24 de agosto de 2018 CASA GERAL

Qualquer forma de abuso é a antítese de nossos valores maristas

Em carta dirigida ao Povo de Deus, o Papa Francisco reconhece, “com vergonha e arrependimento”, que “negligenciamos e abandonamos as crianças”, e convida aos católicos a realizar um “exercício penitencial de oração e jejum” para reparar “os horrores, os crimes e as feridas” que estão sendo reveladas.

Na carta, publicada no dia 20 de agosto, o Papa sublinha a necessidade de ver o sofrimento vivido por muitos menores e que as instituições assumam um compromisso que garanta a sua proteção: “Olhando para o passado, nunca será suficiente o que se faça para pedir perdão e procurar reparar o dano causado. Olhando para o futuro, nunca será pouco tudo o que for feito para gerar uma cultura capaz de evitar que essas situações não só não aconteçam, mas que não encontrem espaços para serem ocultadas e perpetuadas.

 

Política de proteção das crianças e seus direitos no Instituto

Durante esses últimos anos o Instituto dos Irmãos Maristas se sensibilizou de maneira significativa com as graves violações que sofrem as crianças e se impuseram bases para garantir que as obras maristas sejam lugares seguros para elas. Atualmente 100% das UA conta com uma pessoa que assume a função de Delegado de Proteção.

A partir de 2011, o Governo Geral tem protagonizado ações em vista da promoção de políticas institucionais que incluem princípios fundamentais e normas para a proteção da infância. Além do protagonismo da FMSI junto às Nações Unidas, dois seminários foram realizados, na Casa Geral, destinados a líderes de todo o Instituto: Proteção das Crianças e dos Jovens (2012) e Proteger as crianças – Tomamos consciência, criamos um ambiente seguro (2016).

Etapa importante desse percurso foi o debate durante o último Capítulo Geral, em 2017, que fez uma Declaração às vítimas e aos sobreviventes de abusoonde se sublinha que “qualquer forma de abuso é a antítese de nossos valores maristas, ofusca o verdadeiro propósito de nosso Instituto e representa uma traição aos nobres ideais de nosso fundador, São Marcelino Champagnat”.

Mesmo considerando o caminho já realizado, o Instituto acredita ser necessário seguir avançando para que essa consciência chegue a todos os rincões do mundo marista; para que todos os adultos contem com ferramentas que lhes permitam prevenir e proteger as crianças perante qualquer tipo de abuso; e para que existam ações e mecanismos efetivos que resguardem a dignidade da infância.

Para levar adiante a formação de Irmãos e Leigos envolvidos na missão marista, o Instituto, através da FMSI, está promovendo a formação à distância oferecida pelo Centre for Child Protection da Pontifícia Universidade Gregoriana. Educadores da Europa já estão frequentando o programa, oferecido através da Universidade de Alcalá de Henares. A partir de outubro próximo, a PUC do Paraná oferecerá o mesmo curso aos educadores brasileiros e, em breve, outras instituições maristas do Peru, México, Chile e Argentina concluirão o acordo com a Pontifícia Universidade Gregoriana e estarão aptas a formar outras pessoas envolvidas com a educação das crianças e jovens, sendo promotores da defesa de seus direitos.

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