21 de agosto de 2013 GUATEMALA

Irmãos Hoje

A Comissão Internacional Irmãos Hoje se reuniu em Roma, em julho passado. Nessa oportunidade conversamos com alguns de seus membros. Hoje apresentamos a conversa que tivemos com o Ir. Hipólito Pérez, provincial da Província da América Central.

Fale-nos de você

Moro em Guatemala, masi mina missao atual de acompanhar a vida dos Irmãos e comunidades da Província faz com que eu viva um estilo de vida itinerante, ou seja, viver partilhando com as 22 comunidades que temos atualmente na Província, nos seis países que a compõem: Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Porto Rico.

Que significa, para ti, ser Irmão hoje?

Pessoalmente confesso que não é fácil definir em conceitos o que vivo e a opção que quotidianamente renovo, uns dias de modo mais consciente e apaixonado e outros de forma mais rotineira.

O que posso afirmar é que nestes anos, acolhendo a mesma vida, com luzes e sombras, alegrias e esperanças, sinto-me privilegiado com o que sou e vivo.

Feliz em entregar a minha vida de modo simples e fraterno na missão marista a mim confiada, caminhando com meus companheiros no intuito de construir um mundo mais humano e justo, vivendo em comunidade e buscando a Deus no que vivo e nos momentos de encontro, a sós, com Ele.

A animação vocacional é uma missão importante para o Instituto? Como deveria ser feita?

Não tenho muitas experiências, nem teórica e nem prática, no campo da pastoral vocacional. Posso, porém, partilhar algumas convicções que amadureceram em mim, a partir daquilo que vivo e percebo.

* a Pastoral Vocacional, como nossa vocação humana e cristiana, forma parte do mistério de Deus… E procurar explicações lógicas é difícil. Nossos caminos, muitas vezes, não são os caminos de Deus.

* Acredito que a pastoral vocacional deva surgir do encontro e do contato com os jovens com os Irmãos, partilhando sua história e sua experiência vocacional. É nossa tarefa de criar espaços de encontro e contato por meio das experiências de pastoral juvenil, do acompanhamento, da presença e também é necessário, de maneira mais sitemática, abrir as portas de nossas comunidades para que nos conheçam por dentro, ou seja, a partir das comunidades de acolhida que ofereçam espaços fecundos de encontro, interiorização e espiritualidade, também a partir de experiências significativas de missão solidária que forjam e direcionam o jovem.

* Considero que a inquietude vocacional dos jovens mudou de idade e que a pastoral vocacional deva trabalhar principalmente nos ambientes universitários, ou seja, com jovens adultos, que viveram uma experiência de crescimento na fé.

* Parece a mim que até agora foram os jovens que vieram até nós. Com coragem, teríamos que aprender o caminho inverso e ir nós mesmos à busca dos jovens, que temos dentro de nossas instituições e que estão fora e apresentar-lhes, com valentia e sem medo, a nossa proposta vocacional.

Decorreram quase 200 anos da fundação do Instituto: quais são os desafios para os Irmãos, hoje em dia? Continuam válidos os desafios enfrentados por Marcelino?

Acredito que um aspecto importante e tarefa fundamental para os Irmãos seja viver o presente em que nos encontramos, com alegria, esperança e comunhão.

Uma vez deparei-me com esta expressão: “tirarmos o vestido do desencanto”. Viver nossa vocação, nosso ser Irmão com talento, com paixão e não carregarmos os pesos com pessimismo e negatividade que não nos deixam ver o sol. Para mim este é o primeiro passo que implica no processo de conversão pessoal ao qual nos convida o último Capítulo Geral.

As outras tarefas estão bastante evidentes no segundo horizonte ao qual nos exorta o Capítulo: uma vida consagrada nova que promova um novo modo de ser Irmão.

Que experiências particulares os Irmãos estão vivendo em tua região e que poderiam servir de exemplo para o Instituto?

Uma experiência de vitalidade que se está vivendo na minha Província e região está ligada à intuição do Capítulo Geral de reconhecer a vocação leiga marista. A atenção e o acompanhamento a este ressurgir vocacional leigo estão sendo fonte de vida e renovação dentro das províncias. Leigos que querem viver a sua vocação a partir de diversas formas de encontro que tiveram com os maristas: a missão, a espiritualidade, a solidariedade, a fraternidade…

Isto tem como consequência o dever abrir nossas comunidades à experiência de vida partilhada e a gerar processos de acompanhamento e discernimento vocacional.

Outro elemento no qual estão envolvidas todas as províncias da região e o tema da revitalização e reorganização. A nova realidade marista na região nos está levando a propor processos de reorganização de comunidades e missão que garantam a vida e a vitalidade da missão marista. Processos não fáceis, pois implicam a perda, a mudança e não existem fórmulas mágica para aplicar e obter resultados imediatos. Por isso significa aventurar-se e viver a incerteza de caminhar no escuro, confiando sempre que o Senhor é um Deus de vida e nos acompanha nesta peregrinação.

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Hipólito Pérez, fms

Província Marista da América Central

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