Carta de Marcelino – 105

Marcellin Champagnat

1837-04-11

Em Genas foram os Irmãos alojados em casa cedida pela viúva Dona Ranvier. Enquanto lá moravam, a Prefeitura devia construir um prédio apropriado para servir de escola e de moradia para os Irmãos.
Como a Prefeitura demorava em executar a obra, Dona Ranvier ameaçou desalojar os Irmãos; em conseqüência, o Padre e Champagnat deu ordem à comunidade de voltar para lHermitage.
Em 4 de abril, o prefeito escreveu apelando por um mês a mais de permanência. Dá como razões:
1o) os alunos freqüentavam assiduamente a escola;
2o) a população ficaria sentida com a saída dos Irmãos;
3o) a bondosa viúva teria ela também paciência para conceder um prazo de mais um mês.
A carta abaixo transcrita é resposta ao pedido do prefeito.

Senhor Prefeito,
Lemos com muito interesse sua honrosa missiva e foi com muita satisfação que constatamos através da mesma seu interesse pelo bom andamento de seu estabelecimento, onde trabalham nossos Irmãos, em Genas. Longe de entravar o progresso da escola, o que nós queremos de todo coração é contribuir para que aumente.
Se acha que a saída de nossos Irmãos, nesta altura dos acontecimentos, vai causar algum mal-estar, eu deixarei que fiquem lá, enquanto puderem ocupar a casa de Dona Ranvier. Mas então, que ela tenha a paciência de esperar.
Eu lhes dei ordem de virem à casa mãe, a fim de evitar as repetidas mudanças da mobília de um lugar para outro, o que pode danificá-la. Não havendo mais razão para isso, estou perfeitamente de acordo que continuem suas funções até quando o senhor determinar.
Gostaria de solicitar ao senhor Prefeito, a bondade de transmitir aos nossos Irmãos as nossas intenções e nossa vontade a respeito, para que eles estejam de acordo comigo e também com o senhor e assim trabalhem cada vez mais eficazmente para a glória de Deus e para a educação cristã da juventude de seu município.
Aceite a certeza de sentimentos de consideração com os quais tenho a honra de ser, senhor Prefeito, a seu dedicado servidor,
Champagnat
sup. Irs. M.

Edição: Marcelino Champagnat. Cartas - SIMAR, São Paulo, 1997

fonte: Daprès la minute, AFM, RCLA 1, p. 36, nº 26

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