FMSI – Fondazione Marista per la Solidarietà Internazionale
No mês de maio, Ângela Petenzi, coordenadora dos projetos FMSI, foi ao Haiti, juntamente com Angélica Alegria, coordenadora do Escritório de Solidariedade da Província Marista do México Ocidental. A missão consistia em verificar os projetos que foram aprovados e encaminhados com fundos recolhidos depois do terremoto e estudar as novas propostas apresentadas pelas comunidades maristas, in loco.
Participaram também da missão Luis Barba Berlanga e Nancy Walker, responsáveis pela Associação mexicana ?Kóokay? (www.kookay.org), especializada em projetos de desenvolvimento comunitário e tecnologia sustentável. A Associação doou a instalação de painéis solares para a iluminação da escola de Latibolière e ofereceu sua colaboração para desenvolver projetos para o acesso à água potável e à energia elétrica, com tecnologias ecossustentáveis.
A primeira etapa da viagem foi a capital Port-au-Prince, onde os sinais do terremoto são ainda visíveis e muita gente ainda vive em tendas. O grupo, acompanhado pelo Irmão Frisnel Walter, visitou os escritórios do Banco Mundial e da União Europeia para conhecer mais de perto seus programas de cooperação e as oportunidades de financiamento.
A missão continuou depois nas localidades de Jérémie, Latibolière e Dame-Marie, onde se localizam as três comunidades maristas empenhadas num belíssimo trabalho de promoção da juventude haitiana. O guia foi o Ir. Antonio Cavazos, responsável pelo Setor do Haiti.
Em Dame-Marie, foi visitada a escola secundária ?Notre-Dame de la Nativité?, para a qual está prevista uma ampliação, através do fundo Haiti e Província Marista do México Ocidental. Durante a visita foi confirmada a necessidade de novas estruturas além daquelas já previstas no projeto e um novo orçamento está sendo estudado. A escola atende atualmente 368 alunos e, graças ao projeto, poderá aumentar o número de estudantes e as atividades didáticas oferecidas. Na mesma região, outra proposta apresentada é relativa à escola primária ?Notre-Dame de Fátima? que necessita de obras de reestruturação para poder oferecer a seus 340 alunos um espaço adequado para a escola e a recreação.
Na localidade de Latibolière os Irmãos Maristas mantêm uma Escola Secundária, onde cada manhã chegam estudantes provenientes de povoados situados entre matas, depois de caminhar vários km. Uma boa parte deles pode frequentar a escola graças a uma bolsa de estudos. O Ir. Laurent Beauregard iniciou nessa escola um programa de alfabetização e de retorno à escola para crianças trabalhadoras que não puderam mais frequentar. O programa prevê, além da escola, a oferta de uma refeição e de atividades recreativas. Iniciou-se também o registro daqueles que, por motivos econômicos, não foram arrolados pelos pais, permanecendo como invisíveis. A proposta apresentada a FMSI é de manter esse programa e de estendê-lo, futuramente, a um segundo grupo de crianças. Enfim, é em Latibolière que de pretende começar a instalar painéis para energia solar e iluminar as principais estradas e as casas, em colaboração com a Província Marista do México Ocidental e a associação Kóokay.
Na cidade de Jérémie, a comunidade marista começou um projeto de produção agrícola e de criação, montado pela Universidade Marista de Mérida (México), com a intenção de difundi-lo entre a população local. Os Irmãos começaram também, há tempo, atividades sociais e de ocupação das crianças e jovens do bairro que, muitas vezes, dispõem apenas da estrada como lugar de encontro. Daqui nasceu uma outra proposta apresentada ao FMSI para o Fundo Haiti, prevendo a construção de um centro comunitário para desenvolver atividades sociais, recreativo-esportivas, para crianças e adolescentes; reforço escolar para as crianças que abandonaram a escola; cursos de alfabetização para adultos e de promoção da mulher; horticultura e difusão de tecnologias eco-compatíveis para água potável e energia elétrica.
Nesse futuro centro, pretende-se realizar igualmente cursos de formação para professores e a difusão de novo material didático, muito necessário em todas as localidades visitadas.
No Haiti, o trabalho mais difícil e longo não será o de retirar os destroços do terremoto, mas o de construir uma nova sociedade, superando os obstáculos que até agora conduziram à pobreza e à exclusão de maior parte da população.
Entre as boas notícias está a constatação de que o povo do Haiti não se entrega. O grande mercado de Porto Príncipe, com milhares de pessoas que vêm vender e comprar, nas milhares de pequenas bancas, é disso testemunha cotidiana, assim como tantos jovens que, a exemplo de Ernso e Onald, contam os seus sonhos. A média etária da população haitiana é de 20 anos. O futuro do país depende da educação e da promoção dos jovens.