Quarta-feira, 27 de setembro

O 20º dia em Rionegro foi dia de escutar o que Deus quer que os maristas façam. Foram descobertas as linhas de ação para o Instituto entrar no seu terceiro centenário.

Início das atividades

Depois da oração contemplativa e do café da manhã, às 8:45 todos se reuniram na capela para a missa. Em seguida, começaram os trabalhos na sala capitular.

O Ir. João Carlos do Prado, secretário do Capítulo propôs a votação da Ata dos primeiros dias do Capítulo, de 78 a 16 de setembro. O documento, que contém uma síntese das atividades capitulares, foi aprovada unanimemente.

O Ir. Lindley Sionosa, membro da Comissão Facilitadora, deu alguns avisos e apresentou o volume 32 das Circulares dos Superiores Gerais, que recolhe os textos que o Ir. Emili Turú escreveu aos Maristas de Champagnat desde 2009. A publicação foi organizada pelo Ir. Antonio Estaún e chegará em breve nas Províncias.

Quatro linhas de ação

O trabalho do dia foi apresentado pelo facilitador Matthieu Daum. O seu objetivo foi encontrar quatro coisas que Deus pede para um Novo Começo do Instituto. Para chegar a essa meta, foram dados vários passos.

O trabalho partiu dos elementos descobertos no dia anterior. Não se procurou selecionar 4 elementos entre aqueles apresentados ontem, mas de exprimir em 4 maneiras diferentes tudo o que foi dito.

Para essa tarefa, ficou proibido o uso de termos usuais. Portanto, não se podia usar palavras como Jesus, Maria, La Valla, Montagne, Champagnat, carisma, estruturas, Unidades Administrativas, administração geral, contemplação, missão, escola, educação. Isso previne o uso de palavras que já têm um sentido na cabeça das pessoas e não ajudam no diálogo com quem se pretende entrar em contato.

A dinâmica proposta para chegar ao resultado começou com uma leitura atenta e individual das frases ditas no dia anterior. Em seguida, em pares, se respondeu a pergunta proposta: quais são as 4 coisas a que Deus nos está chamando para um Novo Começo?

Nas mesas, em seguida, com 6 pessoas, foram colocadas juntas as 12 frases dos três pares. Delas, o grupo criou 4 frases próprias. Depois as 16 mesas se uniram em 8 grupos, que por sua vez fizeram cada um 4 frases.

O trabalho da manhã terminou com os grupos lendo suas sentenças, que segundo eles resumiam o querer de Deus para o novo início do Instituto.

O objetivo final era reduzir as 32 proposições em 4. Para isso, foram escolhidos um representante de cada grupo que se encarregaram de trabalhar até o início da sessão da tarde para apresentar o resultado final.

Sessão da tarde

A oração a Maria, 20 minutos de contemplação, abriu os trabalhos da tarde. Saindo da capela, todos se reuniram para a foto de grupo.

De volta na sala capitular, os 8 representantes do grupo apresentaram as 4 proposições:

1. Para este novo começo, Deus nos chama a uma vida de plenitude, aberta de forma radical ao amor de Deus em nossa vida. Isto nos leva a abandonar nossa comodidade para viver no mundo emergente

2. Para este novo começo, Deus nos chama a imaginar um novo paradigma de ser uma família global de irmãos e irmãs

• em relações que se apoiam mutuamente,
•  criando lares,
• sendo testemunhas proféticas de acolhida, inclusão e partilha de recursos

Como uma parábola de comunhão

3. Para esse novo começo, Deus nos chama a repensar criativa e radicalmente nosso estilo de vida como irmãos para viver como comunidade de adultos sãos que vivem com simplicidade em relações profundas e inclusivas, a partir de uma espiritualidade de coração.

4. Para este novo começo, Deus nos chama a ser profetas da dignidade humana, através de uma presença significativa e criativa diante das necessidades emergentes das crianças e jovens, a partir da perspectiva do cuidado da casa comum, de modo que se convertam em agentes de transformação do mundo.

Aprofundando a reflexão

Essas 4 proposições não são o ponto de chegada, mas uma síntese que ajudará a aprofundar a reflexão. De fato, logo em seguida, o facilitador convidou a refletir sobre os sentimentos que afloram depois de ter escutado as 4 frases. Incitou a todos a sublinhar aquilo que foi refletido nos dias anteriores e não aparece nessas frases. Primeiro houve momento de reflexão pessoal, em seguida no grupo e, por fim, abriu-se espaço para a partilha.

Entre os elementos indicados como ausentes se destacam formação, cor marial, marista, pobres (periferias, jovens, crianças), disponibilidade para a missão, força na ecologia, relação irmãos-leigos, linguagem mais clara…

Próximos passos

Houve uma nova reflexão. Dessa vez se perguntou sobre as áreas de atuação marista que precisam ser melhor trabalhadas e incluídas nas linhas de ação. O plenário indicou vários elementos: Identidade e missão do irmão; vida comunitária e oração; irmãos e leigos caminhando juntos sem resistência;  família carismática: irmãos e leigos compartindo; como se vive os votos como maristas; presença entre crianças e jovens e defesa de seus direitos; que tipo de governo; solidariedade econômica; a pertença dos leigos maristas; educação; finanças; ecologia; formação conforme a realidade de hoje; comunidades mistas.

A comissão facilitadora, tendo diante de si todo esse material, amanhã fará a proposta de trabalho que integre toda a reflexão feita.