18 de março de 2025 CASA GERAL

Seminário sobre Proteção da Criança – dia 2: ambiente, vítimas e perpetradores

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“O tema da salvaguarda não é um filme da Disneyland, mas um assunto sério.” Foi assim que Ir. Fortune Chakasara se expressou na oração que abriu o segundo dia do “Seminário sobre a Proteção da Criança“, que se realiza em Roma, de 17 a 21 de março, convocado pela Comissão Internacional para a Proteção da Crianla. Em seguida, ele convidou os participantes a se comprometerem na criação de ambientes seguros e na promoção dos direitos das crianças, seguindo a proposta evangélica de Jesus de Nazaré.

Fernando Domínguez, da Província Mediterrânea, desenvolveu o tema “Construindo um ambiente seguro“. A partir de uma análise das violências que podem impactar crianças e jovens nas instituições educativas maristas, ele propôs o desenvolvimento da cultura da salvaguarda, composta por políticas, ações de gestão e liderança, processos e ferramentas, e avaliação e monitoramento de dados.

Um ambiente seguro é aquele que permite à criança comunicar sua situação e à comunidade educativa expressar sua vontade de cuidar de seus membros. Começa ajudando a criança a estar consciente e entender que o que está acontecendo é um abuso, interpretando seus sentimentos e o que está acontecendo. A comunidade educativa deve criar um ambiente que favoreça a expressão da vítima: tempo para o diálogo, lugar favorável à confiança, pessoa próxima com capacidade de escuta. Superando o medo de não ser acreditado ou de se tornar vítima, e o impacto em sua família e ambiente, a criança poderá se expressar e quebrar o silêncio, abrindo a oportunidade para a reparação.

O tema da reparação e do acompanhamento às vítimas foi tratado a fundo por Marcela Hormazábal, do Chile (Província Santa María de los Andes). Em sua apresentação, ela sintetizou a trajetória dos Maristas em seu país, de 2017 até o presente, em relação à proteção infantil. Desde os primeiros casos de abusos conhecidos naquele ano, até a acolhida e reparação às vítimas de hoje, foi um caminho de aprendizados, dor compartilhada, certeza na importância da acolhida e escuta, empatia e decisões.

A reparação passa por dar credibilidade às vítimas, reconhecer e assumir a responsabilidade institucional, e propor uma indenização, às vezes também financeira. Quando essa proposta pode ser feita através de encontros interpessoais, em um ambiente de confiança e acolhida, a reparação é mais profunda.

Marcela comentou alguns aprendizados desse processo: Como o medo interveio na resposta oferecida? Como se quantifica o dano causado ou as reparações a serem oferecidas? E, por sua vez, a convicção de que a escuta é parte imprescindível do processo, que a resposta é da Instituição como um todo, e que um compromisso profundo na promoção dos direitos das crianças é fundamental para dar credibilidade à resposta.

Finalmente, Nancy Camillery, do Distrito da Europa Central Oeste, abordou a partir de sua experiência o difícil tema do tratamento dos perpetradores. Desde o cumprimento estrito das leis de cada país e suas consequências, torna-se relevante criar comissões interdisciplinares de acompanhamento, levando em conta as vítimas em primeiro lugar. Talvez, às vezes com o tempo, o perpetrador chegue a dizer: “Eu reconheço, eu lamento”. Nesse processo, a informação no ambiente imediato do perpetrador é importante, assim como o acompanhamento das vítimas secundárias ou colaterais.

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Ir. Xavier Giné Arnella – Província L’Hermitage

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