19 de março de 2025

Seminário sobre proteção da criança – dia 3: delegados de proteção

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A oração do terceiro dia do workshop sobre proteção que está sendo realizado na Casa Geral, em Roma, nos lembrou que 19 de março é o dia de São José. Um homem de segunda linha, como disse o Papa Francisco em sua carta apostólica Patris Corde, com um protagonismo sem igual na história da salvação, “o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade”. O convite feito por Fernando Domínguez, na oração que preparou, é que possamos levar essas virtudes para nossa tarefa diária, nos lugares onde estamos trabalhando hoje.

O papel do delegado

Obrigado ao Irmão Fortune Chakasara, África Austral, pela sua exposição de hoje! Com força e coragem, apresentou-nos o papel do Delegado de Proteção, convidando-nos a lembrar que nossa tarefa de acompanhar as crianças, respeitando-as, ajudando-as a crescer saudáveis e felizes, estimulando-as a serem criativas e protagonistas, a terem espaços seguros, está na origem do Instituto Marista.

A exposição de hoje nos chama a olhar o mundo com os olhos da época em que estamos vivendo, a estar atentos aos novos tempos e desafios que temos entre crianças que são diariamente expostas aos “novos perigos” vindos com a modernidade. Não podemos esquecer o passado; ele sempre estará presente, sobretudo como aprendizado. O mais importante, todavia, é que hoje devemos ser criativos, dinâmicos, formados para enfrentar esses novos desafios e com novas maneiras.

Durante a manhã, dialogamos sobre a necessidade de ter Delegados de Proteção em todas as obras maristas, contar com protocolos atualizados que sirvam para agir a tempo. A Salvaguarda é um mandato do Evangelho e fazemos isso porque estamos convencidos de que é correto fazê-lo. O Instituto Marista evoluiu e, recentemente, avançou com os padrões, protocolos, Manual para as Unidades Administrativas, mudança nas Constituições, todas essas são ferramentas que temos hoje para atender a tempo os casos de abuso e maus-tratos a crianças, por isso os Provinciais devem estar atentos e responsabilizar-se para que cada um desses documentos seja conhecido por todos.

“Talitá kum”: menina, a ti te digo, levanta-te” (Mc. 5, 41)

Este relato evangélico é a imagem de Jesus que melhor inspira este novo papel dos adultos em relação às crianças: ser aqueles que estão atentos a tudo o que lhes diz respeito, desde o próprio direito de estar vivos e viver em plenitude. O Irmão Fortune também relacionou isso com a canção Brother Keeper, que nos diz que estamos chamados a ser guardiões de nossos irmãos e irmãs.

Nas mesas, trabalhou-se em torno das prioridades das províncias em relação a este tema, assim nos compartilhou o Irmão Horacio, de Cruz del Sur, que em sua Província estão trabalhando para que funcionem bem as equipes de direitos e as de intervenção; em melhorar os canais de comunicação e muito desafiados com a formação de todos os docentes. Também desde Brasil Centro Norte ouvimos que entre suas prioridades está garantir políticas e protocolos claros e que todas as pessoas que trabalham na obra marista, incluindo o Conselho provincial, tenham a formação necessária, também os estudantes e as famílias. Eles apontam que hoje as tecnologias podem nos fazer chegar a um número maior de pessoas. Desde a Província de L´Hermitage, nos falaram do trabalho que eles estão priorizando: atualização da Política de Proteção, ampliando-a e incorporando o Bom Trato e a participação dos estudantes nisso, o processo de Certificação para atualizar se estão cumprindo os padrões e a formação das pessoas.

O trabalho sobre o que é um Delegado e o que deveria fazer foi realizado nas mesas de trabalho, destacando deste espaço a necessidade de formação novamente, ser o elo com o Provincial, monitorar a implementação da Política e, sobretudo, criar redes, trabalhar com outros, fazer equipes, compreender as jurisdições de cada país.

A salvaguarda precisa de dinheiro, formação, recursos de verdade. O que é caro é não trabalhar nela.

Há muitos desafios ainda para poder dizer que estamos todos no mesmo avião, o interessante é que todos tenhamos a vontade de embarcar nele, de crescer nesses temas, de trocar experiências.

Terminou a manhã com a reflexão em torno do apoio que um Delegado de Proteção precisa: Formação, acompanhamento, equipe, redes, assessoria jurídica, apoios econômicos, tempo para o trabalho.

Estamos comprometidos com um tema que é duro e difícil de abordar, mas devemos responder às vítimas de abuso, de maneira decidida, com compaixão, justiça e dignidade.

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Marcela Hormazábal Cruz

Delegada de Protección de la Provincia Santa María de los Andes

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