Missão Ad Gentes
Entre os dias 2 e 7 de agosto, realizou-se, na Tailândia, o I Capítulo do novo Distrito Marista da Ásia, que até então era conhecido como Setor AMAG (Asia Mission Ad Gentes). Participaram do encontro Irmãos e Leigos que trabalham em Tailândia, Bangladesch, Camboja, Índia e outros dois países. Os Irmãos Emili Turú, superior geral, Joe Mc Kee, Vigário Geral e Chris Wills, diretor do Secretariado da Colaboração Missionária Internacional também participaram.
O Distrito, dependente do Conselho Geral, tem como Superior o Ir. Juan Castro, que será auxiliado pelos 4 Irmãos conselheiros eleitos: Ismael Valls, Eugenio Sanz, Andrew Chan, Michael Potter.
Abaixo reproduzimos as impressões do Ir. Juan Castro sobre os desafios dos Irmãos naquelas terras.
Acabamos de ter a visita do nosso Superior Geral, Irmão Emili Turú. O motivo: o nosso Setor Ad Gentes começou uma nova fase do seu desenvolvimento; agora somos um Distrito. O discurso de abertura do Ir. Emili foi curto, mas cheio de desafios. Ele falou sobre ser provocador, desafiando o Instituto inteiro: “essa é a missão de vocês”, sublinhou. “Vocês são um Distrito internacional, criado para ser um laboratório para todo o mundo marista.” Sob alguns aspectos, essas palavras fizeram com que eu me sentisse uma cobaia, usada para experiências. Mas não foi isso que ele quis dizer. Penso que o que disse era um eco das palavras do Papa Francisco aos jovens da Argentina: “quero que saiam, quero que a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, nos defendamos do que é comodidade, do que é clericalismo, de tudo aquilo que é viver fechados em nós mesmos. As paróquias, as escolas, as instituições são feitas para sair; se não o fizerem, tornam-se uma ONG e a Igreja não pode ser uma ONG. Que me perdoem os Bispos e os sacerdotes, se alguns depois lhes criarem confusão.” A voz do Emili soa nos meus ouvidos: “sejam provocadores!” “O modo de viver de vocês deve desafiar o Instituto inteiro…” E me senti pequeno, fraco e frágil. Como posso responder a esses desafios?
Foi o próprio Ir. Emili a nos sugerir as principais linhas de ação através das quais podemos responder ao chamado: Mística, comunidade e missão (… até os confins da terra).
A “mística”, para alguns, parece uma coisa alheia à vida do Instituto que conhecemos. A espiritualidade marista está focalizada na pastoral, mas Emili sublinhou: “profetas sim, mas também contemplativos”. “Apostólicos, sim, mas também espirituais”.
Meu pensamento foi para São Marcelino Champagnat que ia de um lugarejo para outro, acudindo as necessidades de jovens e velhos, construindo comunidade. Mas, ao mesmo tempo, sendo contemplativo, descobrindo que Maria era quem fazia tudo. Estava sempre em ação, mas consciente da presença de Deus tanto no Hermitage quanto em Paris. Essa atitude contemplativa para os Maristas tem sido um pondo fraco, que precisa ser reforçado. E agora o Ir. Emili nos pede, a Irmãos e Leigos em missão, para implementar em nossos corações essa atitude aqui na Ásia, onde as grandes religiões foram fundadas, onde o budismo colocou suas raízes entre o povo, com benevolência, respeito para com toda forma de vida, silêncio e contemplação.
Há 3 anos, quando o Conselho Geral nos encontrou, eles mostraram essa preocupação quando convidaram a Ir. Mary Sujita Kallupurakkathu, SND, para nos falar a respeito dos desafios da Vida Consagrada na Ásia. Ela dizia: “A Ásia oferece ao mundo uma compreensão mais profunda da mística baseada em séculos de busca e herança espiritual. Ela tem familiaridade com a busca apaixonada de Deus e renúncia profética. O maior desafio e a maior oportunidade, diante de nós religiosos asiáticos, é sermos místicos que são impulsionados pela paixão por Cristo e sua missão de compaixão. Se tomamos seriamente o compromisso de sermos presença transformadora na Ásia, então precisamos abraçar um estilo de vida que testemunhe à nossa gente, independente da sua tradição cultural e religiosa, os valores milenares asiáticos de santidade, contemplação, renúncia e ascese, desapego e simplicidade.”
Acredito que este é o momento em que nós, do Distrito Marista da Ásia, temos que colocar profundamente em nossas vidas a presença do Espírito que nos chama a sermos um com Deus.