a todos os Maristas de Champagnat: sermos no mundo de hoje o ROSTO MARIANO DA IGREJA.
O segundo aspeto vinha da leitura dos Atos dos Apóstolos: ESTAVAM REUNIDOS COM MARIA EM ORAÇÃO. Depois dessa comunhão na oração partiriam para a missão. E o celebrante concluía: ESPIRITUALIDADE E MISSÃO estão profundamente ligadas. Maria é um bom exemplo de equilíbrio desses dois aspetos: a espiritualidade da Anunciação conduz Maria à missão da Visitação. Se Maria é o nosso modelo nós seremos cada vez mais pessoas que vivem a Espiritualidade (marista), sem deixarmos de ser apóstolos profundamente comprometidos na nossa Missão.