Irmão Crisanto e seus 67 companheiros mártires
No dia 27 de agosto recordamos o assassinato do Ir. Crisanto, em Tartereu (Lérida), na Espanha. Também nesse dia fazemos memória de outros 67 mártires maristas assassinados em datas e lugares diferentes, que, junto com os Irmãos Crisanto, Aquilino, Cipriano José e Guzmán, formam parte do mesmo processo. O Irmão Crisanto dá nome a essa causa, formada por 66 Irmãos e 2 leigos.
O martírio do Ir. Crisanto
Em 27 de agosto de 1936, pelo meio-dia, um grupo de milicianos desconhecidos penetra na aldeia de Tartareu. Os habitantes adivinham as intenções dos milicianos e previnem o Irmão Crisanto, que tinha encontrado refúgio entre eles, para que se esconda. Ele responde que não pode abandonar os jovens aspirantes de que está encarregado. Assim, ele se dirige às pressas ao posto de polícia, onde os milicianos do comitê desconhecido o aguardam. Estes agem como déspotas, ordenando que os policiais do lugar se retirem.
Sabendo que dispunha de uma caminhoneta, mandam que a ponha à disposição deles. Pouco depois, o Irmão Crisanto desceu acompanhado dos milicianos vermelhos e de três membros do comitê local. O Irmão estava sorridente, tranqüilo e despedia-se das pessoas mais próximas. A aldeia estava aflita com o pensamento de que o Irmão tinha caído nas mãos de tais selvagens. O chefe dos milicianos desconhecidos, dando-se conta desses sentimentos do povo, ameaçou a multidão com o fuzil e mandou a todos, de forma brutal, que se retirassem para as suas casas.
Chegando a trezentos metros do Mas del Pastor, os milicianos conduziram o Ir. Crisanto a certa encosta, convidando os três policiais do comitê de Tartareu a atirar. Eles se recusaram, dizendo que não tinham a coragem de matar pessoas da sua aldeia.
Sem demora, ouviram-se tiros, enquanto virávamos as costas para não assistir ao assassínio. Ouvimos sete ou oito tiros. O servo de Deus jazia no chão; deram-lhe outros tiros. Quando retornaram, os assassinos nos mostraram objetos tomados das roupas do servo de Deus: relógio, caneta e algum dinheiro.
Os milicianos obrigaram os agricultores locais a enterrar o morto, ameaçando-os com a mesma sorte, se recusassem. Esses agricultores observaram que a mão direita do Irmão Crisanto segurava um pedaço de madeira entre os dedos, formando com eles uma cruz evidente. Morto no fim da manhã, o Irmão Crisanto é enterrado no lugar depois do meio-dia.
Em 4 de maio de 1940, houve a primeira exumação, em presença de uma centena de testemunhas. O corpo se decompusera, mas a mão direita, intacta, segura ainda um pedaço de madeira em forma de cruz.
A segunda exumação, 31 anos após a morte, ocorreu em 15 de agosto de1967. Nessa circunstância, a mão direita continuava inteira, coberta de pele e de pelos, com o pedaço de madeira entre os dedos, em forma de cruz. Por ocasião dessa segunda exumação, os restos mortais do Ir. Crisanto e de outros Irmãos martirizados no mesmo período, entre outros 45 do grupo do Irmão Laurentino, foram depositados na grande capela de Las Avellanas. A capela é hoje lugar de peregrinação.
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O Irmão Crisanto e seus 67 companheiros mártires
Ir. Giovanni Maria Bigotto, postulador – 2010
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Oração: Glorificar Deus em nossos mártires
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