Irmãos Hoje
A Comissão Internacional Irmãos Hoje se reuniu em Roma, em julho passado. Nessa oportunidade conversamos com alguns de seus membros. Hoje apresentamos a conversa que tivemos com o Ir. Peter Rodney, da Austrália, e que atualmente é o responsável pelo escolasticado da região da Ásia e Pacífico (MAPAC) que está localizado em Manila, Filipinas.
O que significa para você ser Irmão hoje?
Há muitos elementos que podem ajudar a responder sua pergunta, então talvez apenas para identificar alguns dos mais significativos. Para mim, ser irmão hoje significa viver de uma forma Marial. Me sinto encorajado pelas reflexões que nos apresentou o Ir.Emili em sua primeira circular: sermos o rosto mariano da Igreja. Na prática, eu acho que isso é dar testemunho profético do que somos chamados a viver, com as características de Champagnat de força e delicadeza, vividas com empenho e alegria. Trata-se também de uma espiritualidade de discernimento, de viver a experiência de Deus na vida cotidiana (sendo um místico). Finalmente, uma vez que somos uma congregação internacional, somos chamados a ter um coração de missionário.
A animação da formação inicial é uma missão importante para o Instituto? Em sua opinião, como nós deveríamos tratar deste assunto.
Eu acho que a resposta é óbvia para todos nós: formação Inicial é uma missão fundamental. A continuidade do nosso carisma depende da eficácia dessa missão. Mas, não falo de sobrevivência, falo de um carisma vibrante, que dá vida, que é dinâmico e sempre atual. O futuro do Instituto também se mostra na missão compartilhada. Sem as vocações de ambos, leigos maristas e irmãos, em comum crescimento, seremos semelhantes a uma "planta doente" – viva, mas não tão vigorosa quanto poderia ser.
E como fazer isso? Livros inteiros (incluindo o nosso Guia de Formação) já foram escritos sobre essa questão, então, como responder simplesmente? Acredito que seja oferecendo processos consistentes de acompanhamento e discernimento das questões de identidade vocacional que cada individuo apresenta. Os detalhes desse processo são bastante abrangentes e integrados, nossa comissão salientou que o acompanhamento contínuo é essencial em todas as fases. É importante salientar que o centro de tudo é o aprofundamento de uma relação pessoal com Jesus.
Depois de quase 200 anos da fundação do Instituto: quais são os desafios para os Irmãos, hoje em dia? Continuam válidos os desafios enfrentados por Marcelino?
Às vezes me pergunto se alguns termos que são comuns a nós perderam sua vitalidade por conta de seu uso excessivo. Eu acredito que expressões familiares, como “ ler os sinais dos tempos” e os “Montagnes dos dias de hoje” ainda contêm uma mensagem essencial para nós. Talvez a história do jovem Montagne captura tudo o que ainda é muito relevante para nós: ir para onde os jovens estão, encontrando a sua "pobreza", respondendo às suas necessidades reais que devem ser expressas no compromisso de verdadeiras ações simples, criativas e realizadas por uma comunidade marista. E só seremos capazes de fazer isso se desenvolvermos atitude de discernimento sustentada pela fé.
Quais seriam as experiências próprias dos Irmãos da sua região que poderiam servir de exemplo para todo o Instituto?
Eu posso falar com base nas experiências dos irmãos da nossa grande comunidade aqui no MAPAC, não teria condições de responder pela região. Cada um de nós tem sido desafiado a alargar e crescer no espírito de uma comunidade internacional. Isso exige de nós respeito às diferenças e disposição para deixar de lado os próprios caminhos e pontos de vista, a fim de construir atitudes de abertura e diálogo. É preciso aceitar que os erros acontecem e que precisamos pedir e oferecer perdão, e assim permitir que a nossa cultura seja confrontada com os valores do Evangelho. O futuro da vida e da missão maristas é claramente internacional e inter-cultural. Talvez, de uma forma pequena, a comunidade do MAPAC anuncia o que o Instituto será no futuro.