O Superior Geral convida a uma mudança de coração e mentalidade
Começou hoje um encontro de 5 dias com 85 participantes, incluindo o Conselho Geral e representantes de todo mundo marista.
A conferência, que discute um projeto que visa melhorar o funcionamento do Instituto, foi aberta com a missa, na capela central da Casa Geral.
Logo em seguida, às 9:30, os participantes se reuniram na Sala Champagnat, onde o Superior Geral, Ir. Emili Turú, proferiu as palavras de abertura.
Começou apresentando as pessoas que lideram o processo de “Novos Modelos de Animação, Governança e Gestão” e convidou a uma mudança de coração e mentalidade: “A mudança está chegando e nós a temos que liderar”.
Ele relembrou as palavras do Papa Francisco, sublinhando que “as coisas não podem continuar como estão, necessitam de uma conversão pastoral e missionária”.
“Precisamos ser capazes de atuar como um Instituto global, não cada um no seu mundo”, acrescentou. “É como desconectar o nosso celular da rede local e conectá-lo à rede global”.
O Ir. Patrick McNamara, Provincial dos Estados Unidos, disse que está “entusiasmado por estar com Irmãos de todas as partes do mundo e ouvir como eles pensam que as mudanças serão úteis para o futuro.
“Estou impressionado pelo trabalho e toda a preparação que tem sido feita, pois penso que falamos sobre mudanças grandes que acontecerão no Instituto”, ele acrescentou.
O Ir. Patrick lembra que tem trabalhado nos últimos 25 anos para envolver mais os leigos e disso tem recebido muita energia e que o processo é coisa boa. Frisou que “é bom ver propostas concretas e não apenas conversas”.
O Ir. Patrick, provincial desde o mês passado, reflete sobre comentários feitos pelos leigos que participaram no Capítulo Provincial de junho: “eles me perguntaram o que poderiam fazer para ajudar a nós, Irmãos. Não se trata apenas de participar dos encontros, mas sim de programar e trabalhar juntos, tornando-se nossos parceiros.”
Alguns Irmãos acreditam que em outros continentes, algumas mudanças podem ser mais desafiadoras.
“Na África e na Ásia, existe a tendência de ter uma visão hierárquica da Igreja e por isso pode existir algum medo”, disse o Ir. Shanthi Liyanage, Provincial da Ásia do Sul.
“Existirão muitos modelos, não completamente diversos, com o mesmo foco, e espero que o modelo da Ásia supere esse medo e mostre que estamos trabalhando juntos para o mesmo ideal”, acrescentou.
Conforme o Ir. Shanthi, que vive em Sri Lanka, as eventuais mudanças devem seguir o exemplo do Papa Francisco. “Os leigos não irão interferir naquilo que fazemos”, ele disse. “Minha esperança é que concordemos com alguns planos e ver como realizá-los.”
O Ir. Edouard Yatha, conselheiro provincial da Província da África Centro Leste (PACE), reflexiona sobre os mesmos desafios. “Na África, é muito difícil conseguir que os leigos sejam envolvidos, por causa da ideia de que a Igreja é hierárquica”, disse o Ir. Edouard, que vive no Congo.
“Não é tão simples, mesmo por que existe a questão dos leigos que procuram autonomia econômica”, afirmou. “Podem estar mais focados no aspecto financeiro do que no carisma”.
De qualquer forma, ele entende que “é realmente necessário envolver os leigos para ter complementariedade em termos de missão, diversidade, competência e carisma”. Sublinhou que “a formação dos leigos é a chave do sucesso” e que ele “sonha com a realização desse projeto”.