
Publicação do Método de leitura de Champagnat
Acaba de ser publicado o número 22 dos Cadernos maristas com três estudos e um documento. Os estudos são obra dos irmãos Edward Clisby, Aureliano Brambila e Paul Sester, todos eles colaboradores habituais dessa coleção.
O trabalho do irmão Edward Clisby sobre ?Os Irmãos Maristas e os Maoris, em Nova Zelândia?, amplia a linha empreendida em seu trabalho anterior, ?O educador marista na Oceania de 1836 a 1870?, oferecendo-nos algumas características da educação nessas regiões geográficas.
O trabalho que agora nos apresenta é um resumo atualizado da história da relação entre os irmãos maristas e os Maoris. Foi solicitado pela Província de Nova Zelândia em 1996, completado em 1999 e publicado em 2001 com o título ?Os Irmãos Maristas e os Maoris: 1838 – 1908?. Através de sua leitura é possível conhecer o que aconteceu naquelas terras onde ?as coisas não eram tão simples. Nos primeiros anos, a pobreza dos missionários católicos, a sua falta de recursos de apoio em um ambiente protestante, a confiança em obter ajuda financeira em regiões que se encontravam do outro lado do mundo…? (p. 12)
O irmão Aureliano Brambila, com seu estilo já conhecido de muitos, neste artigo intitulado ?O Irmão Basilio Rueda e seu pensamento sobre a obediência religiosa? faz um percurso através dos conteúdos mais significativos recolhidos pelo irmão Basilio em sua circular sobre a obediência, de 1975. O irmão Basilio ?soube admiravelmente aproveitar da plataforma das circulares de que dispõe um Superior geral. Suas circulares foram magistrais, volumosas, cheias de idéias, como o requeria o momento difícil, onde estava em crise não precisamente os costumes, mas as mentalidades. Uma dessas circulares foi sobre a obediência religiosa?. (p. 25)
O irmão Paul Sester, que intitula seu estudo ?M. Champagnat e as Finanças?, inicia seu trabalho afirmando que ?o estudo da gestão financeira do Instituto durante a vida do Padre Champagnat, não é uma tarefa fácil. Assim vemos como os documentos que conservamos até o presente mesclam as finanças com outros assuntos e não têm continuidade temporal estrita, uma vez que deixam intervalos vazios de até mais de um ano.? (p. 49) Porém, acrescenta adiante: ?O interesse de um estudo tal é tanto maior quanto, além dos incessantes trabalhos em andamento em Nossa Senhora de l?Hermitage, nos revela o caráter empreendedor do Padre Champagnat, apesar, principalmente, das dificuldades financeiras que sua obra devia superar?. (p. 53)
Este número de Cadernos maristas que estamos apresentando sucintamente apresenta ainda a publicação de ?Nouveaux principes de lecture a l?usage des Frères de Marie?, também conhecido como ?método de leitura?, composto por Marcelino e seus irmãos, o qual está precedido de um trabalho do irmão Maurice Bergeret, realizado com o objetivo de recuperar ?nossos velhos livros maristas sobre a leitura, como sobre muitos outros temas do ensino?. (p. 73)
A importância desse texto, sobre o qual a circular de 11 de novembro de 1916 anunciava a 42ª edição, e da qual restam poucos exemplares, estriba que o irmão ?João Batista Furet, o primeiro historiador de Marcelino Champagnat, sublinha bem que o método de leitura é um dos três elementos indissociáveis da fidelidade dos primeiros irmãos à sua vocação?. (p. 72) Sem dúvida que esta contribuição do irmão Maurice vai despertar um grande interesse em conhecer um dos documentos pedagógicos mais significativos de nossas origens. Talvez alguma editora decida inclui-lo como edição de luxo em seu catálogo, como importante obra pedagógica que a Instituição Marista ofereceu no campo da educação, e que merece constar na História da Pedagogia.
Outra contribuição prática presente neste número 22 de Cadernos maristas, é o índice de todos os artigos publicados nessa coleção, desde suas origens, em julho de 1990.
Cadernos maristas n. 22