16 de abril de 2015 BRASIL

Na rota da missão

Peggy Vivas, da província Norandina, estabeleceu-se recentemente em Curitiba, Brasil Centro-Sul, onde começou seu trabalho como voluntária marista para a missão. Na sequência reproduzimos seu testemunho.

É um serviço que a Secretaria de Colaboração Internacional da Missão (CMI) organizou para o trabalho com os coordenadores provinciais do voluntariado (CPVs). Os CPVs das Américas se reunirão em Buenos Aires no próximo mês de maio para detalhar o funcionamento dessa obra de caráter internacional.

Deus sempre nos chama e, se deixarmos, Ele nos conduz por caminhos inesperados, mas plenos de felicidade, que é Ele mesmo. E, nesses caminhos do Senhor, Ele me tornou missionária marista em um projeto localizado em um dos extremos de meu país. Foi uma experiência maravilhosa para partilhar o meu ‘ser’ marista junto com os irmãos, além de aprender a fazer parte da comunidade eclesial em comunhão com outros leigos e congregações. O Senhor, porém, continua nos guiando: é hora de crescer, de pegar outros caminhos, de chegar a outras terras. Ao longo dessas experiências missionárias, partilhando com outros esse mandato de Jesus em que Ele nos pede “ide, pois, e façam discípulos de todas as nações” (Mt 28:19), em meu coração cresceu o desejo de ir à missão ad gentes.

Maravilhosa foi a oportunidade que o Senhor me brindou quando na Assembleia Provincial da Província Norandina sobre a Assembleia da Missão Marista, o Ir. Libardo comentou sobre os chamados do Instituto Marista nesses últimos anos, entre eles o de ser “Profetas e Místicos” de hoje, as “Inter”, entre elas a “Internacionalidade”. As palavras do Ir. Libardo me animaram e me fizeram sentir que este era o momento para fazer outros discípulos de Jesus do jeito de Marcelino Champagnat em outras terras, e então comuniquei esse desejo de realizar uma experiência de solidariedade.

Começaram então os preparativos: a papelada, o preenchimento de fichas, a espera para conhecer a terra de missão, Curitiba, na província Brasil Centro-Sul, como destino, a busca de documentos necessários para o visto, a peregrinação pelas instituições do Governo Venezuelano para o lento processamento de documentos, o exame de minha saúde e a aprendizagem do português… Uma prova de paciência. O encontro por videoconferência com as pessoas que estão organizando minha estada,  o conhecimento do lugar onde ficarei, as tarefas pastorais que me propõem, um “estamos felizes de receber você em nossa Província”… Tudo isso provocou um conjunto de sentimentos, emoções positivas e negativas, em especial nesses momentos tão difíceis em meu país. Por isso várias vezes me perguntei se era o momento de ser missionária em outras fronteiras. 

Tenho, porém, a esperança de que isto é o que o Senhor quer de mim, que esta será uma experiência de Deus, com novas aprendizagens nessas terras novas. 

E em meio a tanta agitação, pensei que estava deixando de lado o mais importante: a preparação de meu espírito, colocando-me diante do Senhor e revisando as atitudes com as quais vou para esta nova missão, aquelas que deveria potencializar mais, tomando como inspiração a vida do padre Champagnat para animar este caminhar e esta missão. Iluminada pelo ano Montagne, vou ao Brasil tratando de ficar atenta aos rostos nos quais encontrarei os Montagne que o Senhor colocará em meu caminho, para dar testemunho de seu amor e tratar de torná-los Seus discípulos.

A carta do Ir. Emili Turú como motivação para o início do ano Montagne foi outro impacto em meu coração. Eu me vi refletida em várias de suas palavras, como a terceira geração de maristas, sentinela com a esperança de ajudar a nascer uma aurora na emergência do laicato marista, indo para as periferias, enriquecendo minha espiritualidade, disposta a enfrentar um novo começo com o coração de tenda, peregrina… Hoje desmonto minha tenda para enfrentar uma nova viagem, geográfica e pessoal. Como Maria, meu coração glorifica o Senhor  por  todo o vivido e pelo que vem pela frente. Sigo na rota da missão com confiança em Deus. O Senhor me fez missionária… 

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Peggy J. Vivas R. – Voluntária Marista para a Missão

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