Carta de Marcelino – 323

Marcellin Champagnat

1840-02-22

Quando estava pensando em preparar Irmãos para a escola de surdos-mudos de Saint- Etienne, Champagnat recebeu do Padre Pradier, sacerdote do Puy, um pedido no mesmo sentido daquele da cidade de Sain-Etienne.
Respondeu que efetivamente tal sorte de apostolado em favor de jovens carentes entrava perfeitamente nos planos da Congregação Marista. O decorrer dos acontecimentos nos mostra que nem uma nem outra das propostas se concretizou. Não houve Irmãos formados para cuidar de surdos-mudos.

Senhor e caro confrade,
Foi com prazer que acolhemos a proposta que o senhor nos está fazendo de mandarmos dois Irmãos para dirigir a escola de surdos-mudos de sua cidade. Entra perfeitamente nos planos de nossa instituição que se dedica inteiramente à Educação dos meninos seja qual for a condição em que se encontram.
Já faz algum tempo que estamos sendo solicitados, pressionados até, para aceitarmos instituições desse tipo. Alimentamos a esperança de em breve estarmos em condições de cooperar com as pessoas benevolentes que aspiram ajudar uma obra tão excelente, pois já tomamos as devidas medidas para que dois de nossos Irmãos possam formar-se na arte de um tal ensino, cursando a Escola Real de Surdos-Mudos, em Paris. Felizes se, chamados a instruir esta porção do rebanho de Jesus Cristo que pede com tanto direito a solicitude de pessoas caridosas, nossos Irmãos se tornarem cada vez mais dignos de tão santo trabalho.
Planejamos fazer uma viagem ao Puy no decorrer do mês de março, a fim de termos uma entrevista com o senhor e combinar os meios de garantir o bom resultado deste empreendimento.
Aguardando este momento, gostaríamos de ficar sabendo em que pé está o estabelecimento, se está nas mãos de uma administração pública ou se está sendo dirigido por particulares, etc.
Queira aceitar a homenagem da inteira dedicação com que tenho a honra de ser, senhor e caro confrade, seu servo muito humilde e obediente,
Champagnat

Edição: Marcelino Champagnat. Cartas - SIMAR, São Paulo, 1997

fonte: D?après la minute, AFM, RCLA 1, pp. 175-176, nº 219

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