29 de outubro de 2012 REP. DEM. DO CONGO

Província da África Centro-Leste

O Movimento Champagnat da Família Marista é uma realidade na Província da África Centro-Leste. A fraternidade marista de Goma, na República Democrática do Congo, denominada JUDEPROFMs (Jovens Unidos para o Desenvolvimento e a Promoção das Obras dos Irmãos Maristas), aparece sempre mais próxima da juventude congolesa mediante diferentes projetos realizados por essa entidade. É compreensível que bom número de pessoas se interessem por essa dinâmica: Já não são apenas rapazes e moças que nos procuram, mas igualmente leigos católicos, já responsáveis por famílias, casados, e logicamente, aqueles que desejam mais informações.

As pessoas que acompanharam o crescimento da JUDEPROFMs podem testemunhar que ela é fruto do Encontro de Mendes, mesmo que tenha iniciado antes deste, porque se pode dizer que Mendes lhe deu seu verdadeiro sentido de “Fraternidade”. Cinco anos depois, a realidade da República Democrática do Congo é muito diferente, mas, afinal de contas, nossa fraternidade soube adaptar-se.

Seduzida pela compaixão do Padre Champagnat para com os jovens, a fraternidade JUDEPROFMs orientou seu campo de apostolado em favor dos jovens empobrecidos. E, como a situação de nosso país mergulhou alguns jovens num desespero total, colocando-os de lado e condenando-os, o ideal de nossa fraternidade é de tentar devolver-lhes a esperança. Assim foi que, desde sua fundação, nossa fraternidade pôde definir os seguintes objetivos, com a única preocupação de fazer seu apostolado de modo adaptado:

–   Participar na visão universal da Igreja para o desenvolvimento integral da pessoa;
–   Contribuir para a promoção dos direitos humanos;
–   Assistir as crianças pobres e as pessoas vulneráveis;
–   Participar na formação dos jovens escolares segundo o carisma dos Irmãos Maristas;
–   Promover ações em vista do desenvolvimento e da promoção dos jovens em situação de penúria;
–   Trabalhar na mudança dos comportamentos para proteger a saúde e o desenvolvimento humano.

Constatando a aplicação prática desses objetivos, certos jovens expressaram um “uf” de alívio; outros se interrogaram, com inquietação, se eles poderiam ser levados em consideração, em nossos diferentes programas. O limite de nossos recursos não permitiu uma intervenção em grande escala junto a nossos beneficiários; no entanto, esperando que isso não perdure, continuamos fiéis ao nosso programa de “auxílio escolar” em favor das crianças necessitadas, previsto para o ano de 2012.  Esse programa prevê o fornecimento de artigos escolares e o custeio de despesas escolares (isto é, no Instituto TUSIMAME de Kalungu, Escola primária de MUGUNGA, em Goma, Instituto WETEMWAMI de Bishange e o Colégio LWANGA de Minova).

A maior dificuldade que temos encontrado é relacionada com os comportamentos perversos da juventude. É preciso compreender que a situação econômica difícil de algumas famílias, após a guerra, leva moças e rapazes à vagabundagem e a toda sorte de aventuras, na intenção de conseguir meios de sobrevivência. Essa situação calamitosa não escapou à atenção de JUDEPROFMs que, rapidamente, tomou providências para combater o proxenetismo e o fenômeno dos proxenetas. Isso vai de acordo com seu objetivo de “promoção dos direitos humanos”, no programa de “proteção da infância”. Assim, a partir deste ano de 2012, a fraternidade JUDEPROFMs iniciou um novo projeto intitulado “Programa de sensibilização para a erradicação dos abusos sexuais cometidos contra meninas menores, na cidade de MINOVA e suas periferias”.

No dia 18 de fevereiro de 2012, de manhã, as autoridades político-administrativas entre as quais o presidente da sociedade civil, o comandante da polícia local, o comandante das forças armadas, a autoridade local e a do enquadramento territorial, a imprensa, as ONGs e as associações que trabalham na proteção da infância, a comunidade dos Irmãos Maristas de Bobandana, os representantes dos pais, estavam todos reunidos em torno da fraternidade JUDEPROFMs para compreender o novo projeto, e conhecer as várias estratégias previstas para um bom resultado. As autoridades político-administrativas e militares assumiram compromissos visando a sustentar a ação da fraternidade de leigos maristas JUDEPROFMs.

Pensamos que esse projeto terá um impacto positivo sobre os comportamentos, mesmo se alternativas devam ser estudadas para garantir a autodeterminação duradoura dessa categoria de pessoas. É bem verdade que os pais e toda a comunidade local poderiam considerar perdida essa geração e desesperar; mas, graças ao esforço, à oração e à contribuição de cada um de nós, poderemos gritar juntos: “Vejam esse deserto, tornou-se um jardim”.

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Ignace NGWASI KAVANGA, coordenador do Projeto ‘JUDEPROFMs’.

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