Líderes para uma família global
Durante o Capítulo em Rionegro, os irmãos elegeram o Superior Geral e o seu conselho. São os líderes do Instituto que nos próximos 8 anos colocarão em prática o apelo proposto ao Instituto: “Caminhemos como Família Global”.
Convidamos os membros do Governo a se apresentarem e contarem como tem sido o desafio dessa nova missão. Hoje apresentamos o texto escrito pelo Ir. João Carlos da província Brasil Centro-Sul, eleito conselheiro geral.
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João Carlos do Prado, conselheiro geral
Venho de uma família grande, com 13 filhos. Somos de origem italiana, portuguesa e africana. Pertenço à Província Brasil Centro-Sul. Conheci os irmãos quando estudava com os Franciscanos na cidade de Jaborá. Estudei ciências religiosas, literatura portuguesa e realizei um mestrado em Educação na PUC de Curitiba.
No campo da missão, trabalhei na coordenação do Serviço de Orientação Religiosa no Colégio Marista de Joaçaba onde também dei aulas de ensino religioso. Mais tarde, nessa mesma cidade, coordenei o Centro de Animação Vocacional e da Juventude.
A partir de 2003 fui coordenador do Setor de Pastoral da Província, até 2008. No mesmo período fui membro do Conselho Provincial. Durante dois anos, até 2008, coordenei também a Área de Missão da UMBRASIL. Nos anos de 2009 e 2010 exerci a função de Secretário Executivo da UMBRASIL. Em seguida, fui diretor do Secretariado de Missão do Instituto (2010-2017) e eleito Provincial da PMBCS em maio de 2017.
Como foi a experiência da eleição durante o Capítulo?
Não foi uma experiência fácil. Há poucos meses havia sido eleito Provincial da Província Marista do Brasil Centro-Sul. Expectativas haviam sido criadas tanto da minha parte como da parte de meus coirmãos e leigos, na Província. Por outro lado, diante do convite dos coirmãos capitulares, os diálogos durante o Capítulo e a oração ajudaram-me a discernir a necessidade de estar aberto para a vontade de Deus a serviço de todo o Instituto, acolhendo o resultado da eleição ao Conselho Geral.
A experiência que hoje estamos vivendo como Conselho Geral em todas as dimensões e os horizontes de futuro que se vão vislumbrando para a animação e governo de todo o Instituto me trazem alegria e serenidade para esta linda missão que Deus nos confia. Agradeço o convite dos capitulares para esta missão e também a acolhida e aceitação dos meus coirmãos e leigos na Província.
Como é a nova vida na Casa Geral?
Para mim está sendo uma experiência linda. Estou muito feliz pela maneira como estamos organizando nossa comunidade, ritmos pessoais e a missão que Deus nos confiou junto ao Instituto. Foram momentos significativos neste início de caminhada, o tempo que dedicamos de uma semana, em uma Casa de Encontros, em Nemi, perto de Roma, para podermos partilhar nossa vida, história e expectativas para esta jornada que juntos estamos empreendendo.
Estamos tentando traduzir no cotidiano de nossas vidas a nível pessoal, comunitário e de missão os apelos do XXII Capítulo Geral. Juntos queremos fortalecer o espírito de uma “família global”. Há um clima de forte harmonia, fraternidade, atenção e apoio mútuo entre os membros da Comunidade do Conselho Geral. Os tempos que estamos dedicando para sonhar juntos o futuro do Instituto e organizar nosso Plano Estratégico também estão sendo importantes. Há um clima de muita corresponsabilidade nas decisões sobre o Instituto que estão sendo tomadas em todas as dimensões e níveis.
Quanto a viver em Roma e na Casa Geral, é sempre uma experiência muito interessante, sobretudo pela diversidade cultural e de contexto de origem de cada um de nós. A experiência vivida nos seis anos anteriores, a serviço do Secretariado de Missão, ajudou-me a compreender um pouco melhor esse contexto. Sinto-me feliz apoiando os meus coirmãos cuja experiência de viver em Roma é nova. É muito importante que o que sonhamos para o Instituto possa ser realidade no nosso cotidiano como comunidades internacionais, na Casa Geral.
Considerando o processo capitular, qual seriam as linhas de ação do Conselho Geral para os próximos anos?
O XXII Capítulo Geral já ofereceu as linhas e as temáticas para os próximos oito anos em todos os níveis do Instituto. Acredito que as perguntas de base do Capítulo, “o que Deus quer que sejamos e façamos”, permanecem no discernimento das prioridades que teremos para estes oito anos. Por outro lado, há vários projetos em andamento e temas sobre a mesa do Conselho que vêm do governo anterior e que é preciso dar seguimento. Ainda, necessitamos estar com o coração e a mente abertos para novos elementos que vão emergir ao longo dos próximos anos e demandarão atenção do Governo Geral.
Um risco que devemos evitar é o de nos fechar em nós mesmos, olhando somente para a nova realidade como Instituto Marista. Precisamos estar sintonizados com a Igreja, a sociedade, as comunidades locais onde estamos inseridos, e sobretudo, com o ritmo dinâmico da vida das crianças e jovens para poder compreender este momento e contexto de nossa história e dar as respostas que melhor podem aportar vitalidade para todos. Há também uma grande expectativa de maior diálogo, aprofundamento e respostas sobre o laicado marista e a vocação dos Irmãos.
Para a missão estamos buscando a melhor maneira de organização e processos, em corresponsabilidade Irmãos e leigos, para levá-la adiante e construir uma visão comum de nossa presença e atuação evangelizadoras entre as crianças e jovens.
Precisamos cuidar muito das comunidades e das obras. Pois é ali que a vida e a missão acontecem e onde Deus se revela e dialoga por meio das pessoas que fazem parte desses contextos.