30 de outubro de 2020 CASA GERAL

Memoria dos Irmãos Mártires de Bugobe

No dia 31 de outubro de 1996, quatro Irmãos Maristas foram mortos no campo de refugiados de Bugobe. Eram os Irmãos Servando Mayor, 44 anos, Miguel Ángel Isla, 53 anos, Fernando de la Fuente, 53 anos e Júlio Rodriguez, 40 anos. Veja nesse links informações detalhadas e recursos para recordar a vida desses Irmãos.

Estes quatro irmãos trabalhavam há mais de um ano no campo de refugiados no Congo, perto de Bukavu, na fronteira com Ruanda. Os refugiados haviam se tornado “sua família”, a preocupação dos seus corações.

No dia 31 de outubro de 1996 todos os refugiados fugiram. Os irmãos ficaram para acolher as pessoas quando voltassem. Na noite desse dia todos foram massacrados.

O Quadro Histórico

A presença marista no campo de Nyamirangwe (Bugobe) data do mês de agosto de 1994, após o terrível genocídio dos meses precedentes, que fez ao menos 500.000 mortos. Muitas pessoas da tribo Hutu, fugiram, sobretudo para o Congo (Zaire) e formaram campos de refugiados. Seis de nossos Irmãos dessa etnia decidiram ajudar a essa gente. Optaram pelo campo de Nyamirangwe, perto de Bukavu, no Congo.

À medida que fui conhecendo esse projeto, cresceu minha admiração e amor pelos Irmãos que o iniciaram e continuaram. Tiveram a intuição de criar um projeto de educação, muito em sintonia com nosso XIX Capítulo Geral.” (Ir. Benito Arbués).

Esse acampamento acolhia sobretudo as pessoas da campanha, uns 30.000, sob a administração da Cruz Vermelha. Os Irmãos trabalhavam no ensino, atendendo 4000 alunos, na pastoral e nos movimentos de jovens… Esses Irmãos ruandeses viviam em precárias condições de saúde, sob uma ameaça constante de politização; suas vidas estavam em perigo.

A partir de setembro de 1995, eles foram progressivamente substituídos pelos Irmãos Servando Mayor e Miguel Ángel Isla. O Ir. Fernando de la Fuente veio do Chile, em fevereiro de 1996. O Irmão Júlio, que já trabalhava em Goma, veio completar essa comunidade, depois da Páscoa de 1996.

Neste campo, onde domina a miséria e a violência, eles continuam as iniciativas dos Irmãos ruandeses, mas também se ocupam dos anciãos, dos doentes, da alimentação de 300 crianças, da remoção de doentes… e tinham posto em funcionamento um moinho para ajudar às famílias a terem farinha. Nossos quatro Irmãos tinham dito sim a uma missão, que eles sabiam ser difícil; e no local, eles se tornaram ainda mais conscientes de que suas vidas estavam em perigo.

Agora estou mais consciente da situação em que me encontro. Por momentos, um medo surdo aflora-me na consciência, como clarões vivos e fugazes. Mas sei bem em quem pus minha confiança e vou com alegria ao acampamento dos refugiados… Este mundo ocidental não é para mim; há nele muita abundância e aqui muita necessidade; mas aqui o homem é mais humano.” ( Ir. Miguel Ángel)

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