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O que é o Marist Asia Pacific Center
Reitor do Marist Asia Pacific Center, conhecido como MAPAC, o Ir. Peter Rodney, australiano, descreve o Centro de formação marista, seus desafios e objetivos em uma entrevista de 19 de março.
Quantos estudantes tem o MAPAC?
Somos um centro relativamente pequeno. No atual ano acadêmico, temos 38 estudantes, sendo 26 Irmãos Maristas (divididos em três anos do curso) e 12 estudantes externos de quatro congregações.
Por que estudar no MAPAC é diferente de estudar em outros locais?
Na verdade, não somos uma universidade, mas o campus de Manila de uma outra universidade. Primeiro de tudo, nossa missão é formar discípulos maristas. A nossa missão tem três aspectos: formação, carisma marista e as três dimensões do discipulado (oração, pastoral e fraternidade). Portanto, o primeiro foco da nossa equipe, mais do que o aspecto acadêmico, é a formação.
Do ponto de vista acadêmico, a diferença mais evidente é que as classes são muito menores do que em outros lugares. Todavia, mais importante do que isso, é que o estilo de educação foca sobretudo no presente e futuro da vida dos estudantes. Na prática, isso significa que podemos centrar o foco do conteúdo dos cursos na realidade de suas vidas. Sendo mais específico, os estudantes são religiosos, mesmo se temos tido leigos frequentando o curso. O compromisso vocacional pode se tornar mais profundo graças a cada elemento estudado. Todos os estudantes vêm de congregações de ensino. Assim a aplicação do conteúdo dos cursos a situações reais da pastoral é muito frequente.
Nossos professores conhecem a realidade concreta, tanto a presente quanto a futura, dos nossos estudantes. Podemos tomar uma decisão consciente e usar os carismas de diferentes congregações e também a variedade das nacionalidades e culturas como casos de estudo para uma pesquisa acadêmica e apresentações nas classes.
Sendo nossos professores maristas – leigos maristas com muitos anos de experiência ou Irmãos -, a pedagogia marista é transmitida para esses novos discípulos maristas em cada aula.
Finalmente, e certamente não o menos importante, nosso currículo inclui temas que são especificamente maristas e ligados à formação para essa etapa da formação inicial. Podemos, por exemplo, tratar um tema, como “características da vida comunitária” usando a realidade da nossa própria vida de comunidade.
Enquanto escrevo esse texto, estamos na última semana do ano acadêmico. Aqui, a semana de provas é chamada de “semana de integração”. Esse enfoque da avaliação resume de maneira clara nossa metodologia acadêmica. Geralmente, o objetivo das provas é ver quanto os estudantes conseguiram ligar eles mesmos e o conteúdo acadêmico com as situações da vida real da vida religiosa e pastoral. Temos uma maravilhosa oportunidade e desafio para apresentar os conteúdos acadêmicos de maneira que sejam verdadeiramente formativos.
Nossa localização é também significativa. Estamos próximos de uma grande escola marista, um colégio com ensino primário e secundário, que acolhe estudantes vindos de diferentes classes sociais. A escola é muito acolhedora e representa um importante recurso para a observação de como ensinar e também oferece oportunidade para o acompanhamento da pastoral juvenil para os estudantes do MAPAC.
Há quanto tempo é o Reitor do MAPAC e o que significa essa função?
Estou começando o meu sexto ano como Reitor do MAPAC. Esse cargo compreende diferentes funções e tem evoluído durante esses anos. Primeiro de tudo, sou o superior da comunidade. Sou o responsável pelo bom andamento espiritual e humano dos 31 Irmãos que compõem a comunidade.
Liderando nossa missão formativa, no dia-a-dia, eu delego essa responsabilidade também aos Irmãos e colegas de missão. Eles se encarregam do acompanhamento, ensinamento, trabalhos domésticos, finanças e vida fraterna. Vejo minha função e contribuição como alguém que garante a coordenação e comunicação. Somos assíduos em fazer avaliações e programar as atividades. Estas são algumas maneiras como exerço minha tarefa de promover o crescimento da nossa comunidade.
Quais são os desafios enfrentados pelos estudantes?
Muitos desafios têm a ver com a personalidade e história de cada Irmão. Todavia, há dois que são evidentes, pois pertencem a todos. O primeiro desafio é a natureza multicultural da nossa comunidade. A realidade é ao mesmo tempo rica e desafiadora. Todos nós temos consciência que o futuro de uma congregação religiosa internacional, e o Instituto Marista de maneira particular, dependerá do quanto efetivamente podemos desenvolver de maneira criativa e exprimir o carisma de Marcelino em contexto multicultural.
