21 de novembro de 2008 GUATEMALA

O olhar voltado para o futuro

12 de novembro foi um dia particularmente intenso. Somente a manhã era destinada para o trabalho em conjunto. A tarde seria passada fora de casa. A primeira sessão da manhã foi dedicada a recolher os sonhos de futuro despontados nos grupos. Os jovens trouxeram à baila tudo o que fora partilhado, rezado e celebrado. Fora-lhes pedido de expressarem seus sonhos para os próximos 10 anos da vida marista. Eis as propostas principais: Partilhar a missão, abrir fronteiras, mais Irmãos em outros países, opção real pelos pobres, internacionalidade que se abre a outros horizontes, inculturação no grupo em que se vive, mais vocações para Irmãos e Irmãs maristas, constituir comunidades mistas, mais ação social e trabalho de solidariedade, disponibilidade para a mobilidade e o deslocamento, união de Irmãos e leigos pra gerar vida mediante comunidades de vida, fé e missão, mais Irmãos e leigos trabalhando com os marginalizados, favorecer a presença e o trabalho em ambientes ecumênicos. Esta geração de jovens ? metida a sonhar ? supera a geração do ano 68, pedindo o impossível. Entre os sonhos aparece também o de incluir um leigo jovem no Conselho geral. Esperemos que o Espírito Santo prepare os caminhos.

No encerramento da sessão de trabalho, comunicou-se que Viviana, do México Central, é a autora da logomarca adotada neste encontro. Como estava presente, Viviana ajudou a descobrir o significado contido no logotipo. O elemento central é inspirado na cultura azteca e representa uma língua expressando a comunicação que nasce do coração marista, colocado na parte central. As cores expressam a diversidade das culturas de quantos foram convocados para este encontro. Um forte aplauso saudou o trabalho e expressou a gratidão pela valiosa contribuição para difundir a imagem marista entre os jovens.

O Irmão Seán encerra o encontro

Aproximando-se o fim dos trabalhos desses dias, o Ir. Seán Sammon, SG, refez o caminho percorrido, para destacar as melhores contribuições. Recordando as vivências e experiências, sublinhou que o encontro do Conselho geral com os jovens do Arco Norte foi uma vivência de fé e de vida marista, animando a esperança de construir respostas para o projeto marista. ?Tanto eu quanto os membros do Conselho geral, disse, sentimo-nos muito à vontade na comunhão dos trabalhos. O entusiasmo e o amor à vida marista que vocês revelaram foi uma fonte de animação para todos?.

O Irmão Seán, olhando para o futuro e recordando sua experiência de enfermidade, na oportunidade em que lhe diagnosticaram um tumor no cérebro, encorajou os jovens a valorizarem o que diz o coração. Nas considerações que fez, o Irmão destacou a problemática e as soluções que afetam os jovens dessa região marista. A experiência de fé, em países desta região, fortemente secularizados, tornou-se difícil. Deverão aprender a trabalhar e a viver com pessoas que não crêem ou que se opõem à crença. Destacou a riqueza do encontro pelo fato de permitir a partilha do carisma marista. ?Ao partilharmos o carisma, comungamos também os sentimentos e o sonho de Marcelino?, observou o Ir. Seán.

Em seguida, sublinhou o fato de os jovens terem falado abertamente de vocação, lembrando as circunstâncias que condicionam, na vida de um jovem, a resposta aos apelos de Deus. Insistiu ainda na importância de superar a confusão que existe entre a identidade do Irmão e do leigo. Não deixou de propor Marcelino como modelo de criatividade aos jovens, recordando que ele fundou o Instituto com 28 anos de idade. Tinha uma casa pobre, alguns discípulos em formação e muito pouco dinheiro. Mas tinha um sonho. Sonho este que se tornou realidade em quase 80 países, com uns quatro mil Irmãos e quarenta mil leigos, educando o coração de meio milhão de crianças e jovens. Concluiu dizendo: ?Precisamos fazer com que o sonho dele se torne o nosso?.

Felicitou ainda os jovens por terem falado abertamente. Agradecendo, entregou aos presentes um regalo para lembrar do dias felizes passados na Guatemala. Um especial reconhecimento foi para o Irmão Hipólito, Provincial, para os Irmãos da Província da América Central e os que organizaram o encontro.

A missa ressaltou o que foi mais valioso para cada um dos participantes. Os comentários à Palavra de Deus e as expressões de gratidão compuseram um belo mosaico de vivências, sentimentos e propósitos. Fizeram-se presentes, entre os jovens, os Irmãos escolásticos da Província, os postulantes e seus formadores. No fim da cerimônia, foi entregue aos participantes uma fotografia do grupo e um cachecol colorido.

A tarde ofereceu oportunidade para consolidar a amizade nascida na convivência desses dias. Os jovens, acompanhados pelo Conselho geral, realizaram uma visita à antiga capital da Guatemala, cidade erguida no lugar em que se encontrava a capital ?cachiquel?, no território indígena do altiplano guatemalteco: ?Ixinmché?. Foi substituída, como capital, pela nova Guatemala, depois da destruição por um terremoto. Ao longo da visita, os jovens puderam observar alguns edifícios que ainda mostram os efeitos do terremoto destruidor. A cidade tem um aspecto colonial em seu traçado e em sua arquitetura. Foi possível apreciar locais bonitos com pátios coloniais, edifícios religiosos e civis, ora em uso.

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