8 de setembro de 2010 TAILâNDIA

Quarenta e cinco participantes, vinte e duas nacionalidades

No dia dois de agosto último, terminamos nossa Assembleia. Creio que foi uma Assembleia especial porque, para alguns dos Irmãos, era a primeira vez em sua vida que dela participavam. Sim, foi algo especial, mas real. Reunidos por um mesmo ideal, os Irmãos encontravam-se aí, preparados para uma mesma missão, e enviados pelo Conselho geral a trabalharem em seis países da Ásia.

Os Irmãos foram chegando aos poucos. Alguns por terra, outros por avião. Os do Camboja optaram vir por terra. Depois de várias horas de ônibus, o grupo chegou ao lugar da reunião, sem nenhum percalço. Os procedentes de um grande país, cujo nome omitimos, um pouco prevenidos do que poderia ocorrer, viajaram precavidos em vôos diferentes, dias e horários variados. Diziam que não queriam fazer-se notar e que era preciso ter cuidado.

Na Índia, houve baixas numéricas. Atualmente, temos três Irmãos, um da Índia e dois da Espanha, numa hospedagem para rapazes indígenas da tribo sandal, perto da cidade de Burdwan. Mais adiante, esse internato deverá oferecer um programa de ?Community College?, isto é, um programa que deseja despertar aptidões e capacitar para a escolha de uma profissão, incluindo a interação crescente com as famílias de uma dezena de aldeias vizinhas. Os três Irmãos, que já se defendiam na língua bangla, deverão agora, com muita coragem, aprender o básico do sandal, para se comunicarem com os membros das famílias que não dominam o bangla.

Bangladesh chegou com baixas na equipe: três dos Irmãos das comunidades não puderam vir. A um Irmão nigeriano foi negado o visto para entrar na Tailândia, por preconceito racial. Para o Irmão das Ilhas Salomão não chegou o novo passaporte e Eugênio, um Irmão espanhol, se encontra em recuperação e tratamento médico, na Espanha. Os representantes da Tailândia chegaram todos, bem como os dos países vizinhos.

As reuniões e a assembleia foram realizadas num centro de pastoral, próximo do aeroporto. Os primeiros dias foram previstos para o conhecimento recíproco e para partilhar sobre os projetos e sonhos de cada lugar. Fizeram-se presentes Irmãos do Conselho geral. A internacionalidade é palpável em cada mesa de trabalho: quarenta e cinco participantes, vinte duas nacionalidades. Tinha-se a impressão de que se tratava do mundial de futebol: Espanha, Portugal, África do Sul, Gana, Argentina, Brasil, Paraguai, Itália, Malásia, Madagascar, Escócia, Guatemala, Colômbia, Zimbábue, Austrália, México, Nova Zelândia, Filipinas, Índia, Zâmbia, Sri Lanka e Alemanha.

As idades variam. Há Irmãos de votos temporários que se misturam com Irmãos que completam 50 anos de vida religiosa, jovens cheios de vida conversavam apaixonadamente, nas reuniões com Irmãos cheios de experiência, que deram o melhor de si em outras terras. Os dias de encontro passaram. Começaram os dias de retiro e de oração… Viver a espiritualidade da marginalidade, ser como Jesus, modelo do ?judeu marginalizado? que atravessa com toda liberdade uma e mais vezes as fronteiras existentes no campo social, político, cultural e religioso. Jesus, o ser inclusivo, que aceita os judeus e os não-judeus, homens e mulheres, crianças e anciãos, ricos e pobres, poderosos e fracos, saudáveis e enfermos, puros e impuros, justos e pecadores e qualquer outra imaginável categoria… Essas ideias e outras semelhantes eram um constante convite à conversão.

Terminamos o retiro e, em seguida, começamos a Assembleia para esclarecer prioridades e sugerir processos de desenvolvimento, em cada lugar. Concluímos agradecendo a Deus e a todas as pessoas que tornaram possível nosso encontro. Descobrimos uma vez mais a fraternidade, a internacionalidade como uma riqueza que permite abrir-nos aos Irmãos e ampliar o coração do jeito de Marcelino, o homem sem fronteiras, que semeou a semente missionária que hoje começa a crescer nesta parte da Ásia.
A ?Assembleia Constituinte? ofereceu a oportunidade para a posse do Ir. Luis Garcia Sobrado como novo Superior do Setor, por três anos. O Ir. Vigário geral, Ir. Joseph Mc Kee, presidiu o ato, em nome do Rev. Ir. Superior geral. A mesma Assembleia elegeu o novo Conselho: Ir. Alex Arockiasamy (Índia), Juan Castro (México), Michael Potter (Nova Zelândia) e Canísio Willrich (Brasil).
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Irmão Hoan Castro – 12.08. 2010

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