I Capítulo – 1839, Hermitage

Considera-se a reunião ocorrida em Nossa Senhora de l’Hermitage, em 1939, como o primeiro Capítulo geral do Instituto.

O sensível agravamento do estado de saúde de Champagnat1 determinou a circunstância que deu origem à organização do ato de eleição de um Irmão como seu sucessor, no governo do Instituto. O Pe. Colin era partidário de que cada ramo “tivesse suas Regras, seu governo e seu próprio superior”2. Champagnat, por sua vez, “havia trabalhado toda sua vida com a ideia de uma sociedade única”3, mas acedeu aos desejos de Colin “em relação à eleição do Irmão que iria sucedê-lo”.4 “O reverendo Colin, vendo como as forças do Padre Champagnat diminuíam, dia por dia, apresentou-se por própria iniciativa ao senhor Arcebispo para informá-lo da situação em que se achava o bom Padre, suplicando que lhe outorgasse os poderes necessários para proceder à eleição de um Irmão como sucessor. O prelado encarregou-o de proceder, ele mesmo, à essa eleição. Assim dirigiu-se a l’Hermitage, na coincidência do retiro anual. Depois de convencer o Padre Champagnat sobre a urgência de tal medida, para o bem da comunidade e para sua própria tranquilidade, a eleição foi fixada para o término do retiro”.5

Os Irmãos foram convocados para dar a conhecer, por meio de “votação secreta, os Irmãos mais capazes para governar o Instituto”.6 No dia 12 de outubro de 1839, os Irmãos professos, em número de 92 (outros 18 permaneceram nos estabelecimentos ou em missões), reuniram-se na sala capitular e, depois de meia hora de meditação, cada qual escreveu numa cédula o nome de três Irmãos. O Padre Champagnat propôs como escrutinadores os Irmãos Louis, Laurent e Gabriel; e como secretários, os Irmãos Maurice, Cassien e Andronic, eleitos por aclamação.6

Quando todos haviam terminado de escrever os nomes nas cédulas, o Padre Champagnat recolheu-as numa urna e, ato contínuo, os escrutinadores as proclamaram. O resultado foi o seguinte: Ir. François, 87 votos; Ir. Louis-Marie, 70 votos; o Ir. Jean-Baptiste, 57. O reverendo Pe. Colin tomou os três nomes, retirou-se e, depois de uma breve deliberação, em conselho com o Pe. Champagnat e os demais Padres, voltou à sala capitular e, na presença de toda a comunidade, proclamou o Irmão François Superior geral dos Irmãos e os Irs. Louis-Marie e Jean-Baptiste, Assistentes”.8

O Ir. François recebeu o título de Diretor geral, permanecendo o Padre Colin como Superior geral comum9 de Padres, Irmãos e Irmãs da Sociedade de Maria. Praticamente, no entanto, graças à abertura do Pe. Colin, toda a administração dos Irmãos foi confiada ao Ir. François.10




1 “As cansativas caminhadas por Paris e as protelações de todo tipo que aí teve que suportar, terminaram por minar seu organismo e esgotar as poucas forças que lhe sobravam, de modo que ao voltar não era difícil adivinhar que não iria longe”. – Ir. João Batista, em Vida de Marcelino José Bento Champagnat, Edição do Centenário, Roma 1989, p. 211.

2 Ir. João Batista – Vida de Marcelino José Bento Champagnat, Edição do Centenário, Roma 1989, p. 205.

3 Idem. p. 205

4 Idem. p. 205

5 Idem. p. 205

6 Idem, p. 206

7 Processo verbal da eleição, Annales, Fr. AVIT, Caderno 2, p. 193.

8 Ir. João Batista – Vida de Marcelino José Benito Champagnat, Edição do Centenário, Roma 1989, p. 207.

9 Até 1853.

10 “Histoire de lInstitut des Petits Frères de Marie », Vitte, Lyon, 1947, p. 29.