
Maristas pelos Direitos: Revisão Periódica Universal
Em 20 de janeiro, o Secretariado de Solidariedade-Cmi e a FMSI apresentaram à ONU o relatório sobre a Revisão Periódica Universal da Itália. Junto com os diretores do Secretariado, os irmãos Ángel Diego García, Diego Zawadzky, e Pamela Difino, da FMSI, estavam presentes Rosa Ciccarelli, de Giugliano, e Ir. Iñigo García Blanco, da comunidade LaValla200> de Siracusa, que colaboraram na elaboração do Relatório. Abaixo reproduzimos o depoimento do Irmão Iñigo sobre sua participação nesta apresentação.
_____________
Levanta-te da cadeira quebrada, TALITA KUM
Em janeiro passado, tive a oportunidade de testemunhar o desenvolvimento de uma das sessões expositivas das Nações Unidas, onde um dos estados-membros, a Itália, teve que “prestar contas” em sua correspondente Revisão Periódica Universal (RPU), após um ciclo de quatro anos e meio de revisão e ajuste de políticas administrativas sobre direitos humanos.
A UPR oferece periodicamente a cada Estado a oportunidade de:
- Relatar as medidas tomadas para melhorar a situação dos direitos humanos no país e superar os desafios que impedem o gozo desses direitos;
- receber recomendações elaboradas por outros Estados-Membros, com vista a continuar melhorando.
O convite para participar destas sessões vem do Secretariado de Solidariedade-Cmi, que juntamente com a Fundação Marista para a Solidariedade Internacional (FMSI), que tem status de ECOSOC, dão sua contribuição e sua perspectiva civil e social em áreas estratégicas e essenciais para o correto desenvolvimento de uma sociedade mais humanizadora e plena de direitos sociais, como o Direito à educação, o Direito à saúde, o direito à residência-documentos e, entre outros, o Direito ao trabalho com condições justas de trabalho e o combate à exploração trabalhistal.
Como educador e cidadão ativo e comprometido na promoção e defesa dos direitos sociais universais, é impressionante poder reconhecer em primeira mão como a apresentação e argumentação dos diferentes relatórios que diferentes nações expressam publicamente, com base em suas prioridades, estratégias e/ou sensibilidades, são articuladas sob a supervisão de entidades civis. Não é apenas um cenário político, é uma estrutura sobre a qual construímos as bases das relações internacionais e locais. Certamente, as mudanças e conquistas sociais não são imediatas, por isso devemos continuar o caminho e não abrir mão do compromisso de garantir que os acordos e recomendações adotados sejam seguidos.
O compromisso institucional marista se manifesta na participação ativa nas diferentes redes e mecanismos públicos de defesa dos direitos da infância e de denúncia da dura realidade dos migrantes, em favor dos mais vulneráveis, especialmente crianças e jovens que enfrentam situações de exclusão e desamparo.
Não podemos deixar de promover uma cultura de acolhimento, inclusão e dignidade, nem de gerar consciência social por meio do comprometimento coletivo. Nós, institucional e coletivamente, também levantamos nossas vozes cheias de esperança. Acreditamos que as diretrizes administrativas e a sustentabilidade da coexistência universal podem e devem assumir a responsabilidade pelas desigualdades estruturais e vitais que existem, especialmente entre aqueles que são forçados a migrar para sobreviver.
Gostaria de recordar a imagem que preside a entrada principal do Palácio das Nações Unidas em Genebra: A cadeira quebrada, um gigantesco assento de 12 metros, que é erguido para denunciar as milhares de vítimas causadas a cada ano por armas explosivas. A cadeira quebrada, com seu equilíbrio aparentemente frágil, mostra que mesmo os amputados mantêm sua dignidade, fortes em sua fraqueza. Nesta cadeira está a esperança, onde podemos nos recuperar da dor do mundo.
Talita Kum, eu te digo: levanta-te!
Se o medo silencia tua vida, colocando todos os teus sonhos para dormir
de um mundo justo e humano no qual Jesus é o centro.
Se o barulho ensurdece teu ouvido, impedindo-te de ouvir Sua Palavra,
ouse ser tu mesma; Ele pega tua mão e te levanta.
(letra Talita Kum de Ain Karem)
Continuemos trabalhando juntos para garantir a proteção e a promoção dos direitos humanos, priorizando a realidade dos migrantes e as necessidades daqueles que mais precisam. Nossa missão, nossa visão é estar envolvidos na construção de um mundo mais humano e fraterno, onde cada criança e jovem encontre oportunidades de se desenvolver plenamente e viver com dignidade. Juntos, continuamos a construir esperança.
____________
Ir. Iñigo García Blanco – Comunidade LaValla200> de Siracusa, Itália
Mapa de apresentações da RPU – Promovendo os Direitos das Crianças