O segundo desafio é o de inserir-se em uma comunidade, que é muito diversa daquela do noviciado de onde os estudantes vêm. Aqui a vida diária é menos estruturada. Existe mais liberdade pessoal na maneira de lidar com o próprio tempo e as próprias responsabilidades. Também há mais liberdade em aceder aos instrumentos modernos, internet, etc. Nisso existe o desafio da gestão do próprio tempo e de conservar a oração no centro das nossas vidas. Para muitos Irmãos, o primeiro ano é particularmente desafiante, principalmente em lidar com as exigências acadêmicas. Ter uma ‘saúde equilibrada’ e ‘fazer escolhas responsáveis’ são como mantras aqui. ‘Saúde equilibrada’ significa também dieta, peso e ginástica.
O MAPAC oferece dois cursos: bacharelado em educação secundária com ênfase em educação religiosa e um certificado de estudos religiosos. Esses dois cursos são suficientes para que os estudantes, quando terminam, possam ensinar?
Responder a esta questão é relativamente simples. O bacharelado é o título pedido pela maioria das administrações para ser ‘registrado’ como professor. Portanto, o curso legalmente satisfaz essa exigência. Se, às vezes, o programa de estudos não basta para dar todos os instrumentos necessários para os futuros professores, ele dá uma preparação sólida para o trabalho pastoral com os jovens e nos centros de educação não formais.
Qual dos dois cursos tem mais sucesso e por quê?
Um dos elementos para responder a pergunta é sublinhar que os estudantes que seguem cada um dos cursos são, de alguma maneira, diferentes. Para aqueles que necessitam uma preparação para a educação formal, o bacharelado, embora seja básico, é suficiente e concretamente efetivo.
No entanto, e essa será a situação predominante daqui para frente, nossos estudantes não procuram uma qualificação como normais professores. Seja pelo fato que já têm tal formação feita anteriormente ao noviciado ou antes de vir pro MAPAC ou por que a situação da missão pastoral de suas Unidades Administrativas não pede um empenho como professor. Tenho em mente especialmente aqueles que vêm do Distrito da Ásia.
Quais são os planos atuais e futuros para o MAPAC?
Diante da realidade emergente, nós estamos colocando em prática algumas coisas. Por causa da nossa pequena realidade e dos recursos educativos e formativos disponíveis aqui em Manila, estamos promovendo cada vez mais programas individuais para as necessidades de cada Irmãos em particular. Alguns estudos são feitos aqui mesmo no campus (especialmente elementos de formação marista). Outros estudos são feitos em um dos centros acadêmicos católicos da cidade. Há uma grande variedade de ofertas.
No último encontro da equipe de gestão do MAPAC, em outubro passado, pedimos orientações aos superiores para que o conteúdo do nosso curso satisfaça de maneira mais eficaz as necessidades dos Irmãos estudantes e as prioridades da missão das Unidades Administrativas. Por isso, no ano acadêmico de 2016-2017 serão feitos alguns ajustes no conteúdo acadêmico.
O elemento acadêmico é apenas um dos aspectos do programa de formação da nossa comunidade. Estamos constantemente trabalhando para adaptar o programa às mudanças que acontecem. Por exemplo, a orientação espiritual agora é feita externamente, por homens e mulheres bem preparados para tal missão.
Você gostaria de ver alguma melhoria ou mudança? Se sim, quais?
Embora existam uma série de coisas que possa citar, gostaria de enfatizar uma em particular. Mesmo se, como comunidade, regularmente refletimos e discutimos sobre a realidade da comunidade multicultural, penso que poderíamos fazer mais. Poderíamos ultrapassar o fascinante mundo da variedade de roupas e comida e alcançar a riqueza que tem cada cultura, abraçando seus valores, especialmente os valores que ajudam na relação interpessoal. Sabemos, por experiência, que, às vezes, esses valores são diferentes e, ocasionalmente, opostos um dos outros. Isso pode causar incompreensões e até ofensas. Por isso, como comunidade nós precisamos fazer um processo que nos dê tempo e espaço para aprender os valores culturais.
Há também uma prioridade que vai junto com isso: como a formação marista atualmente está sendo feita em um contexto multicultural? Considerar o conteúdo essencial e os processos de tal formação.
Acredito firmemente que isso não é um desafio somente para a nossa comunidade, mas para todo o Instituto. Tal reflexão precisa ser feita de maneira sistemática. Caminhando podemos aprender muito com os maristas com mais experiência e também com outras congregações missionárias.
Marist Asia Pacific Center, Philippineshttp://www.champagnat.org/400.php?a=6&n=3926
Posted by FMS Champagnat on viernes, 8 de abril de 2016