Olhar o futuro da regionalização com esperança e criatividade
A reflexão sobre esse tema constituiu a temática dos dias 29 e 30 de maio. Os grupos reuniam-se em sete salas, identificadas com nomes próprios das origens maristas: L?Hermitage, Le Rosey, La Valla, Maisonnettes, Verrières, Fourvière e Marlhes. As idéias levantadas eram recolhidas num documento, e agrupadas em torno dos núcleos seguintes: Percepção da regionalização; configuração geográfica das regiões; ações realizadas nas diversas regiões; conferências provinciais; coordenador geral regional; conselho executivo regional; assembléias regionais; equipes, grupos ou comissões; interação da Administração geral com a região; interação da região com as unidades administrativas; e, finalmente, legislação para articular o funcionamento da região. Com isso há matéria para ser aprofundada, no futuro.
Existe, em geral, uma visão esperançosa sobre o que deve ser uma região. A experiência da regionalização, no Instituto, nesses anos recentes, foi positiva, mas precisa ser desenvolvida de modo que ajude a transformar os corações, abrir novas possibilidades para a missão e inculcar nos Irmãos um sentido mais profundo de fraternidade e pertença. As novas estruturas favorecem o encontro de Superiores maiores, facilitam o estudo de assuntos que interesssam a todos, permitindo perceber com mais clareza as chamadas da Igreja e do Instituto, enquanto se exercem os princípios de subsidiariedade e autonomia das Unidades administrativas. As ações regionais supõem um custo, mas é opinião comum de que vale a pena realizá-las. Fica a tarefa de aprofundar os critérios, encontrar pessoal para a interação regional, relacionar-se com as estruturas da Igreja e superar a desconfiança entre as diversas culturas.
Dependendo da geografia das regiões, há sub-regiões como Brasil, Espanha, Arco-Norte e Cone-Sul que já encontraram estruturas eficientes, que, naturalmente, precisam ser consolidadas e integradas, no contexto da região. Há, também , outras unidades administrativas onde ainda não há nem a visão, nem o sentir regionais.
As realizações regionais têm, como quadro de fundo, uma grande diversidade cultural e distintas sensibilidades sociais, bem como contextos sócio-políticos e religiosos diferentes. Mas existe o desejo de abrir-se ao valor da internacionalidade. A regionalização permite ampliar o quadro das atividades, incluindo o patrimônio, a missão e a formação permanente. Com isso sai favorecido o intercâmbio de Irmãos, entre Províncias, conforme as necessidades, inclusive mediante a criação de comunidades inteprovinciais e internacionais. Prevê-se também a organização de cursos de formação para Irmãos e leigos, como também a formação de fundos regionais para situações de emergência.
Modo de coordenar ações e de participar
Há unidades que ainda não vêem claro como realizar e coordenar as atividades menciondas. Parece que os Provinciais não têm tempo para animar ações regionais, de modo que é preciso definir bem o papel da pessoa que vai assumir essa responsabilidade. Poderá ser um bom tema para o próximo Capítulo geral.
A tomada de decisões pode ter expressões diferentes, em cada região: assembléia regional, Conselho executivo regional e outros, uma vez que não há norma canônica que o impeça. Uma das instâncias lembradas é a Assembléia regional. Nos grupos foram lembrados alguns objetivos: favorecer as reuniões conjuntas de Provinciais e Conselhos provinciais de toda uma região ou fomentar diferentes tipos de encontros regionais.
Foram lembradas também as equipes ou comissões já existentes, dando-lhes, porém, mais autonomia para cumprirem sua função. Novas equipes podem surgir para responder às necessidades reais e atuais. Devem ser formadas ou compostas, paritariamente, por membros das diferentes Províncias. Na Oceania, já existe uma rede de equipes interligadas, com relativo bom funcionamento. Houve propostas favoráveis ao desenvolvimento de redes para diferentes áreas de animação: espiritualidade, leigos, formação, missão, educação, Irmãos, solidariedade, centros educativos, etc. Expressou-se também a conveniência de que as comissões regionais estejam relacionadas com as comissões e os secretariados do Conselho geral. A estrutura do Conselho geral ampliado é avaliada positivamente e pode ser aplicada nas diversas regiões.
Integrar a Província, a Região e a Administração geral
Este é um objetivo para o futuro. Parece, por ora, que existe um elo perdido que impede que a cadeia se estenda com solidez. Observou-se que as comissões regionais deveriam relacionar-se com as comissões do Conselho Geral, ou então designar Conselheiros gerais para animar as regiões. Assinalaram alguns a importância da interação e da coordenação entre o plano do Conselho Geral e o plano das regiões, sem repetir o antigo esquema dos Assistentes Gerais. É preciso encontrar esquemas melhores para a animação e o acompanhamento dos Provinciais e de seus Conselhos, da parte do Conselho Geral.
