O milagre da canonização de Champapanat

Ir. Heriberto Weber e sua cura milagrosa

 

Promulgação do Decreto sobre o milagre do Beato Marcelino

No dia 3 de julho de 1998, em presença do Papa, foi promulgado o Decreto sobre o milagre atribuído ao Beato Marcelino Champagnat, o único apresentado nessa data para uma canonização. Nesse mesmo ato, foram proclamados outros treze decretos sobre milagres para beatificações, heroicidade das virtudes e martírio. Estiveram presentes na Audiência os Irmãos Gabriele Andreuci, Postulador da causa, Seán Sammon, Vigário Geral, e Henri Vignau, Conselheiro Geral.

 

Alguns datos sobre o Ir. Heriberto Weber e sua cura milagrosa

O Ir. Heriberto (Heinrich Gerhard Weber) nasceu em Essen (Alemanha), a 19 de março de 1908.

Após o noviciado e a primeira profissão em Furth (21-11-1926) e os anos de formação para o magistério, lecionou durante alguns anos na Alemanha. A 30 de abril de 1930, teve de exilar-se no Uruguai, junto com numeroso grupo de Irmãos alemães, devido às dificuldades surgidas no seu país.

Por muitos anos desenvolveu sua atividade apostólica no Uruguai, primeiro como professor de Ensino Primário e depois como professor do Secundário. Em várias ocasiões desempenhou o cargo de Diretor de colégio e de Superior de comunidade.

Em maio de 1976, em plena atividade normal, viu-se atingido por altas febres e fortes dores na coluna vertebral que o obrigaram a acamar-se. Os médicos diagnosticaram-lhe “neoplasia primitiva desconhecida, com metástase nos pulmões”. Foi desenganado pelos médicos que o assistiam e, como tal, foi tratado no Sanatório em que ingressou.

No dia 13 de julho, a pedido do Ir. Provincial do Uruguai, os Irmãos da Província, junto com seus alunos, iniciaram uma novena para pedir, por intercessão do Beato Marcelino Champagnat, a cura do Ir. Heriberto.

No final da novena, a 26 de julho de 1976, o enfermo sentiu uma melhora súbita e imprevisível. As radiografias feitas nessa data revelam que os sinais da enfermidade haviam desaparecido. O Ir. Heriberto, os Irmãos das comunidades do Uruguai e os alunos que o conheciam consideraram essa cura, desde o início, como milagrosa.

O processo informativo diocesano sobre a suposta cura milagrosa foi pedido pelo Ir. Agustín Carazo, na ocasião Postulador Geral, e se realizou em Montevidéu, entre março e maio de 1985.

O caso foi submetido ao estudo da Junta Médica da Congregação Vaticana para as Causas dos Santos, a 1.º de abril de 1993, e os médicos pediram ampliação da documentação para se estabelecer com precisão a diagnose, que parecia insegura, a partir das atas processuais precedentes. O Conselho Geral encarregou o Ir. Magdaleno, Conselheiro Geral, de viajar ao Uruguai e às províncias limítrofes da Argentina para completar as providências solicitadas pela Junta Médica. Estudando novamente o caso, a 25 de novembro de 1993, a Comissão Médica concluiu dizendo que, devido às dúvidas persistentes sobre o diagnóstico, “só se pode afirmar a excecionalidade do caso”.

A 28 de fevereiro de 1995, o Postulador Geral da Causa, Ir. Gabriele Andreuci, levando em conta o parecer dos peritos médicos super partes, solicitou à Congregação para as Causas dos Santos a reapresentação do caso à Junta Médica para sua revisão.
Estudada novamente a cura, a 26 de junho de 1997, à luz das novas investigações, os médicos definiram a enfermidade como “infeção pulmonar grave, caracterizada por disseminação medular bilateral, com marcada insuficiência respiratória, num paciente com gravíssimas complicações por seu estado geral”. E levando em conta que “a cura foi muito rápida, completa e duradoura”, concluíram que tal modalidade é cientificamente inexplicável.

A 20 de fevereiro de 1998, o suposto milagre foi estudado pela Comissão de Teólogos da Congregação para as Causas dos Santos e, finalmente, um mês depois, a 21 de março de 1998, o Irmão Benito Arbués, Superior Geral, pôde anunciar a todo o Instituto que o resultado do informe escrito pela Comissão de Teólogos “foi favorável, por seis votos afirmativos e somente um negativo” em considerar como milagrosa a cura do Ir. Heribert Weber.
O passo seguinte para chegar à suspirada Canonização do Beato Marcelino Champagnat foi a reunião da Comissão de Cardeais e Bispos, realizada a 2 de junho de 1998, que se expressou com votação favorável sobre a cura milagrosa do Ir. Heriberto.

Em Consistório público ordinário, o Papa perguntará aos Cardeais presentes em Roma sobre a oportunidade de inscrever no elenco dos Santos o Beato Marcelino e determinará a data de sua canonização: 18.04.1999.