8 de setembro de 2013 QUêNIA

Retorno ao Centro

Estamos em Nairóbi, Quênia. Nós, Irmãos do terceiro ano do MIC, fizemos o retiro anual. Éramos 27, dois formadores e um conferencista, num total de 30. O retiro foi feito em Nyahururu, aproximadamente a 300 quilômetros de Nairóbi, de 28 de julho a 03 de agosto.

O centro espiritual que nos acolhe fica em Tabor Hill, a colina de Tabor. Um lugar ideal: flores, grama, árvores, palmeiras, espaço. Contornando o pátio central de 220 metros por mais de 100 de largura, se distribuem os pavilhões, cada um podendo acomodar 15 pessoas. Longos corredores cobertos ligam todos os pavilhões, as salas de conferências, os refeitórios, e a capela central que, situada no início do pátio, mantém suas portas abertas para acolher todos aqueles que vêm se realimentar.

Foi nesse lugar que fizemos nosso retiro. Formamos um grupo internacional e multicultural, em perfeita harmonia sob a identidade Marista. Viemos da Nigéria, do Congo (RDC), de Ruanda, do Mali, da Zâmbia, do Zimbabwe, de Madagascar, do Kenya, de Angola, de Moçambique, da Tanzânia, da Costa do Marfim… Tínhamos todas as cores do arco-ires.

Dois convidados importantes, inesperados, se incorporaram a nosso retiro: o frio, e a chuva abundante e gelada. Estávamos a dois graus do Equador, mas a mais de 2000 metros de altitude. Tentamos nos defender tiritando, apertando os ombros, e olhando uns aos outros para nos encorajarmos.

Tínhamos para nos esquentar chá em abundância e, sobretudo, o tema do retiro: “quem sou eu, no dizer das multidões?” (Lc 9,17-18). Essa pergunta de Jesus nos levou constantemente para nosso interior, para nossa amizade com o Senhor. Durante dias ela lavrou nossa alma. Levamos a sério essa pergunta do Senhor, em silêncio, na oração, nos momentos de adoração. Descobrimos o quanto essa pergunta é central, pois todo o Novo Testamento nasceu dela, todos os santos trouxeram suas orações-resposta. Interrogamos nossas Constituições, contemplamos Marcelino e nossos santos maristas. Nossa surpresa foi descobrir que quem melhor responde a essa questão é o próprio Jesus. Os últimos dois dias foram dedicados a Maria, a perfeita discípula de Jesus, aquela que João propõe como o modelo da fé.

Como antigo formador em Nairobi, de 1993 à 2000, tive o prazer de ver como o Centro está bem conservado: por todos os lados as cercas de um verde claro, bem podadas, alternando com flores, plantas ornamentais, árvores gigantescas, canteiros de bougainvilles cor de rosa, vermelhos, laranja. E, se escondendo nessa vegetação luxuriante, as fraternidades.

O Centro cresceu a ponto de se tornar universidade e acolher perto de 700 estudantes, entre eles, centena de nossos jovens Irmãos em formação. Tive a feliz surpresa de ver que entre os Irmãos Formadores, seis são meus ex-alunos. Notei também com alegria o bom espírito que reina entre os formadores, assim como entre os jovens. Feliz em ver que todos os responsáveis são agora provenientes da África e de Madagascar. Certamente os Irmãos Charles Howard e Powell Prieur, os fundadores, têm do que se orgulhar.

Um período terminou: o dos missionários vindos da Europa ou das Américas. Uma corrente inversa começa e será cada vez mais forte: a de jovens missionários da África que partem para a Europa e América do Norte. 

Ir. Giovanni Bigotto

ANTERIOR

Entrevista com os membros da Comissão de Pas...

PRÓXIMO

Na casa de Champagnat...