A mesma observação vale para a inter-relação das unidades administrativas e as regiões. A força da regionalização se mede pela ajuda que prestar às necessidades dos Provinciais e das unidades administrativas.
É evidente que a regionalização, que surge em algumas partes do Instituto ou progride em outras, carece de consolidações legais, o que será necessário atender. Cabe ao Capítulo geral, caso o considere necessário, prover a norma legal para os novos esquemas de funcionamento. Alguns solicitam que se estabeleçam diretrizes simples e claras.
A cultura das vocações, o CD do BIS e outras notícias
No dia 25 já houvera três oficinas distintas. Nesta quinta-feira, 30 de maio, organizou-se uma oficina de trabalho sobre as vocações, animado pelo Ir. Ernesto Sánchez, diretor do Secretariado das vocações: ?A pastoral vocacional, nas Províncias reestruturadas?.Foram expostas idéias em torno da cultura das vocações, no Instituto, nas Províncias e Distritos, e foram partilhadas experiências de pastoral vocacional, realizadas nas províncias reestruturadas.
Por sua vez, o BIS apresentou um CD elaborado para promover uma campanha para obtenção de fundos, em apoio aos Irmãos do projeto Ad gentes. O CD, destinado às comunidades e às obras educativas, contém, além da convocação solidária, uma informação sobre os referidos Irmãos e os lugares em que vão atuar.
No final da tarde, houve tempo para responder a perguntas que os membros da Conferência tinham formulado, por escrito, à Comissão coordenadora. A primeira se referia ao documento sobre a Espiritualidade marista e ao Ano de espiritualidade. A segunda aludia à venda de uma parte do terreno da Casa generalícia. Em final de maio, foram assinados os documentos de venda e o pagamento já foi efetuado. A terceira foi sobre os lugares de nossas origens. Foi conseguido um acordo sobre o projeto denominado ?Lugares maristas?. Espera-se iniciar as obras, em abril de 2008, e terminar em setembro de 2009, para o que se chama de ?Hermitage?. Os Irmãos mostraram
interesse por um curso, em língua inglesa, a realizar-se, em Roma, de janeiro a junho de 2008, sobre o patrimônio marista. Houve também pedidos de aclaração sobre a situação canônica dos Irmãos que participam da missão ad gentes, e sua relação com as Províncias de origem. Uma última pergunta foi sobre a beatificação de 47 Irmãos mártires, da Espanha.
Primeiros preparativos para o XXI Capítulo geral
O trabalho de 1º de junho, sexta-feira, consistiu na síntese final de toda a reflexão ocorrida, nos dias da Conferência. O Ir. Seán orientou esse trabalho e informou que a plenária do Conselho geral, prevista para o mês de junho, nomeará a Comissão preparatória do XXI Capítulo geral. A presença de todos os Provinciais e Superiores de Distrito, em Roma, é uma excelente oportunidade para adiantar alguns temas importantes e enviá-los a essa Comissão, especialmente na área da regionalização.
Para facilitar o trabalho, contou-se com o apoio de um questionário. Assim, à luz de nossas reflexões e discussões, quais são as três problemáticas-chave que o próximo Capítulo geral deveria abordar? À luz de nossa experiência, reunidos em Conferência geral, qual seria o tema central que recomendaria à Comissão preparatória para ser abordado, no próximo Capítulo geral? Quais suas sugestões para dinâmicas que o Capítulo geral faria bem em utilizar? Essas são três perguntas que revelam o interesse que já começa, em torno do próximo Capítulo geral.
As idéias trazidas dos grupos voltavam a girar em torno de temas fundamentais, já trabalhados: Identidade e consagração, tanto dos Irmãos como dos membros do laicato; vida nova para a missão, paixão pela missão; a vitalidade do Instituto; a espiritualidade e a missão; a reestruturação e a regionalização.
Sobre a metodologia a seguir no Capítulo, pede-se que seja simples. Seria útil a metodologia clássica do ?ver, julgar e agir?.Importante é incentivar uma verdadeira experiência espiritual e uma vida nova para a missão; haja um perito externo para ajudar na dinâmica geral e que esta seja vinculada à identidade, à espiritualidade e à missão do Instituto. Alguns Irmãos propuseram a revisão de alguns pontos das Constituições para adequá-las às necessidades de hoje. Outros, mencionaram ainda que seria melhor se o Capítulo fosse celebrado fora de Roma, para diminuir as despesas e facilitar a obtenção dos vistos de entrada.