17 de janeiro de 2025 PERU

Projeto da Universidade Marcelino Champagnat capacita professores indígenas

Desde 2012, a Universidade Marcelino Champagnat de Lima, acolhendo o desejo e as palavras do fundador dos Irmãos Maristas “de ir especialmente aos mais necessitados”, criou espaços e oportunidades para que professores das comunidades originárias de Datem del Marañón (selva peruana), região de San Lorenzo, tivessem a oportunidade de crescer como pessoa e no nível de ensino de seu país, o Peru. Melhorar a qualidade da educação e fortalecer a de sua comunidade tem sido um sonho que alguns realizaram e outros realizarão.

Foi assim que surgiu o Projeto “Um Professor para o Datem”, comprometido em fazer todo o bem que pudermos, a todas as pessoas que pudermos, por todos os meios e formas que pudermos, em todos os lugares e ocasiões que pudermos. Durante seu desenvolvimento, receberam o diploma de Graduação-Licenciatura ou de Especialização em Educação Inicial e Primária cerca de 711 professores nativos das línguas indígenas Achuar, Awajun, Kandozi, Chapra, Sahwis, Wampis, Quichua e língua espanhola.

Conclusão do projeto: “Um professor para o Datem”

Neste mês de janeiro de 2025, trinta e seis professores nativos estão a caminho de obter o diploma de Licenciatura na UMCH e quatorze de conseguir seu o diploma de Especialização. São os últimos momentos de um Projeto que já deveria ter terminado, segundo a Lei assinada há 13 anos, em 2012. A pandemia adiou esse encerramento.

No momento do encerramento do Programa, vinte e seis voluntários da Universidade Marcelino Champagnat-Lima, de colégios maristas e outras escolas solidárias do Setor Peru e procedentes da Bolívia e Chile, Província de Santa María de los Andes, acompanham o processo, superando as dificuldades que envolvem falar em espanhol e pensar na língua de origem. Os que receberão seus títulos de Licenciado e Especialista ao final desta aventura educacional em 2025 são 14 professores homens de origem Achuar; 13 professores e professoras de origem Sahwi; 2 professores de origem Quechua; 3 professores de origem Awajun; 8 professores e professoras de origem Kandozi; 3 professores de origem Chapra; 3 professoras de origem Wampis e 2 professores e professoras de língua espanhola.

Não podemos encerrar este relato, como é natural, sem acolher os sentimentos de alguns integrantes destes povos originários, hoje presentes, ao confirmar que o encerramento do projeto “Um Professor para DATEM” já é uma realidade, terminando de forma presencial nestas terras-lar do muito querido DATEM e dos ainda mais queridos professores “dateños”.

Quando perguntados sobre seus sentimentos na circunstância oficial do encerramento, eles são sinceros ao sentirem-se gratos ao Irmão Pablo, Provincial, a outros Irmãos, professores da Universidade, professores voluntários de diferentes países, porque sem eles não teriam avançado e não teriam sido importantes em suas comunidades como professores, dizem alguns. Outros, preocupados, pesarosos, orgulhosos da sua Universidade Champagnat que é única, para eles, formadora de bons professores. Todos eles dão muito valor à querida Universidade da qual não desejam se separar, sua alma mater, dizem, que os ajudou a crescer pessoalmente e a crescer em suas comunidades com o espírito do grande mestre Marcelino Champagnat que eles carregam dentro do coração. Alguns são mais sinceros e sentem “como se um bom amigo estivesse me deixando para sempre”.

Se Deus nos enviasse cinquenta bons irmãos, dizia Marcelino Champagnat (em Datem tivemos 386 voluntários durante todo o projeto), haveria maiores e melhores obras; o que nos falta são bons irmãos (tivemos bons voluntários) para dar à sociedade e aos povos indígenas “virtuosos cristãos e honestos cidadãos” (Champagnat).

Agradecemos a todos os povos originários do DATEM por sua natureza boa, dócil, trabalhadora e culturalmente aberta, por progredirem conosco no caminho da educação desses povos, às vezes abandonados por muitas autoridades legais.

Obrigado professores Achuar, Awajun, Kandozi, Chapra, Sahwis, Wampis, Quichua, de Língua Espanhola por contarem com os nossos serviços da Universidade Marcelino Champagnat, por nos receberem com respeito e carinho a cada ano que estivemos com vocês. Deus Pai os abençoe para sempre.

“Uma comunidade, povos originários, é suficientemente rica quando seus membros são bons, e é isso que peço a Deus todos os dias.” (Marcelino Champagnat.)

Amém.

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Ir. Bernardino Pascual Juárez.

San Lorenzo del río Marañón, 12 de janeiro de 2025.

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