O que estamos aprendendo com a crise do COVID-19?

O COVID-19 é um desafio global que afeta principalmente os mais vulneráveis. O Instituto Marista, uma família carismática global que trabalha acompanhando milhares de crianças e jovens em sua jornada educativa, trabalha ativamente com educadores e estudantes neste momento especial.
Pedimos aos superiores das Unidades Administrativas Maristas que compartilhem com o mundo marista seu aprendizado nesta situação especial. Aqui, em seguida, vão algumas reflexões. Nos próximos dias iremos publicar outros textos.

Nessa página estão disponíveis recursos e informações das Unidades Administrativas Maristas.

Ir. Hipólito Pérez – América Central

É ainda muito rápido e muito cedo para tirar conclusões. A verdade é que em poucos dias a vida de milhões de pessoas mudou de repente. Pessoalmente, minha vida também mudou. Tem sido um tempo para tomar consciência da fragilidade humana e do planeta; descubrir a dor e o desamparo diante de tanta morte, sofrimento e desolação; valorizar profundamente a bondade do coração humano e a generosa solidariedade na entrega de médicos, profissionais de saúde, polícia, exército, … e milhares de pessoas anônimas que silenciosamente contribuem com seu grãosinho em tudo. Juntos somos mais fortes e a solidariedade vence o mal e a dor.    

Depois de passar tudo isso e o impacto diminuir, teremos tempo para integrar a experiência mais lentamente e que possa gerar em todos os níveis uma nova maneira de ver, sentir e agir no mundo, uma nova consciência individual e coletiva.

Ir. Moisés Alonso Pérez –Ibérica

Pessoalmente, os principais ensinamentos que essa situação me traz são:

• A grande FRAGILIDADE em que vivemos; passamos de um estado de tranquilidade geral para uma situação de depressão coletiva e medo generalizado, em muito pouco tempo. Somos muito frágeis e só nos resta nos abandonar nas mãos de Deus.
• Uma segunda lição muito evidente é o significado prático do conceito GLOBALIZAÇÃO. Como um problema localizado em um ponto do planeta se torna uma ameaça para toda a humanidade. Este é o mundo que construímos e no qual teremos que aprender a viver. Hoje, está claro que não sabemos. Nós não conseguimos antecipar as consequências que estavam por vir, porque elas já estavam ocorrendo em outros países.  
• Uma terceira lição: há MUITA GENTE FANTÁSTICA, capaz de esquecer sua própria saúde e sua própria segurança, arriscando tudo para ajudar outras pessoas. O comportamento do pessoal de saúde está sendo “medalha de ouro” (que se dê a eles, médicos e enfermeiras, todas as medalhas que prepararam para as Olimpíadas de Tóquio).
• Não vale a pena perder um minuto ouvindo os POLÍTICOS quando se percebe que a única coisa que lhes interessa é salvar sua imagem (para salvar seu posto), e para isso eles ocultam dados, mentem, procuram desculpas e justificativas para sua má gestão … E isso foi visto em vários países … Muito poucos têm vivido à altura das circunstâncias.
• Nossos IDOSOS estão desprotegidos. É lamentável que em vários países tenha se tornado público que nos hospitais faziam discriminação de acordo com a idade e se pedia que os idosos nem sequer fossem levados ao hospital. Tem sido muito difícil perceber que, sendo o grupo mais vulnerável, tenham sido relegados na hora de serem atendidos.
• Creio que haverá muito mais lições para aprendermos com este acontecimento, que terá que ser analisado no final de tudo. E certamente haverá um antes e um depois do Covid-19.

Ir. César Rojas – Norandina

Essa é uma situação que superou nossos cálculos e todas as previsões. Como Maristas e como humanidade, reconhecemo-nos frágeis e necessitados da presença de Deus e da proteção de Maria. É um momento para renovar nossa confiança neles, como o fizera São Marcelino.

Convidamos toda a província a rezar diariamente o Lembrai-vos (Memorare), uma oração que nos lembra a cena de Champagnat perdido na neve com o Irmão Stanislaus e que milagrosamente por sua intercessão foram salvos de morrer na tempestade. Como maristas, precisamos da proteção de Jesus e Maria neste momento.
É também um ensinamento a ser construtor de uma sociedade nova e diferente, de um mundo justo, fraterno e solidário. Que desta tragédia mundial, surja uma humanidade nova, cheia de esperança, verdadeiramente solidária, capaz de mecanismos para caminharmos juntos.